Agentes Da Lei E Assaltantes. Katherine McIntyre

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Agentes Da Lei E Assaltantes - Katherine McIntyre

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de Bernard começou complicada e piorou quando mais um corpo apareceu, obra do Açougueiro da Rua Broad.

      Que, ao que tudo indicava, era a mulher diante dele, com base no exame superficial da patrulha no corpo. Os outros oficiais começaram a seguir o rio, mas quando ele entrou em cena, percebeu o rastro de pegadas molhadas do canal e continuou a perseguir o deslizar de uma sombra enquanto ela viajava de beco em beco.

      — Está aqui para me prender, lindo? — a mulher perguntou, um sorriso como se ela não estivesse olhando para o cano de uma pistola.

      Bernard a encarou bem.

      A mulher diante dele não combinava em nada com o assassino que ele estava rastreando. Os outros policiais disseram que a viram pairando acima do corpo, coberta de sangue, mas aquelas facas não podiam cortar com a precisão que o Açougueiro cortava. Os olhos escuros beligerantes que o fitavam podem não pertencer a alguém que cumprisse a lei, mas ele não viu nenhuma frieza espreitando nos cantos. E ele enfrentara mais do que seu quinhão de assassinos.

      — Suponho que deva denunciá-la pelos assassinatos de sete mulheres. — murmurou Bernard, as palavras escorriam com lentidão, enquanto continuava a avaliar.

      Esta mulher esguia usava calças, uma blusa e um colete encharcado de seu mergulho no canal. Os olhos brilharam com um desafio descarado, e seus cachos pretos úmidos grudados ao longo do pescoço, alguns fios grudando em suas bochechas.

      — Ora, vamos, um cavalheiro como você não tem maneiras melhores de passar horas fora do que pisando nesses distritos? — ela o olhava de frente, sem vacilar. — Todos sabemos que tipo de vigaristas fora-da-lei vagam pelos becos. Melhor nos deixar continuar a lutar, roubar e matar uns aos outros, enquanto vocês cuidam daquelas flores murchas com xelins de sobra.

      — Fala pelos cotovelos para alguém com uma arma apontada para a cabeça. — comentou Bernard, embora tenha lutado contra o estremecimento de diversão.

      No breve intervalo da conversa, ele descobrira algumas coisas sobre ela. O sotaque carregava o tom duro de alguém nascido e criado nesta vizinhança, ela brandia as facas ao ar livre como uma mulher acostumada a vagar por essas ruas à noite, e a bolsa ao lado pendia pesada.

      — Bem, se me trancafiar, com certeza morrerei, então por que temer um destino mais rápido? — ela respondeu, erguendo uma sobrancelha delicada.

      Bernard balançou a cabeça.

      — Poderia ser o caso se eu pensasse que você é quem anda cometendo esses assassinatos.

      As patrulhas pareciam estar em sua rotina habitual, tirando conclusões precipitadas antes mesmo de avaliarem a cena.

      — Não acredita que uma mulher é capaz da tarefa? — Ellie mostrou os dentes com seu sorriso. — Encontrará a morte em um beco com essa lógica.

      A ousadia dessa mulher era diferente de tudo que ele já havia encontrado. Bernard piscou por um momento antes de suspirar.

      — Eu conheci muitos assassinos, homens e mulheres. Só não acredito que você seja um deles.

      Uma carranca franziu a testa dela.

      — Você seria o primeiro.

      — Os padrões do Açougueiro são precisos e cuidadosos demais. Você é muito desleixada para caber na descrição, minha querida. — o dedo dele no gatilho começou a relaxar, contanto que ela não puxasse uma daquelas facas para ele, ele não planejava atirar.

      Os patrulheiros devem tê-la avistado quando roubava o cadáver e correram ao fazer suposições. Todos os detalhes somados.

      Ellie apertou a mão contra o peito.

      — Eu deveria estar ofendida, meu bom cavalheiro.

      Bernard ergueu as sobrancelhas e baixou a pistola.

      — No entanto, suponho que não esteja. — ele não largou o punho, pronto para erguer a arma de novo se ela tentasse fugir.

      No entanto, os olhos inteligentes da mulher já haviam se concentrado nesse movimento, e ela permaneceu plantada em seu lugar. A lasca de luar cintilou nos paralelepípedos rachados entre eles, destacando as rachaduras e fragmentos. Aqui, ao ar livre, não era o lugar para ter essa conversa.

      — Suponho que não prefira conversar em meio a uma dose de gim? — a mulher arriscou, ela colocou as mãos nos quadris. — A menos que queira continuar esta conversa no frio arrepiante.

      — Suponho que tem um lugar em mente? — Bernard respondeu, aliviado por ela ter feito a sugestão.

      Ele jamais gostou muito de ficar por aí com as costas expostas.

      A mulher balançou as sobrancelhas e deu um sorriso lascivo.

      — O Rato Afogado. — ela disse antes de lançar um olhar superficial para a própria roupa.

      Uma risada entrecortada escapou dela, e Bernard não pôde evitar que seu lábio se curvasse. Ela continuou:

      — No entanto, com toda a franqueza, a taverna fica bem nessa mesma rua.

      Bernard guardou a arma no coldre ao lado do corpo antes de oferecer a mão.

      — É melhor eu me apresentar então. Sou o detetive Bernard Taylor.

      Ela bateu a mão na dele com um forte tapa.

      — Sou suspeita de ser assassina em série e ladina, Eleanor Whitfield. Embora possa me chamar de Ellie. Agora, vamos voltar para a taverna. A lareira de lá viria a calhar para me aquecer após meu passeio pelo canal.

      Ellie deu o primeiro passo à frente, passou pela entrada da casa abandonada e entrou na rua de paralelepípedos.

      Bernard balançou a cabeça, roçando o queixo com o polegar para esconder o sorriso. Esta mulher o seduziu assim que começou a falar. Ela podia ser uma violadora da lei, mas quanto mais falavam, mais ele confirmava sua avaliação de que ela não era a Açougueira da Broad.

      — Mostre o caminho. — ele chamou atrás dela, embora ela já tivesse começado a caminhar.

      Ellie fez um gesto rude para o céu, mesmo enquanto continuava ao longo da rua, passando pelos barracos abandonados neste distrito. Com alguns passos rápidos, ele a alcançou para manter o ritmo enquanto viravam à direita na rua.

      — Estou chocada que um cavalheiro chique como você se atreveria a mostrar a cara neste bairro. — Ellie falou devagar e com um olhar de relance.

      — Considerando que não cresci longe daqui, essas ruas não me assustam como fazem a maioria dos patrulheiros. — ele murmurou.

      A mandíbula dele endureceu por um momento quando o cheiro de ferro floresceu na periferia, como às vezes acontecia. — Além disso, após passar algum tempo lutando na guarda naval, pouco nesta cidade me incomoda.

      Ellie soltou um assobio baixo, a mão apoiada no quadril como se fosse desembainhar uma lâmina a qualquer momento.

      — Então, não é um mero policial, mas um soldado? Está procurando por outras penas para enfeitar sua boina extravagante? Um sujeito de grande coração

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