Agentes Da Lei E Assaltantes. Katherine McIntyre
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Um zumbido encheu o ar, cada vez mais alto.
Tique, tique, tique… pop.
A rajada de calor saiu primeiro pela porta aberta, seguida pelo estrondo que sacudiu as madeiras do prédio antigo.
Os gritos vieram em seguida. Gemidos horrorizados, uma raiva alta e ensurdecedora, uivos roucos que fizeram a pele dele arrepiar. Ellie tapou os ouvidos com as mãos, tentando bloquear os sons. Ela fechou os olhos com força e respirou fundo. A culpa a assolava como carne viva, mas já fazia um bom tempo que dilacerava sua pele até os ossos.
Ela se levantou em meio à fumaça metálica que saía da porta aberta. Rajadas de fumaça preta e oleosa escapavam e, com base na contração de seu nariz, focos de incêndio surgiram lá dentro. Ninguém havia pedido àquele canalha que trouxesse uma bomba para o interior do estabelecimento, embora ela não conseguisse se livrar do puxão persistente em seus calcanhares que causava problemas aonde quer que fosse. Não como se ela algum dia fosse uma boa filha.
Bernard pairou sobre ela, com a mão estendida.
— Vamos sair daqui.
Ela aceitou a mão áspera e quente contra a dela, e ele a puxou com facilidade. Os músculos do homem se contraíram com o movimento, fazendo com que o tecido das mangas dele se enrugasse. Aqueles olhos escuros traziam uma intensidade sedutora enquanto ele a erguia como se pesasse pouco mais do que uma folha seca.
— Minha casa ou a sua? — Ellie falou devagar, as palavras saindo muito mais sensuais do que o previsto.
Ela não costuma ceder a impulsos urgentes, embora os sentisse aqui e ali.
O canto da boca dele se contraiu, revelando um sorriso delicioso emoldurado pelo bigode e barba pretos e grossos.
— Que tipo de cavalheiro eu seria se não acompanhasse uma dama até em casa? — ele lançou um olhar rápido para a taverna detrás deles, uma primeira chama dourada tremeluzindo no interior.
Alguns homens saíam cambaleando pela porta da frente, tossindo e cuspindo.
Alguns podem culpar James Donovan, mas outros apontariam os dedos para ela, e ela não queria ficar por perto para atrair a censura.
Ellie espanou as calças e partiu em um ritmo acelerado ao longo da rua na direção oposta de onde vieram. O cortiço que ela chamava de lar não ficava longe desta taverna, então ela assumiu a liderança. Se o belo oficial quisesse acompanhá-la de volta, ela não reclamaria. Afinal, ela meio que esperava que esta noite terminasse no fundo de um rio ou fosse presa a ferros.
Ela teve mais um vislumbre do Rato Afogado, deixando a culpa lá atrás, para queimar como as vigas que haviam se incendiado. O fogo cintilava nas janelas, e mais e mais homens tropeçaram para fora do bar, alguns sangrando por cortes abertos, enquanto outros tossiam como se tivessem contraído tuberculose. O prédio iria queimar e, talvez, outros próximos, como barris de pólvora esperando por um incêndio. Não que os policiais dessem a mínima, as dificuldades dos pobres nunca preocuparam os homens da lei.
Bernard caminhava ao lado dela, um enigma em um colete feito sob medida e calças compridas. O homem exalava uma masculinidade crua apesar dos suspensórios, algo primitivo que chamou a atenção dela desde o instante em que ele apontou a pistola para ela. Ele poderia ter sido um idiota tenso como a maioria dos gambés com os quais ela se envolvia, mas este detetive continha camadas que ela queria revelar.
— Estou começando a suspeitar que você invoca inimigos toda vez que entra em um lugar novo. — murmurou Bernard, a voz era um timbre rico que ela pensou gostar. O olhar arqueado que ele lançou enviou um arrepio por sua espinha.
— É um dom. — respondeu Ellie. — Considero o tédio abominável.
A respiração dela tornou-se entrecortada. As roupas ainda não haviam secado, a camisa e as calças grudavam na pele com um arrepio profundo. Vigas verdes claras filtravam a luz de uma lamparina a gás quebrada à frente, e as janelas escurecidas dos prédios de dois andares pelos quais passaram a fulminaram com o olhar de condenação.
— Daí a oferta de se juntar à minha caça a um assassino em série? — ele perguntou.
Folhas quebradiças arranhavam os paralelepípedos, um riscar que ecoava como garras. Gemidos vieram do beco mais próximo que eles passaram, mas ela sabia ser melhor não arriscar um vislumbre.
— Testemunhou o grande número de rostos amigáveis que atraio. — respondeu Ellie. — O que o faz pensar que anseio por policiais me perseguindo por esta cidade devido a uma falsidade? — o estômago dela apertou com força. Decerto ela ainda não estava longe demais de merecer perdão. — Além disso, posso ter me envolvido em alguns delitos leves, mas nunca matei a sangue-frio.
— Por que acha que não a arrastei para o cárcere? — Bernard murmurou.
Ela sentiu o cheiro delicioso de pólvora e cedro saindo dele, e a acariciou no núcleo. Atreveu-se a olhar para ele e se viu presa pela maneira como aqueles olhos não apenas deslizaram sobre ela, eles viam através dela.
— Porque você foi vítima de meus encantos multifacetados? — ela provocou, precisando acalmar o elevado tum-tum-tum de seu coração.
— Você é multifacetada. — respondeu ele. — Concordo com isso.
Diversão brilhou nos olhos dele, quase invisíveis à luz medonha da lanterna enquanto eles passavam. Ela já percebera o cortiço espiando por cima dos outros edifícios ao longo do caminho, a apenas alguns quarteirões de distância.
Eles contornaram um canto até a parede do fundo. A velha Susie sentava-se esparramada contra o tijolo, os olhos vidrados na escravidão de qualquer substância que pudesse disparar em suas veias. Benjamin estava parado na entrada dos fundos, fumando seu cachimbo e cuidando da própria vida, como todos faziam na vizinhança.
— Então, agente da lei. — disse Ellie, parando devagar ao encarar Bernard. — Amanhã à noite?
Ele enfiou as mãos nos bolsos das calças, o que destacava aqueles ombros largos e a estatura absoluta do homem. O olhar dela demorou-se na forma como o luar roçava a mandíbula quadrada. Enquanto ela o examinava, ela avistou a bolsa dela pendurada no bolso dele.
Aquele desgraçado de uma figa.
Ellie conteve um grunhido, um estrondo de choque filtrando-se por ela. Quando ele roubou dela? Se ele pensava que iria mantê-la na linha enquanto trabalhassem juntos, ele deveria pensar de novo.
— Encontro você aqui amanhã à noite. — disse Bernard, fazendo uma saudação com os dedos, ele girou o calcanhar enquanto se preparava para ir embora.
Não com o meu aluguel do mês nos bolsos.
Ellie agarrou-o pelo pulso.
Assim que os dedos dela roçaram a pele, ele se virou. Tão perto, ela podia sentir o toque de gim no hálito e o calor que emanava dele. Ela se inclinou e deu um beijo na bochecha dele.
O tempo todo, ela deslizou os dedos para a bolsa. Ellie roçou os lábios contra a pele quente da bochecha, e a respiração dele engatou, o foco nela. Bom. O nó se desfez, e ela puxou a bolsa para