A meio da noite - Segura nos seus braços. Margaret Way

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A meio da noite - Segura nos seus braços - Margaret Way Omnibus Bianca

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e uns calçõezinhos? Deve ser muito resistente ao frio.

      Os lábios de Nick permaneceram fechados enquanto sorria.

      – É sueca. Está habituada ao frio.

      Adele pôs a mudança e olhou pelo retrovisor, carrancuda.

      – Claro que às vezes se esquece de vestir o casaco – acrescentou.

      Adele puxou o travão de mão.

      Nick riu-se.

      – Estou a brincar, Adele. Anima-te. Temos uma longa viagem pela frente. Pensei que podíamos parar nas Terras Altas escocesas para comer. Até então, mantenhamos uma conversa agradável.

      – Tu falas. Eu conduzo.

      – Está bem. E do que conversamos? Já sei. Voltando à tua anterior conversa, pelo menos havia uma coisa para a qual precisavas de mim. E, se bem me lembro, às vezes até suplicavas.

      Adele encurvou-se sobre o volante e ficou em silêncio. Àquele ritmo, Nick teria sorte se chegasse com vida ao almoço.

      Capítulo 4

      Nick procurava algo na mochila que tinha aos seus pés. Ela olhou para ele de esguelha e suspirou. Tinha um dos seus aparelhos na mão, provavelmente o iPod, o que lhe daria alguns momentos de paz.

      No entanto, para sua grande irritação, começou a teclar num aparelho grande.

      – O que raios estás a tramar?

      Nick simplesmente sorriu.

      – Espera e verás. Vais adorar.

      Continuou a conduzir com o olhar cravado na estrada. Quando teve a oportunidade de voltar a olhar, Nick estava curvado sobre o artefacto, a carregar em botões numa rápida sucessão. Como resposta, obteve um assobio. Então, estendeu a mão e pô-lo num suporte que pusera no pára-brisas.

      – Navegação por satélite – anunciou orgulhoso.

      Ela revirou os olhos e concentrou-se em manter-se a uma distância prudente do carro que estava à sua frente.

      – Devia imaginar que acabarias por adquirir um arsenal de artefactos que pensassem por ti, especialmente agora que não estou ao teu lado.

      – Estás sentada à minha esquerda. Estás ao meu lado.

      – Sabes a que me refiro. És um homem típico. Deus nos livre que tenhas de consultar um verdadeiro mapa de estradas.

      – Adele, nunca deixarias que me aproximasse mais de três metros do mapa. Reconhece, querida, tu não gostas de entregar o controlo.

      – Isso não é verdade. Simplesmente, gosto de ter alguma coisa para fazer em viagens longas – olhou para o aparelho com os olhos brilhantes. – O que acontece se essa coisa fizer com que nos percamos?

      Nick chegou-se para trás e esticou as pernas.

      – Impossível. Isto é óptimo. A informação está sempre ao alcance da tua mão. Localiza exactamente onde te encontras, dia e noite.

      Deixou de olhar para ele, carrancuda, e estudou o visor. Perguntou-se se não devia experimentar.

      – Nunca se engana?

      Nick encolheu os ombros.

      – É uma máquina. Tem os seus momentos, porém, geralmente, é tão precisa como tu serias. Praticamente perfeita.

      Adele suspirou. Perfeita. Começava a odiar aquela palavra.

      Conhecia todas as pressões inerentes a ter de estar certa cem por cento do tempo, a que toda a gente esperasse que fosse perfeita. Não, não era que o esperassem… mas, sim, que contassem com que o fosse. Causava muita tensão ter de estar sempre a fazer malabarismos, sem nunca apreciar o luxo de não importar se uma bola caísse.

      Uma voz metálica atravessou o silêncio:

      – Dentro de quinhentos metros, saia na próxima saída.

      Adele olhou para o visor com os olhos semicerrados, porém, o sol batia-lhe directamente e não conseguiu vê-lo correctamente.

      – Isso significa que tens de mudar de faixa, Adele. Se não, não poderemos seguir pela saída.

      Era mais fácil dizer do que fazer. Metade do trânsito da estrada estava a tentar dirigir-se para a mesma saída e não havia espaço para mudar de faixa.

      – Saia na próxima saída. Saia na próxima saída.

      Quando acabou de olhar outra vez para o retrovisor e tentou diminuir a velocidade, foi demasiado tarde. Passou ao lado da saída.

      Nick levantou os braços.

      – Óptimo!

      Olhou para ele furiosa.

      – Teria sido mais fácil se me tivesses deixado depender dos meus próprios olhos e ouvidos para ler os sinais! Não estou habituada a usar esta estúpida…

      O navegador por satélite interrompeu-a com um persistente som de assobio. No seu ecrã apareceu um enorme sinal de interrogação.

      – Faça inversão de marcha assim que for possível – ordenou com uma serenidade revoltante.

      – Cala-te, aparelho mandão! – exclamou. – Estamos numa auto-estrada. Era suposto saberes que não posso virar!

      Nick deitou a cabeça para trás e soltou uma gargalhada.

      Não estranhou que ele achasse a situação engraçada.

      A estação de serviço foi uma visão bem-vinda. Adele saiu do carro e dirigiu-se para a casa de banho das mulheres. Então, apoiou as mãos no espelho e inclinou-se.

      Respirou fundo e observou-se. Ainda tinha o cabelo preso num rabo-de-cavalo e estava tão arranjada como sempre, contudo, ao estudar o seu reflexo, percebeu que começava a desfazer-se. Alguma coisa nos seus olhos, uma ligeira careta descendente nos lábios.

      Olhou para o espelho até que achou que ficaria vesga, depois ergueu-se, endireitou os ombros e levantou o queixo.

      Era uma rotina familiar, que aprendera na universidade, quando precisava de apresentar uma fachada corajosa ao mundo. Não pudera contar com o encanto e a perspicácia de algumas das suas colegas, porém, o que lhe faltara em confiança compensara-o com observação e trabalho árduo.

      Dedicara horas a estudar as raparigas populares, como falavam e como se mexiam. Até as suas gargalhadas e os gestos. Depois, levantara-se cedo para praticar à frente do espelho da casa de banho enquanto todos os outros roncavam. Não demorou a ter amigas e os professores pareceram reparar mais nela e, no final dos anos passados na Universidade Lumley, fora uma das suas alunas mais populares.

      Ninguém precisava de saber que a rapariga

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