Por Ruas Empoeiradas E Solitárias E Outras Histórias. Gift Foraine Amukoyo
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Dedicatória
Isso é para as pessoas que estão passando por caminhos difíceis e equilibrados para alcançar feitos de sucesso na vida. Tudo o que é louvável é o resultado de esforços resilientes.
Para meu avô,
Willie Awerije
Agradecimentos
Devo apreciar as pessoas que me inspiraram a escrever essas sequências de contos. Se não fosse por eles, esta cópia encadernada seria um esboço esquelético da ideia de um escritor. Eme Awerije, Augustina Usman Amukoyo, Egwolo Edith Amukoyo, Adeniyi O. J. Adewole (Arc), e meus amados pais, Sr. e Sra. Amukoyo. Seus notáveis contos populares fazem minha tinta fluir incansavelmente. Obrigada a todos.
Um
Ouro Adormecido
Azuka e seu namorado Jose tiveram filhas gêmeas. Um nascimento que a família dela havia aceitado, foi um erro e a deixaram permanecer na casa da família. Eles não a perdoaram quando ela teve outro par de gêmeos. Ela vivia com um vagabundo desempregado perpetuamente, que se mergulhou em jogos de loteria. Ele era um amante que não fez nenhum esforço para oferecer uma garrafa de Schnapps – um ritual de introdução formal à família.
Quando a maioria das meninas atingia a idade da puberdade, elas começavam a construir seu castelo. Elas imaginavam uma fortaleza dominante adornada com móveis magníficos. Elas se viam como princesas, esperando pelo dia em que seu Príncipe Encantado chegaria. Essas garotas construíam seu palácio no ar, onde os problemas humanos poderiam ser facilmente evitados.
Esse era o sonho da maioria das mulheres, mas o destino poderia ser desfavorável. Eventos infelizes podem ocorrer, obrigando a aceitação de circunstâncias esmagadoras e a assimilação de valores corrosivos.
A mulher abandonada sentou-se no chão nua, enquanto alucinava com suas fantasias da infância. Lágrimas se amontoaram nos olhos de Azuka enquanto ela observava seus filhos dormirem. Eram 2:44 da tarde e eles ainda não tinham acordado da noite passada. Pensando profundamente, sua consciência lutou consigo mesma sobre como os induzira a dormir com uma poderosa mistura de ervas. Ela tinha que fazer isso ou então estaria sofrendo desde a manhã, e eles, inquietamente infelizes. Era a única maneira de evitar que seus filhos acordassem com fome e zangados, como se tornou uma rotina diária por alguns anos.
Ela soluçou em seu trapo sujo, manchada de preto, o resultado do trabalho escasso que assumira de amarrar carvão para os clientes. Ela expeliu o catarro que bloqueava o nariz, e muco preto e espesso jorrou. Os olhos dela afundaram profundamente nas órbitas. Suas bochechas eram afiadas como ossos esculpidos. O pescoço dela enrugou como se estivesse no laço de um carrasco.
As crianças podiam acordar e chorar por comida. Eles estariam mais famintos por terem pulado o café da manhã e o almoço. O olhar em seus rostos famintos rasgaria o coração de Azuka, como fazia todos os dias. Ela não sabia em que porta bater.
– Meus vizinhos agora me consideram uma parasita. Onde vou procurar um emprego que pague melhor ou implorar por ajuda? – ela disse em voz alta.
O último salário que ela recebeu do emprego de faxineira, Jose fugiu com o dinheiro. Seu coração doeu irremediavelmente porque o proprietário exigiu o aluguel, que está atrasado a seis meses. Ele havia avisado que a estrangularia ou a faria se juntar a ele em seu negócio de empacotar lixo fecal até que ela pagasse cada centavo.
Os pais de Azuka a deixaram à própria sorte. Eles romperam laços com ela e as crianças. Ela não ousou pedir ajuda a eles. A lembrança daquele capítulo em sua vida a drenou. Completando a magnitude de seus problemas e a incerteza que zombava dela ao permanecer acordada, ela adormeceu.
O quarto estava escuro. Algo sacudiu Azuka de sua soneca conturbada. Ela ficou de pé cambaleando e caiu no chão frio. Ela usou as mãos para procurar cegamente pelo telefone. Suas mãos o alcançaram sob a velha prateleira vazia de madeira da televisão. Ela pegou o telefone Nokia com lanterna. O telefone estava preso por elásticos para impedir que ele se desmontasse. Ela o ligou, a luz iluminou fracamente a pequena sala. Azuka olhou nervosamente para o relógio na parede. Ela ficou curvada em seus pés. O tempo permaneceu parado exatamente às 2:44 da tarde.
– Oh. Ainda é dia? – Ela checou o telefone para saber a hora exata. Já passava de onze da noite. Ela olhou para o relógio de parede novamente e concluiu que ele havia parado. Azuka pensou que, pela manhã, ela perguntaria à vizinha se ela tinha duas pilhas extras de sobra.
Um mosquito bateu nos ouvidos dela.
– Oh, esse demônio sugador de sangue deve ter extraído o pouco sangue do corpo dos meus filhos. Minhas mãos doem de bater neles até a morte. Também vou pedir inseticidas ao meu vizinho. – Azuka de repente largou o telefone enquanto sua mente ia para o paradeiro de seus filhos.
– Taiwo, Kehinde, Martha, Michael… – Ela correu para a porta, seu trapo velho solto. Suas nádegas magras que uma vez foram quadris curvilíneos ficaram expostas. A mão dela congelou na maçaneta da porta. Ninguém a tinha tocado. A única chave estava em seu buraco.
Ela correu para o canto da sala onde estava o tapete de dormir. Suas mãos caíram sobre os joelhos dobrados enquanto ela os chamava freneticamente. As mãos de Azuka bateram neles como se estivessem correndo em um teclado de piano para iniciar a música, mas cada figura estava imóvel. Eles não emitiram nenhum som enquanto ela se arrastava sobre seus corpos silenciosos.
– Taiye, acorde, Michael, mamãe está chamando, Martha, chame seus irmãos. Eu prepararei comida. Vamos procurar algo para comer. Eu prometo. Meus bebês, por favor, acordem para a mamãe. Acordem! – Não houve palavras ou movimento das crianças.
O choro que ela soltou ao sentir o frio dos filhos acordou a vizinhança. Os vizinhos se reuniram. Ninguém chegou perto para consolar a mãe enlutada que se deitou em seus filhos falecidos.
– Pelo menos agora ela tem apenas uma boca para alimentar – disse uma mulher.
Outro respondeu:
– Sim, apenas seu estômago para alimentar agora. Que Deus a console, e talvez sua família a aceite de volta, agora que as crianças se foram.
Mais vizinhos apareciam para dar os pêsames a Azuka. Ela soluçou e tristemente cantou uma música.
Um ano depois, Azuka podia comer qualquer tipo de refeição que desejava. Ela consumia uma variedade de comida em que podia colocar os dedos. Refeições destinadas aos ricos e pobres estavam à sua disposição. Na lata de lixo de qualquer restaurante local ou exclusivo, ela satisfazia seu apetite. Azuka também servia grandes porções às crianças presas à sua cintura. As bonecas de borracha sem vida pendiam na frente das cavernas espessas de sua feminilidade.
Em uma noite sem estrelas, três homens escalaram silenciosamente uma calçada que abrigava várias lojas improvisadas, uma delas servia como morada de