Herança Perdida. Robert Blake

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Herança Perdida - Robert Blake

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talvez tenha na pessoa, — respondeu. — De certeza que está à procura do Henson certo?

      —Não estou a entender.

      — Talvez esteja à procura do James.

      — Quem é o James?

      — O James é o filho do Philip. Desde muito jovem sentiu uma paixão pela História e Geografia. Viveu na Espanha por uma temporada quando era adolescente e mais tarde voltou a estudar arqueologia na Universidade de Oxford. Ele tinha um grande espírito aventureiro.

      Um grande sorriso se espalhou pelo meu rosto. Agora entendia tudo. Os dados que encontrei foram de expedições da primeira década do século XX.

      — As datas que encontrei coincidem com a idade do filho de que me fala. Não conseguia encontrar nenhuma conexão entre Philip e as informações das últimas semanas.

      Ela riu de satisfação.

      — E diga-me: onde posso encontrá-lo?

      — Não tenho notícias do rapaz desde que ele foi para a faculdade. Perdemos o contacto com ele durante anos. A última notícia que tivemos é que ele ficou ferido na Grande Guerra.

      — Poderia descrever-me como ele era?

      — Era um miúdo moreno com olhos azuis tão intensos quanto os do seu pai. Alto e bonito, com feições angulosas — ela parou por um momento; ficou emocionada ao lembrar-se do sobrinho. — Ele sempre foi um menino brilhante e inteligente.

      — Muito obrigado, Lady Emma. É uma grande ajuda. Tenho que apanhar o primeiro comboio de volta para Londres.

      Na viagem de volta não parei de pensar no assunto. Isto finalmente começava a tomar forma, com certeza o meu chefe agora concordaria em financiar a pesquisa.

      Fui ao escritório do Sr. Dillan e contei-lhe a história. Ele achou surpreendente o curso dos acontecimentos e disse que levasse todo o tempo que precisasse para resolver o mistério.

      Sem perder tempo, parti para Oxford, que ficava a apenas uma curta caminhada de Londres.

      Ao contrário de Newcastle, esta área do interior da Inglaterra era dominada por uma cor verde intensa. Ela estendia-se por quilómetros intermináveis, atravessados por uma infinidade de canais de rios construídos durante a revolução industrial em diferentes partes do país.

      As suas casas centenárias eram verdadeiras joias arquitetónicas. Foi um prazer perder-me nas suas ruas e respirar aquele clima universitário por onde passara estudantes de todo o mundo.

      Cheguei na hora do almoço e comi umas sandes e uma caneca de cerveja num bar movimentado no centro da cidade.

      A Universidade era composta por um conjunto de edifícios de estilo gótico, com grandes janelas que inundavam o seu interior com claridade. Ao cruzar o jardim do campus, encontrei à minha direita vários grupos de alunos a conversar sob a sombra de uma árvore, à minha esquerda estava uma equipa a jogar râguebi numa ampla campina e, no final do caminho, vários atletas carregavam nos ombros algumas canoas.

      Eu já conhecia o porteiro de investigações anteriores. Era um irlandês atarracado, de meia-idade, com maneiras requintadas, que sempre me cumprimentou calorosamente.

      — Boa tarde, Richard. — Como vai isso?

      — Muito bem. O que o traz aqui desta vez?

      — Estou a procurar a biografia de um aluno que estudou na última década do século passado.

      — Isso será fácil de encontrar. Sabe o seu nome e apelidos?

      — Sim, James Henson.

      — Vá para a secretaria e preencha o formulário.

      Ao entrar no prédio, passei por uma sala onde um professor se fazia ouvir numa aula de Filosofia.

      Depois de alguns minutos, consegui o arquivo do James. Estudara arqueologia entre os anos noventa e noventa e cinco. Era um orientalista realizado, especializado em escrita cuneiforme. Isso explicava as suas expedições ao Médio Oriente, embora eu ainda não entendesse as suas expedições à América do Sul.

      Perguntei novamente a Richard se alguém me poderia ajudar com esse assunto.

      — O departamento de orientalistas é o maior do campus. Todos os alunos querem descobrir os mistérios da civilização egípcia.

      Eu assenti com a cabeça.

      — O mais adequado seria o Professor McKingley. É da mesma promoção. Pode ser que o conheça. Mas esta semana ele participa do Congresso de Arqueologia do Médio Oriente em Berlim. Terá que esperar por ele.

      Naquele momento tocou a campainha que encerrou as aulas e a maior parte dos alunos começou a sair com grande alvoroço.

      — Quem me poderia informar da expedição à América Latina? — Perguntei, levantando a voz. Ninguém ouviu nada por alguns momentos.

      — Vai ter mais sorte com essa parte. Não há muitas pessoas especializadas nesse assunto na nossa Faculdade. A maior especialista nesse campo é Lady Margaret. O seu escritório fica no segundo andar, na ala oeste.

      Fui até ao prédio e, após atravessar o imponente átrio, subi ao escritório e bati na porta. Ela recebeu-me com cortesia e fui ao seu escritório.

      Lady Margaret usava um vestido verde que realçava ainda mais os seus olhos penetrantes; o seu cabelo loiro estava preso num coque elegante que embelezava o seu rosto, destacando as suas maçãs do rosto proeminentes.

      — James? Sim, claro que o conheço. Fomos juntos numa expedição à América do Sul. Estávamos a procurar vestígios de civilizações pré-colombianas.

      — Quando foi isso? — Perguntei com um sorriso.

      — No início do século.

      — Estive a pesquisar aquela expedição na Sociedade Geográfica e quase não encontrei nenhuma informação. Somente no verso de um documento é que estava o seu sobrenome.

      — Talvez não tenha feito a pesquisa adequada, — respondeu ela, muito surpresa. — Agora que mencionou, a última vez que verifiquei o registo, ele só mostrava os meus dados. Também foi muito estranho para mim.

      Ouvi as suas palavras intrigado; não esperava aquela resposta.

      — Vai ter que me desculpar, mas tenho uma aula daqui a nada, — disse ela, levantando-se da cadeira e pegando em alguns livros. Se quiser saber mais, pode passar na minha casa esta tarde.

      — Isso seria formidável, Lady Margaret.

      — O endereço é Corton Road número cinco. Fica no sul, fora da cidade. Às quatro horas parece-lhe bem?

      — Lá estarei.

      — É a última casa do quarteirão. A das tulipas na entrada, — ela acrescentou quando saímos para o corredor. — Não tem como errar.

      Конец

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