Agentes Da Lei E Assaltantes. Katherine McIntyre

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Agentes Da Lei E Assaltantes - Katherine McIntyre

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Ellie Whitfield é acusada de um crime que não cometeu, embora tenha cometido muitos, apenas um homem acredita nela. E ele também é o mais improvável dos homens: o detetive Bernard Taylor. Ele é um sujeito bonito, mas os homens da lei nunca foram o tipo dela. Pelo menos até agora…

      Bernard Taylor está caçando o Açougueiro da Rua Broad e, embora Ellie Whitfield tenha levado os policiais a uma perseguição ferrenha por Islington muitas vezes, a mulher não é uma assassina de sangue-frio. Enquanto trabalham juntos, ele não consegue deixar de ficar encantado com a vivaz Ellie e, em pouco tempo, olhares acalorados se transformam em algo mais explosivo.

      No entanto, quanto mais perto chegam de resolver o assassinato, mais intensa é a atração do assassino em série: um passo em falso e podem ser as próximas vítimas.

      Dedicatória

      Para os fabricantes e criadores que mantêm o steampunk vivo

      Capítulo Um

      O sangue manchando as mãos de Ellie Whitfield era um motivo tão bom quanto qualquer outro para fugir dos gambés. Não que ela precisasse de um, em sua linha de trabalho, policiais significavam más notícias e moedas perdidas. Ainda assim, a tinta carmesim em seus dedos não a pintava da melhor maneira, não se ela continuasse agachada ao lado de um cadáver.

      Os gritos vinham do lado oposto do beco, não dava tempo de refletir demais.

      Ellie saltou para o outro lado, para as sombras consumidoras. As moedas que ela roubou tilintaram nos bolsos das calças, moedas o bastante para pagar o aluguel do próximo mês. Nada que alguém tão pobre como uma barata de rua pudesse deixar passar. O ar deste lado da cidade estava pesado, cobria sua pele como óleo, mas ela engoliu em seco. Chegou ao final do beco, que cortava outro. Os edifícios altos surgiam de cada lado.

      O som da sirene da polícia ecoava pela noite tranquila em Camden Town.

      Pelo menos, estava tranquila até ela vaguear pelas ruas e observar os cavalheiros e ladies passarem, seus passos um pouco mais leves após ela fugir com seus bens. Ela não teria sido pega se não fosse a mulher morta em quem tropeçou no final.

      O rabo de cavalo se desfazia em suas costas, alguns fios grudados na testa suada. Os policiais adoravam desfilar como se fossem donos desta cidade, mas ela disparou na direção de casa, Islington, uma das áreas a que eles meio que desistiram de agir. A polícia só servia àqueles que traziam moedas suficientes para refletir luz, e ela sempre esteve atrás de sucata desde que saíra do ventre da mãe.

      As batidas dos sapatos de Ellie soavam mais alto nos paralelepípedos do que ela gostaria, mas agora ela precisava de mais velocidade do que silêncio. O canal borbulhava ao longe, e o tomp-tomp-tomp dos policiais atrás dela sussurrava que se mover rápido era mais essencial do que nunca.

      O sangue nas pontas dos dedos já secara quando ela fechou as mãos com força e correu por outro beco à sombra de um estabelecimento de barbearia e açougue. Por toda a Londres, sombras marchavam à noite, ameaçando sufocar os fracos, os tolos ou os apenas azarados. Ela foi todos os três no passado, mas sobrevivera, aos trancos e barrancos.

       Ajuda ter uma tecnomante como irmã.

      O beco acabou, e ela irrompeu na estrada. Assim que ela entrou em cena, um grito veio de algumas lojas abaixo, e os feixes intensos brilharam nas órbitas do carrasco: mecanismos que lançavam luz do sol mesmo na calada da noite. Sujeitos como eles são equipados com todas as bugigangas.

      Os três policiais a viram e, a menos que ela encontrasse um esconderijo e conseguisse se limpar, o sangue que manchava sua blusa a fazia parecer tão culpada quanto o governador. Ellie soltou um grito e jogou a mão para o ar enquanto avançava, ainda em perseguição. Se quisessem atingi-la, ela os deixaria em mau estado antes de escapar.

      Pelo menos, se a sorte não a abandonasse esta noite.

      Cliques ecoaram atrás dela, e um olhar para trás a recompensou com o brilho do éter das pistolas modificadas que os policiais apontaram na direção dela. Ela não poderia fugir de uma bala.

      À direita dela, os edifícios se estendiam, vielas estreitas em abundância.

      À esquerda, algumas fachadas de lojas seguiam intercaladas ao longo do canal.

      A sorte nunca favoreceu os covardes.

      Ellie deu um passo na direção do canal, saltando tão rápido quanto suas pernas podiam. Seus sapatos bateram nos paralelepípedos com tanta força que ela sentiu as reverberações, canela acima. Ela apertou os cordões das bolsas em volta do cinto, onde havia colocado as suas últimas moedas surrupiadas. Os passos não haviam cessado e, a qualquer momento, as primeiras balas disparariam. O vento varreu mechas de seu cabelo para trás, trazendo consigo os cheiros nocivos do canal. Essas águas infernais agitavam-se diante dela, vorazes a esta hora da noite.

      Bem, ela precisava se livrar dessa encrenca.

      Um metro e oitenta a separava das águas do Canal Regente, balançava para a frente e para trás, o refugo flutuando no topo como espuma.

       Não há tempo como o presente.

      Ela sentiu o estômago se apertar quando saltou para a beira do canal. As pontas de seus sapatos roçaram a borda. Gritos soaram mais altos atrás dela, assim como os passos.

      Um segundo poderia significar salvação ou uma bala no estômago.

      Ellie deu um pulo. O mundo girou e o tiroteio ecoou, mas ela não conseguia reagir enquanto se jogava no rio abaixo. As paredes de pedra do canal giraram em torno dela, enquanto ela se inclinava em direção ao pântano. Ela atingiu a superfície da água com um golpe que feriu a pele, e submergiu. A água a envolveu como um punho gelado, e sua respiração quase desapareceu ante o choque.

      Ellie pôs-se a chutar, a água correndo ao redor de seus membros, tentando puxá-la mais fundo. Ela lutou com a mesma ferocidade. Mal conseguia ver através da água turva enquanto nadava na direção de Islington.

       Deixe os policiais tentarem atirar em mim agora.

      A respiração ficou tensa no peito, rasgando a cavidade. Ela flutuou para cima e impulsionando-se acima da água para uma arfada.

      O ar frio inundou seus pulmões, de alguma forma tão congelante quanto a água em que nadava. Os braços de Ellie se moviam de maneira mecânica, como as bonecas que o cunhado Silas criava, mas ela continuou nadando pelo canal, para longe da cena do crime que não cometeu. Gritos ecoaram no ar, e o barulho de tiros e respingos soou bem atrás dela, mas não a alcançaram ainda. Ellie submergiu outra vez, de volta ao abraço frio do rio.

      A água turva deu cobertura suficiente, embora o líquido escorregadio de óleo grudasse em sua pele. Ela chutou com mais força, o redemoinho turbulento da lama puxando seus calcanhares encharcados. Abaixo da superfície, as distrações desapareceram, a água gelada trazendo sua mente a uma clareza cristalina. Os membros estavam dormentes, mas ela continuou a nadar à frente, levantando-se para respirar fundo quando precisava. Em pouco tempo, seu ambiente mudou. Casas de dois andares assomavam-se à beira do rio, com a estrutura gasta e telhas quebradas, as janelas escancaradas como uma boca desdentada.

      Os gritos dos policiais diminuíram,

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