O Guarda Florestal. Jack Benton
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Читать онлайн книгу O Guarda Florestal - Jack Benton страница 6
"Não sobrou muito, além de uma carcaça enferrujada invadida por amoreiras, mas ela está lá. Venha, eu vou te mostrar."
Croad saiu da beirada, imediatamente descendo colina abaixo. Dentro de alguns passos ele estava fora de vista. O treino militar de Slim voltou para ele, e ele se agachou, procurando na vegetação rasteira por qualquer coisa que pudesse estar fora do lugar, qualquer coisa sintética ou alterada por mãos humanas.
Uma gargalhada o fez olhar para cima.
"Quem é você, o Schwarzenegger? Não há nada com que se preocupar por aqui. Aqui não é o Vietnã, soldado."
Slim se perguntou quanto de seu passado Croad sabia, mas ele ignorou e sorriu. "Sempre amei a floresta quando criança," disse ele, algo que, embora antes verdadeiro, tinha se invertido desde então. Ele também não gostava de espaços abertos, mas pelo menos você tinha mais chances de ver seu inimigo.
"Acho que todos nós," disse Croad, virando e se afastando. "Nada para se preocupar, exceto alguns fantasmas. Eles deixaram o carro, mas levaram o corpo de Den."
Slim correu atrás de Croad, alcançando quando o velho parou ao lado de um emaranhado de vegetação rasteira que sugeria algo escondido por baixo. Um pouco mais adiante, um afloramento rochoso saía da terra e além dele a margem caía em um córrego.
"O eixo dianteiro ficou alojado naquela rocha," disse Croad, tropeçando na vegetação rasteira e atingindo o afloramento com um chute surpreendentemente ágil. "Os porcos fizeram a investigação e deixaram o carro aqui para apodrecer. As crianças costumavam vir aqui fumar maconha, chamavam o velho Den, para ver se ele ainda estava por aqui."
"Elas ainda vêm aqui?"
"Cansaram da erva, eu acho." Croad sorriu. "Ou foram assombrados. Mais do que algumas crianças se sentaram no banco quente e não querem mais voltar para essa floresta."
"O banco quente?"
Croad estendeu a mão e agarrou uma moita de amoreiras com as próprias mãos, rasgando-as para revelar uma janela lateral suja e rachada. "O banco do motorista. Onde o velho Den partiu dessa para melhor."
6
Ozgood disse a ele que, durante sua investigação, nenhuma pergunta era proibida sobre ninguém que morasse em sua propriedade.
Com uma xícara de café que ele deixara parado no filtro durante a noite, Slim se debruçou sobre grandes fotos aéreas da área que Ozgood havia lhe fornecido, comparando os edifícios e estradas com aqueles em um mapa anotado.
As fotos remontavam a trinta anos atrás e, desde então, alguns terrenos tinham surgido e desaparecido. Outros, antes expostos ao ar livre, ficaram obscurecidos por árvores que haviam crescido, enquanto outros antes escondidos agora encontravam-se solitários e abandonados entre áreas desmatadas ou jardins abertos.
A mansão ficava bem no centro como uma abelha-rainha, cercada por extensos jardins. Estes então seguiam para a floresta que gradualmente descia em dois vales de rio adjacentes, transformando a propriedade de Ozgood em um diamante, embora eles nunca voltassem a convergir.
Do outro lado do rio, a noroeste, ficava a vila de Scuttleworth, um agrupamento apertado de chalés em torno de uma igreja e cercado por duas lojas em uma das extremidades e uma vegetação local — na verdade, pouco mais do que um pedaço de cerrado que Slim tinha visto durante o passeio de carro com Croad. O pátio da igreja era o maior pedaço de terra individual, estendendo-se por alguns prados separados por uma fila de árvores, embora ao norte de Scuttleworth houvesse um par de propriedades industriais: um bloco cinza que parecia uma fábrica empoleirada na borda de um vale, e outro, um espaço aberto e cinzento cheio de carros estacionados e alguns veículos de construção: o pátio de um mecânico.
Ao lado de um grupo de árvores a um quilômetro e meio ao sul de Scuttleworth, a velha cabana de Dennis Sharp estava marcada com um círculo preto duplo e uma anotação, caso Slim tivesse alguma dúvida. Ficava ao longo de uma trilha sinuosa que subia ao longo da extremidade sul do vale ocidental, serpenteava pela floresta e, por fim, conectava-se com a antiga estrada de acesso ao Ozgood Hall.
A residência atual de Slim, a antiga cabana do zelador, ficava quase na metade do caminho entre os dois e era visível apenas como uma mancha marrom por entre as árvores. A antiga estrada de acesso, claramente visível em um mapa datado de 1971, era apenas uma linha pontilhada no mais recente datado de 2009, substituída por uma nova estrada ao leste.
Slim contou catorze outras casas ou prédios não pertencentes à propriedade principal ou a Scuttleworth. Dois aglomerados eram fazendas, enquanto Croad identificara uma fila de três como ex-moradias sociais que Ozgood comprara e agora alugava. As outras pertenciam a vários moradores locais que pagavam aluguel.
Croad estava esperando do lado de fora quando Slim apareceu, a boca azeda de tanto café, mas sua mente—pela primeira vez—sentindo-se refrescantemente afiada. Ele havia começado a contar os dias de sobriedade novamente, como sempre fazia. Quatro agora sem beber, seis sem acabar engessado e doze sem acordar em algum lugar diferente de onde ele se lembrava de ter dormido. O efeito da cafeína fazia seu coração palpitar, mas o suave desenrolar do caso Ozgood estava começando a despertar a curiosidade que só um balde de bebida poderia enterrar. Era um emaranhado, com certeza, mas se ele pudesse de alguma forma desvendá-lo, ele poderia realmente ser pago para variar, e aquela busca eterna por um sentido para sua existência poderia ser acalmada por um tempo.
"Você está pronto, garoto?" Croad murmurou. "Temos um dia inteiro para remexer sujeira pela frente."
Slim assentiu, suspirando por dentro, imaginando por quanto tempo teria que desfrutar da companhia abrasiva de Croad antes de poder continuar a investigação sozinho.
Croad também tinha um carro, um antigo Morris Marina que parecia mais velho do que seu dono. Verde desbotado, tinha uma porta vermelha chamativa e um quadrado azul no teto que parecia estar solto ali em cima. Slim deve ter ficado olhando, porque Croad gargalhou de repente e disse: "Teto solar. Caseiro. O ar-condicionado não funciona."
Slim pensou em dizer algo sobre janelas, mas mudou de ideia. Em vez disso, ele disse: "Onde é nossa primeira parada?"
Croad sorriu. "Achei melhor irmos direto ao assunto. Vou te levar para ver um fantasma."
7
Enquanto o carro de Croad batia e solavancava em estradas rurais que Slim tinha certeza que não estavam em seus mapas aéreos, o ar entrava pelo buraco no teto enquanto a placa pintada de azul que normalmente cobria a abertura irregular batia em seus pés, e Slim tinha certeza de que ninguém que estivesse indo encontrar um fantasma de verdade passaria o tempo falando sobre jogos há muito esquecidos do Queens Park Rangers.
"O nome do rapaz era Mickey," dizia Croad, com os dedos tamborilando no volante. "Acabou se saindo bem, ganhou um campeonato pela Escócia. Mas naquele dia em que ele apareceu, ele era o novato no campo de treinamento. Na noite anterior ao seu primeiro jogo pelos reservas, enchemos suas botas com pimenta em pó. Dia úmido, enevoado, ela se solidificou