A Posse De Um Guardião. Amy Blankenship

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A Posse De Um Guardião - Amy Blankenship

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o seu próprio destino! Você não precisa se tornar ele! Pense em Kyoko, droga.

      – Kyoko? – Uma lágrima caiu da bochecha de Kamui enquanto ele olhava para baixo e a observava quebrar com a sua cor brilhante. Se ele fosse realmente o seu pai... as suas lágrimas seriam negras como a noite ou carmesim até... não o espectro de luz que ele via agora. Ele imaginou Kyoko lutando contra Hyakuhei e sabia o que tinha que ser feito. A única maneira que ele poderia vencer contra tal mal era se tornando mau... mas ele nunca trairia a sua sacerdotisa dessa forma. Ele a amava muito.

      Shinbe deu um passo para trás da esfera quando ela começou a subir vários metros do chão. A aura azul que o rodeava brilhava como diamantes enquanto a luz interna se tornava tão brilhante que o dominava.

      – Você não pode ter a mim ou a ela. Mais uma vez Hyakuhei... Eu nego você. – Kamui sussurrou assim que a esfera se estilhaçou.

      A vários quilómetros de distância, os olhos de Hyakuhei brilharam vermelhos de raiva quando ele ouviu as palavras de Kamui e ele respondeu: – Você não pode esconder a verdade por muito tempo... você e eu somos o mesmo.

      Shinbe correu para pegar Kamui quando ele caiu. O menino estava desmaiado. Os seus olhos ametistas se arregalaram com o seu sorriso ao ver o brilho colorido que caía das suas asas translúcidas. Ele abraçou Kamui sabendo que tudo ficaria bem... pelo menos por enquanto. De alguma forma, ele tinha esquecido a escuridão mais uma vez.

      – Bem-vindo de volta Kamui. – ele sorriu quando os olhos do rapaz, muitas cores para contar, se abriram para encará-lo em confusão.

      *****

      – Eu simplesmente não entendo... por que Kyou de repente decidiu que quer Kyoko? – Suki andava de um lado para outro irritada porque ela não estava ali ajudando a trazer a sua amiga de volta.

      Sennin esfregou a têmpora enquanto olhava para a filha, – Suki, por favor, sente-se. Está me deixando tonto. – Ele pegou um pedaço de pau e cutucou o fogo enquanto continuava. – Kyou é um guardião... portanto Kyoko está segura com ele. Quanto a ele quere-la... bem, se ele quiser, já está fora das suas mãos.

      Suki virou-se para encarar Sennin. Como assim? Ele não é uma criança. Ele pode controlar o que faz!

      Sennin olhou para o fogo e declarou: – Se foi o sangue do seu guardião que a escolheu, então nem mesmo Kyou tem escolha.

      – O que você quer dizer com ele não tem escolha? – Suki exigiu. – É contra tudo o que os Guardiões defendem tirar esse privilégio de qualquer pessoa, muito menos da sua sacerdotisa. Além disso, se Kyou gostou de Kyoko o tempo todo, então por que ele não disse algo antes, em vez de roubá-la como um ladrão?

      Sennin sorriu, – Pelas mesmas razões que o nosso amigo Shinbe manteve o seu silêncio.

      Suki sentiu o rosto esquentar e se afastou do pai. – Por que Shinbe iria querer ficar quieto sobre gostar de alguém? Ele nunca teve problemas para falar o que pensava antes... ou manter as mãos para si mesmo nesse assunto. – Ela se encolheu.

      – Talvez a razão de Shinbe ter mantido o seu silêncio seja a única coisa que mantém qualquer homem quieto por aquele que eles secretamente adoram... medo da rejeição. – Ele ergueu uma sobrancelha sabendo que falava a verdade.

      Suki olhou para o seu pai como se lhe tivesse crescido uma segunda cabeça. – Você quer dizer que Shinbe ama Kyoko... e nunca teve coragem de dizer-lhe? – O pensamento fez o peito de Suki doer e a vista lacrimejar.

      Suki de repente agarrou a sua cabeça, esfregando o local onde Sennin acabara de acertar o cérebro dela com a sua própria baioneta.

