Baralho Lido - Uma Novela Da Justice Security. T. M. Bilderback
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O miúdo de oito anos urinou involuntariamente.
Tentou gritar pelo pai, mas o Lido não conseguia emitir nenhum som. De cada vez que tentava gritar, a voz embargava-se-lhe na garganta. O pânico crescia agora exponencialmente. Quando o jacaré ficou a seis metros de distância, o Lido deu um suspiro profundo e finalmente conseguiu gritar, “PAPA! PAPA!”
O Pierre virou-se, viu a jacaré a aproximar-se do filho e começou a puxar a corda para o barco. Mão a mão, parecia que o homem só conseguia manter o miúdo a uns centímetros do jacaré.
Agora que o Lido tinha reencontrado a voz, não conseguia parar de gritar em horror.
Destemido, o réptil continuou com o seu nado constante em direção ao menino.
Finalmente, o Pierre deu um enorme puxão à corda e puxou o menino um bom metro mais. Deu mais um puxão e o Lido estava a arrastar-se para o lado do barco.
O Pierre pegou na caçadeira e acertou no jacaré entre os olhos.
Lido enchia os pulmões com a respiração aterrorizada.
O Pierre sorriu para o rapaz. “Estás a ver, garçon? Nada para te preocupares!”
Lido olhou para o pai com o ódio a crescer, e soube ali que, um dia, ia matar este homem.
***
ENQUANTO O PATRULHA Limbird conduzia o carro rapidamente através do tráfego, eu avisava a polícia do Aeroporto pelo rádio, explicando o que precisávamos deles. Informaram-me qual o portão que o jato privado iria usar e avisaram-me que o avião estava para aterrar nos próximos vinte minutos.
Isso dava-nos tempo suficiente para encontrar o portão.
O Sam sentava-se muito direito no banco de trás.
Manny continuava agachado no chão do carro. “Oh, meu Deus, quem é que está a tentar matar-me? Porque é que eles me querem matar? Que raio é que se está a passar?”
O Sam disse, “Manny, cala a boca. Tenho a sensação de que quem está a disparar quer-nos matar aos três.”
O Manny ficou em silencio por um momento. “Achas?” Ele olhou para o Sam, e pôs-se de joelhos para olhar para mim. “O que é que vocês sabem? Despejem, gente!”
Olhei para o Manny por cima do ombro. “Mais tarde, Manny. Mais tarde, OK?” Olhei para Limbird. “Está tudo bem, Limbird?”
Limbird sorriu. “Oh, sim. Isto foi, até agora, o mais divertido que tive durante um plantão!”
Abanei a cabeça sem acreditar. Aparentemente o jovem patrulheiro não tinha sido suficientemente alvejado durante a vida.
Olhei lá para fora. Estávamos a entrar no terminal principal. O Limbird desligou as luzes e a sirene e disse, “O que é que eu ponho no meu relatório, Tenente?”
“Ponha o que aconteceu, e direcione quaisquer perguntas para mim ou para o Detetive Tanner.”
“Sim, senhora.”
Dois polícias do Aeroporto dirigiram-se ao carro patrulha e um deles abriu-me a porta. O outro abriu a porta para o Manny e o Sam.
Saímos, agradeci a Limbird, e os polícias do Aeroporto escoltaram-nos para o portão do jato privado. Não houve segurança para atravessar, o que era uma boa coisa. O Manny teria dado um grande choque ao agente da TSA quando abrisse o cobertor para ser revistado.
Ambos os agentes do Aeroporto estavam a postos à porta que conduzia ao portão. Tinha-lhes dado ordens para não deixarem entrar ninguém na sala de espera, até nós partirmos.
Sam sentiu a minha preocupação. “O Joey sabe quem é que está por trás disto?”
O Manny ouviu e disse imediatamente, “Joey? Estão a falar do Joey Justice? Onde é que esse idiota nos meteu agora?”
Deitei ao Sam um olhar que dizia, “Tinhas que abrir essa boca?” O Sam parecia encabulado enquanto eu respondia o melhor que podia à pergunta do Manny. “Ainda não sabemos, Manny. Tudo o que sabemos é que ele nos chamou para a Justice Security. O Sam e eu tínhamos que te trazer. De início, só o Sam e eu íamos lá na sexta-feira, mas aparentemente tornou-se mais urgente depois da tua namorada ser assassinada. Foi quando nos disseram para te trazer.”
Olhámos, quando o jato privado em dois tons de castanho entrou pelo portão.
“Eu sabia. Eu sabia no primeiro minuto em que conheci o Justice que ele ia ser a minha morte.”
“Oh, cala-te e vamos embarcar.”
Levantámo-nos e caminhámos pela ponte suspensa para a entrada do jato. Uma mulher atrativa, mais ou menos da minha idade, estava à nossa espera.
“Olá. Sou a Capitã Gena Trotter, da Justice Security. Serei o vosso piloto hoje. Infelizmente, não tive tempo suficiente para arranjar um copiloto ou uma hospedeira, mas espero que me perdoem.”
Sorri e fiz as apresentações. Quando cheguei ao Manny, expliquei o que se tinha passado, menos a ejaculação, e perguntei se por acaso havia algumas roupas no avião.
“Não, desculpem, não há. Isto não é o tipo de coisa para a qual nos preparamos… pelo menos, não com muita regularidade.”
Subimos a bordo e sentámo-nos.
A Capitã Trotter apontou para o monitor montado na parede na parte da frente do avião. “Assim que estivermos no ar, ligo isto. O Joey já está à espera do outro lado. A linha é segura e ele vai poder explicar-vos o que se anda a passar.”
Agradeci-lhe com um aceno.
A piloto apontou para a parte de trás do avião. “As bebidas estão ali atrás, assim como fruta, queijo e outros snacks. Sirvam-se e eu vou pôr-nos a caminho.”
Assim que Trotter disse “bebidas”, o Manny já se dirigia para as traseiras do avião. Voltou com uma garrafa de Jack Daniels Tennessee Whiskey.
O Manny levantou a garrafa para mim e disse:, “É bom ver um velho amigo no bar.” Deu um longo golo diretamente da garrafa.
O Sam também se tinha servido. Voltou com um prato cheio de pastéis e uma variedade de fatias de queijo. Num dos lados do prato, tinha uma banana pequena e solitária.
Encontrei café previamente feito em copos de almirante. Como bebia o meu preto, não andei à procura de natas ou açúcar.
O avião começou a mover-se para a pista. A voz da Capitã Trotter ouviu-se no altifalante.
“Por favor, sentem-se e apertem os cintos. Agarrem bem nas vossas refeições – vamos subir depressa, e será uma viagem rápida para sul.”
Sentámo-nos, apertámos os cintos e observámos Chicago a desaparecer de vista.
***