Futuro Perigoso. Mª Del Mar Agulló

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Futuro Perigoso - Mª Del Mar Agulló

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style="font-size:15px;">      – Keysi, você tem alguma ideia de que horas são? – A voz de Norberto parecia distante.

      – Desculpe, espero não ter te acordado.

      – Sim, Keysi, eu tava dormindo. Mas, me diga, o que você conseguiu?

      – O antígeno do vírus indiano tá pronto para ser testado em uma CoHu.

      – Meu Deus, você tá falando sério?

      – Totalmente.

      – Bem, eu ligo para Clara, embora ela esteja dormindo, pra que possamos fazer os testes amanhã de manhã.

      – Amanhã? É muito tarde. E se eu testar em mim mesma?

      – Quê? Keysi, nem pense nisso. Eu proíbo.

      – Tudo bem, vou esperar.

      No tempo que passou desde que Keysi começou a estudar o vírus, o número de mortos subiu para aproximadamente setenta mil, embora se calculasse que poderia haver cerca de vinte mil que não tinham sido contados. O caos reinava na Índia. Por causa desse vírus, todas as fronteiras tinham sido fechadas, e milhares de turistas tinham ficado presos no país, esperando que algum laboratório encontrasse uma cura. Era o procedimento padrão quando um vírus se tornava incontrolável.

      Keysi voltou para casa esgotada. Ela passou por alguns turistas ingleses, obviamente bêbados, que estavam andando meio sonolentos. Quando entrou na casa, ligou a TV e preparou algo para comer; não comia nada há doze horas. Ela mudou para o canal de notícias. Keysi ficou espantada; uma nova lei estava sendo preparada em todo o mundo, segundo a qual todos os vírus ativos deveriam ser reportados, informando todos os detalhes. Keysi pensou nas palavras de Norberto na outra semana. Se todos os vírus fossem divulgados, onde quer que houvesse um, as pessoas iriam enlouquecer, esvaziar supermercados e entrincheirar-se em suas casas até o vírus desaparecer.

      Keysi se aproximou do Sistema de Controle da casa, um sistema que controlava praticamente todas as funções da casa, e o conectou ao seu celular. No celular, ela clicou em "Encher banheira" e depois nas opções "Água quente" e "Bolhas de sabão".

      Ao entrar no quarto para pegar roupas limpas, ela encontrou seu ex-namorado dormindo. Ela abriu o armário sem fazer barulho e pegou as roupas. Tinha que encontrar outra casa logo; a situação estava se tornando cada vez mais desconfortável. Todas as casas que Keysi tinha visto estavam ultrapassadas, sem um Sistema de Controle.

      Na manhã seguinte, às sete, Keysi, depois de ter dormido apenas algumas horas, entrou pela porta do escritório de Norberto.

      – Você testou? – perguntou ela desesperadamente.

      – Bom dia pra você também – Norberto olhava para alguns papéis em sua mesa.

      Keysi continuou de pé olhando para ele.

      – Sim – disse ele depois de assinar um papel —, eu testei.

      – Primeiras conclusões?

      – É um sucesso, por enquanto. – disse ele cautelosamente. – Pensei que você e Carolina iam criar um antígeno para cada vírus antes de me entregar – Norberto levantou a cabeça para olhar a inglesa.

      – Eu sei. Veja bem, quando Carolina saiu, eu tava terminando de criar meu antígeno, então perguntei se ela se incomodava que eu lhe entregasse, e ela disse que não.

      – Bem, bom trabalho, Keysi. Já temos um antígeno, faltam quatro. Isso se não nos trouxerem mais vírus. Você já viu o que aconteceu em Taiwan?

      – Não.

      – Incendiaram um laboratório que pesquisava vírus, como esse. Toda a ilha está em quarentena. Eu acho que isso vai ser resolvido em breve. O que mais me incomoda é que as pessoas tão começando a odiar as ilhas que têm laboratórios. Você sabia que no começo só permitiam a abertura de laboratórios em ilhas, pro caso de acontecer alguma coisa parecida com essa de Taiwan e houvesse uma epidemia de vírus? É um absurdo. Carolina já chegou?

      – Ainda não.

      Nesse momento, ouviu-se o som de salto-alto se aproximando, seguido por um perfume feminino de alta qualidade. Uma mulher escultural, de cabelos escuros, alta e magra entrou pela porta do escritório.

      – Bom dia, Titania.

      – Bom dia, pai.

      – O que você me traz hoje? Espero que não seja outro vírus.

      – Só passei pra dizer oi – Titania sorriu. – e mostrar isso para você. – Titania colocou na mesa os papéis que estava segurando. Keysi e Norberto se aproximaram e olharam atentamente. – É uma nova máquina que detecta a presença de um vírus a quilômetros. Me pediram para testar em Taiwan.

      – Em Taiwan? Não dá pra entrar em Taiwan, tá em quarentena.

      – Eles que me pediram. Não tem problema, pai, eu vou ficar bem.

      Norberto olhava para a filha com preocupação. Sua filha podia até ser a melhor de seu departamento, mas a situação era instável na ilha asiática.

      Keysi saiu da sala para deixá-los a sós. Assim que entrou na sala onde trabalhava com Carolina, a Sala 4, ela parou para observar tudo: os computadores com sistema de toque holográfico, as várias máquinas e outros equipamentos de laboratório nas mesas brancas coladas nas paredes, os bancos roxos em que elas se sentavam, a grande mesa central branca que elas mal usavam e as paredes também brancas que refletiam a luz que entrava pela janela, voltada para o sul, cuja vista do mar Mediterrâneo era espetacular, já que não havia nenhum prédio na frente.

      Keysi começou a estudar o vírus encontrado na fronteira da China com a Mongólia. Para um vírus, tinha uma estranha beleza. Assim que tirou as primeiras conclusões, ela sabia que levaria um tempo para encontrar um antígeno para esse vírus e, como o número de mortes era baixo em comparação com os outros, mas não o número de infectados, ela decidiu deixá-lo de lado, fazer uma análise preliminar dos outros três vírus restantes e, então, escolher um.

      Por volta das nove da manhã, enquanto sua colega estudava o vírus australiano, Carolina chegou com cara de quem havia dormido pouco. Keysi apontou para o relógio holográfico vermelho na parede.

      – Ultimamente não tô dormindo, meus vizinhos tão sempre festejando. Tomara que eles vão embora logo – os vizinhos de Carolina eram quatro jovens franceses que, naquele ano, estavam estudando na Universidade das Ilhas Baleares.

      Carolina começou a trabalhar. Enquanto isso, Keysi visitou a sala onde a CoHu estava testando seu antígeno.

      – Como eles tão? – perguntou a inglesa a uma jovem enfermeira que tinha acabado de ser contratada pelo laboratório.

      – Todos bem.

      Ao retornar, Keysi parou no corredor e olhou para a galeria de fotos de seu celular. Em quase todas, ela aparecia sorrindo ao lado de seu ex-namorado. Ela apertou os lábios e segurou a vontade de chorar. Nesse momento, se sentiu desamparada. Tinha deixado a vida inteira para trás por um homem que a tinha abandonado. Ela não tinha ninguém na ilha.

      Carolina percebeu que sua colega tinha entrado

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