      – Pare de ser idiota, menina. – Sennin murmurou, colocando a baioneta de volta no chão da cabana. – Os jovens e o seu esquecimento. – Ele parou para pensar por um momento... secretamente relembrando sobre os seus próprios momentos “alheios” com a mãe de Suki. – Ah, as memórias.

      *****

      O talismã dentro do mestre dos sonhos ganhou vida quando sentiu Hyakuhei e Kyoko escorregarem dentro das paredes do sono. Foi quando ele ganhou liberdade suficiente para olhar para as duas almas e encontrar coisas que tinham esquecido ou que nunca tiveram o poder de lembrar, o outro lado das suas almas.

      Os olhos negros do demónio do sonho se arregalaram enquanto ele olhava para aquele mundo e trazia as suas vítimas para ele. Mesmo a barreira protetora ao redor da rapariga não era forte o suficiente para mantê-lo fora.

      *****

      Os sonhos eram um enigma estranho, de fato, mas quando você acorda dentro de um sonho, você não sabe mais que ainda está perdido na sua própria mente... isso é além do estranho. Kyoko entrou na mesma névoa, sentindo-se como se ela estivesse envolta num cobertor de calor. Resistindo ao desejo de abrir os olhos, ela se aconchegou mais perto.

      Tudo estava tão quieto, exceto pelo batimento cardíaco que parecia tão forte e calmo pressionado contra o seu ouvido.

      Os seus olhos se abriram sabendo que ela não deveria dormir com ninguém. O olhar assustado de Kyoko entrou em contato com o peito nu. Ela notou os músculos magros sob a pele perfeita e os fios de cabelo comprido e sedoso que caíam em ondas através das suas costelas. O seu olhar curiosamente seguiu as mexas de ébano para cima até o rosto perfeito... Hyakuhei.

      Ela mordeu o lábio inferior sentindo um rubor espalhar-se pelas suas bochechas. O que ela estava a fazer deitada com ele? Vendo que os seus olhos ainda estavam fechados, ela rapidamente olhou para baixo entre eles para se certificar de que ele estava a usar calças. Graças a Deus, além da camisa que faltava, os dois ainda estavam vestidos.

      É apenas Hyakuhei... ele é o meu guardião... certo? Ela se lembrou teimosamente. Tentando lembrar como eles chegaram ali... ela ficou em branco. Na verdade, ela não conseguia se lembrar da última coisa que tinha feito e franziu a testa suavemente enquanto olhava para ele.

      – É isso mesmo... eu estava a cair e ele me salvou. – Os seus lábios se separaram quando os seus olhos se encontraram com os dele, ele estava acordado e olhando em silêncio para ela. A mão dela ainda estava pressionada contra o peito dele. Ela podia sentir o mesmo batimento cardíaco forte e constante que ela tinha ouvido apenas alguns momentos antes. A atenção dela baixou para os lábios dele antes de desviar o olhar com relutância.

      Ela lentamente se sentou, sentindo o olhar dele segui-la enquanto ela o fazia. Agora que eles não estavam mais se tocando, ela se perguntou o vazio frio que correu para roubar o seu calor.

      Hyakuhei a observou acordar e não sentindo medo, ele esperou que ela se levantasse. Ele ansiava por isso. Ele gostava do seu cheiro conflituante... a sua pureza em confronto com a sua própria aura maligna. Os seus olhos escuros foram atraídos para o rosa que agora tingia as suas bochechas. Isso o fez se perguntar o que ela estava pensando. Enquanto a observava absorver a solidão da caverna, percebeu que ela não gostava do confinamento das suas paredes.

      — Onde estamos? – Kyoko se afastou dele para olhar para a pequena abertura da caverna e sentiu um leve medo de ver a escuridão fria que estava além dela. Ela deu um passo hesitante para trás, desejando que ainda pudesse ouvir os seus batimentos cardíacos e sentir a segurança com a qual ela tinha acordado.

      Hyakuhei levantou-se atrás dela e passou os braços firmemente ao redor dela quando sentiu o seu medo aumentar. – Não se preocupe meu animal de estimação.

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