Futuro Perigoso. Mª Del Mar Agulló

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Futuro Perigoso - Mª Del Mar Agulló

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diga isso, eu tô aqui – Carolina ficou na dúvida se deveria aproximar-se para abraçá-la ou não; ela escolheu não se aproximar.

      Keysi ficou surpresa com a reação de Carolina, o que poderia ser o começo de uma amizade entre as duas colegas no futuro.

      As duas continuaram trabalhando com a música de Wagner ao fundo, trocando dados e sugestões, em um relacionamento em que havia cada vez mais cumplicidade.

      4. Uma história de família

      Mónica, depois de recolher os restos do jantar e limpar a mesa, sentou-se no sofá com os filhos e começou a história, enquanto Samuel olhava para ela impaciente e Óscar começava a ler alguma coisa no celular.

      – Conheci o pai de Óscar há muito tempo na escola, quando ele tava prestes a completar doze anos, e eu já tinha completado. Era primavera. Lembro que seu pai – Mónica olhou para Óscar, que fingiu não estar interessado na história que sua mãe estava contando para o irmãozinho. – gostava de cheirar as flores dos pessegueiros da escola, o que chamou minha atenção.

      – Tinham pessegueiros na sua escola? – perguntou Samuel surpreso.

      – Tínhamos árvores de todos os tipos – Samuel abriu a boca, surpreso – você sabia que a gente tinha aulas de botânica?

      – Hoje em dia também temos – disse Óscar, sem levantar os olhos do celular.

      – Um dia, eu me aproximei de seu pai e perguntei por que ele fazia isso. Ele disse que gostava do cheiro delas. Fui até a árvore e peguei uma flor para cheirar, o que fez com que seu pai se chateasse comigo. Ele não queria que ninguém tocasse nas árvores. Ele ficou sem falar comigo durante o ano todo.

      – O que aconteceu depois? – Samuel perguntou, interessado.

      – No ano seguinte, ele me pediu ajuda em um assunto. A gente tava estudando mapas antigos, a gente tinha que desenhar os mapas, e eu era muito bom em desenho. Então, um dia ele se aproximou de mim e perguntou se eu queria fazer o trabalho com ele, e eu disse que sim. No final, acabei fazendo todo o trabalho sozinha. A partir daí, a gente se via todos os dias no recreio e, depois da aula, a gente sempre voltava junto pra casa.

      – E aí vocês se apaixonaram? – perguntou Samuel, curioso.

      Óscar levantou os olhos interessado.

      – Alguém já lhe disse que você é um menino muito inteligente? – Samuel começou a rir.

      – Sim, você – respondeu o filho mais novo de Mónica.

      – Por muitos anos, fomos inseparáveis, até que fiquei grávida de seu irmão.

      – E agora, onde ele tá? – perguntou Samuel.

      Mónica olhou para Óscar, que estava olhando para ela.

      – Ele tá no céu com o papai?

      – Não, querido, ele foi embora.

      – Pra onde? – o menino insistiu.

      – Às vezes, tem gente que vai embora, que desaparece da sua vida.

      – Como a tia Victoria, que mora em Londres? – Victoria era a irmã do pai de Samuel.

      – Sim, tipo isso.

      – Então podemos visitar ele?

      Mónica estava começando a ficar nervosa.

      – Acontece que não sabemos pra onde ele foi – interveio Óscar para ajudar sua mãe e impedir que ela gritasse com Samuel.

      Mais tarde, depois que Mónica colocou o pequeno Samuel na cama, ela foi até a sala e se sentou ao lado do filho mais velho.

      – Brigada por agora há pouco.

      – Não tem de quê. Eu sei que você nunca gostou de falar sobre meu pai e que, quando você fala, acaba parecendo uma pessoa mentalmente perturbada.

***

      No dia seguinte, Mónica acordou Samuel cedo e o levou para o quarto de Óscar.

      – Quando eu falar três – disse Mónica baixinho.

      – Certo.

      – Um, dois e… três!

      Ao dizer “três”, Samuel pulou na cama de Óscar.

      – Parabéns! – disseram juntos Samuel e Mónica, enquanto ela jogava confetes coloridos no aniversariante.

      Eram nove e meia da manhã quando a campainha tocou. Mónica abriu a porta e encontrou Ignacio com uma carta.

      – Desculpe, eu já te avisei várias vezes.

      Ignacio entregou a carta a Mónica e foi embora. Mónica nem esperou entrar em casa e abriu a carta, rasgando o envelope. Nele havia uma ordem de despejo. Ou pagava o aluguel nos próximos quatro dias ou já podia começar a fazer as malas.

      Mónica ficou atônita, não acreditava que Ignacio a mandaria para a rua. Talvez ela devesse encontrá-lo em um jantar para amolecê-lo, coisa que ela sempre rejeitou, pois o achava repulsivo. Ela pensou em seu filho mais velho, tão determinado, sempre preocupado com o bem-estar dos outros. Ela faria qualquer coisa por seus filhos, inclusive perder a dignidade, mas também estava preocupada com o que eles poderiam pensar dela. Talvez ela não tivesse sido um bom exemplo para Óscar, mas ela não queria repetir o mesmo erro com Samuel.

      A campainha tocou novamente, e Mónica correu para a porta na esperança de que Ignacio tivesse se arrependido. Em vez disso, encontrou Rocío, exatamente o que ela precisava naquela hora.

      – Oi, vizinha.

      – Oi, Rocío.

      – Vi Ignacio vir aqui. O que ele queria? Aconteceu alguma coisa?

      Mónica pensou nos anos em que vinha sido paciente com os vizinhos, momentos em que gostaria de lhes dizer que se metessem nos assuntos deles. Em vez disso, suspirou profundamente e disse educadamente:

      – Só queria saber se tenho o dinheiro do aluguel.

      Rocío não parecia muito satisfeita.

      – Você vai comemorar o aniversário de Óscar?

      – Ele vai comemorar com os amigos à noite.

      – E você não vai fazer uma festinha aqui?

      – Acho que não.

      – Que pena, uma festa seria bem-vinda. Você sabia que Maribel está procurando uma namorada para Ignacio? Você devia se apressar, ou então ele vai escapar de você.

      –Não tô te entendendo – disse Mónica, confusa.

      – Eu vi que ele te visitou várias vezes, e que tem uma paquera inocente entre vocês.

      – Você é realmente sem igual – disse ela em voz alta, sem tentar disfarçar.

      – Brigada,

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