A meio da noite - Segura nos seus braços. Margaret Way

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A meio da noite - Segura nos seus braços - Margaret Way Omnibus Bianca

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paragem de Adele depois de um dia atarefado no escritório.

      A sua mala esperava-o no hall. Levantou-a e, ao sair, fechou a porta com suavidade.

      As chaves estavam quentes quando as tirou do bolso de trás. Em comparação, a metálica caixa do correio parecia gélida devido à geada da noite. Levantou a tampa e pôs o porta-chaves no interior. Ao ouvi-lo cair, virou-se e afastou-se.

      O ar parecia curiosamente imóvel quando Adele abriu a porta de entrada e pousou a mala no lugar habitual. Enquanto tirava o casaco e o pendurava no armário, tentou descobrir o que faltava.

      Nick devia estar no seu atelier a tentar aperfeiçoar o seu famoso sangue falso. Prepararia um bom jantar e falariam da situação com calma e racionalidade. A única coisa que se passava era que não funcionavam bem como casal, mais nada. Não havia motivo para que a separação não pudesse ser amigável. Ainda podiam ser amigos.

      O envelope foi a primeira coisa que viu ao entrar na cozinha. Franziu o sobrolho. Era a caligrafia de Nick com um marcador verde.

      Abriu-o e tirou umas folhas arrancadas de um bloco de notas de argolas.

      Adele, vou ficar em casa de Craig algumas noites… Pensei que era melhor para ambos dispormos de um pouco de espaço. A minha mãe gostaria que estivéssemos em Invergarrig na sexta-feira para um jantar familiar. Diz-me se te parece bem, caso contrário, iremos no sábado. Telefonar-te-ei dentro de alguns dias, quando ambos estivermos mais calmos.

      Nick

      Acalmar-se? Estava perfeitamente calma!

      Dobrou as folhas e voltou a guardá-las no envelope. Depois, não soube o que fazer com ele, portanto deixou-o outra vez contra a cafeteira e saiu da cozinha.

      Subiu e, ao entrar na casa de banho, abriu as torneiras com um gesto distraído.

      E quem diabos era Craig?

      Despiu-se e deixou a roupa num monte pouco comum no chão e tentou conseguir fazer com que a água quente levasse a sua desilusão. Era a saída do cobarde… Um bilhete daqueles. Devia tê-lo imaginado.

      Aproximou-se e virou a torneira da água quente até que saiu quase a ferver.

      Pelo menos, ela tivera uma causa apropriada para não o ver no mês de Maio. Deixar um bilhete poderia ter sido uma atitude cobarde, mas fora a única coisa que conseguira fazer na altura.

      Porque o surpreendia tanto que lhe pedisse o divórcio? Há meses que não viviam juntos, que nem sequer falavam. O que achava Nick que ia acontecer?

      Como a banheira ameaçava transbordar, fechou as torneiras. Depois, encostou-se outra vez e tentou relaxar os tensos músculos dos ombros.

      Esfregou a cara e tentou não reparar no modo como cada som ecoava na casa de banho. Até pela casa. Precisara de meses para se habituar a viver sozinha.

      Sempre imaginara que a casa vitoriana com terraço seria um lar para Nick e para ela, um sítio onde poderiam ser felizes e que, a pouco e pouco, iriam enchendo de crianças. Quando ele desaparecera, levando consigo essa possibilidade, não suportara continuar ali. Demasiados sonhos tinham rebentado como balões.

      A única coisa que desejara fora um lar que fosse quente e acolhedor, um lugar onde pudesse entrar e sentir o amor.

      A casa onde crescera fora um palácio nos subúrbios, apropriado para o rei dos negócios que a habitava. Era uma pena que não a tivessem desenhado a pensar em crianças. A sua mãe tinha quarenta e um anos quando dera à luz e Adele suspeitava de que nunca o superara.

      Certamente, nunca deixara que a existência de uma filha travasse o seu ritmo de vida. Contratara uma ama e continuara com as viagens pelo mundo com o seu marido. Para ela, sempre fora um pouco distante e deslumbrante… um pouco como uma rainha.

      Apoiou a cabeça na banheira e olhou para o tecto. Tivera tantos planos para aquela casa, para a sua vida, e, com um movimento veloz, Nick voltara tudo ao contrário.

      Quando ele partira, ela tentara dar-lhe outra identidade. Uns quadros novos, plantas diferentes na sala…

      Regressara há apenas alguns dias e ela teria de começar novamente. E não se tratava de coisas físicas que não parava de encontrar pela casa. Não, dessa vez, estava tudo na sua cabeça e não tinha a certeza de dispor da força necessária para a limpar, não quando ia ter de passar o fim-de-semana com ele. Seria melhor esperar até segunda-feira.

      No entanto, não ia contá-lo a Mona, pois a sua amiga tiraria a conclusão errada da situação e pensaria que não falava a sério sobre o divórcio.

      Nick manteve a sua palavra… Não telefonou nos dias seguintes. Contudo, isso não impediu que Adele se assustasse cada vez que ouvia o telefone a tocar. No final, decidiu deixar que as chamadas fossem directamente para o atendedor de chamadas para não proferir mais saudações ofegantes. Começava a ser embaraçoso.

      Porém, na quarta-feira à noite, às oito e quarenta e três, ouviu a sua voz e ficou paralisada.

      «Adele? Sou eu. Eu… hum… precisamos de decidir a que horas queremos ir na sexta-feira de manhã».

      Houve uma longa pausa.

      «Telefonar-te-ei novamente mais tarde para ver se te encontro».

      Passaram cinco segundos, soube porque os contou, e depois ele desligou.

      Com cuidado, deixou o computador portátil no sofá e aproximou-se do telefone. Não reconheceu o número que aparecia no visor. Supôs que seria o do tal Craig.

      Carregou na tecla de chamada e esperou.

      – Sim?

      A voz era jovem, loira e estava a meio de um risinho. Adele ficou rígida.

      – Posso falar com Nick, por favor?

      – Claro. Está no outro quarto.

      Ouviram-se uns ruídos abafados e a rapariga tapou o auscultador com a mão. Não se esforçou muito, porque Adele continuou a ouvir tudo o que dizia.

      – Nicky! – gritou. – É para ti… Acho que é a tua mãe.

      Ouviu-o a rir-se ao aproximar-se do telefone e ela susteve a respiração quando pegou no auscultador.

      – Vesti roupa interior limpa para o caso de ser atropelado por um autocarro, mamã, prometo.

      – Ainda bem para ti.

      – Adele!

      – Craig parece mais loiro e com uma voz mais fininha do que eu imaginava.

      – Eh? Oh, não. Essa é Kai. É a namorada dele… esta semana. Como sabias que era loira?

      Adele revirou os olhos.

      – Adivinhei.

      – Suponho que ouviste a minha mensagem.

      – Sim.

      –

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