Por Ruas Empoeiradas E Solitárias E Outras Histórias. Gift Foraine Amukoyo
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– Sim, estou logo atrás, chefe.
– Você pode me chamar de Aristocrata.
Tega sorriu. – Foi bem o que pensei.
Em um beco escuro, eles viram dois ratos brigando. Uma era tão grande quanto um coelho. Em segundos, o maior atacou sua presa até a morte e correu para o amplo buraco que ambos queriam atravessar com pressa.
Eles caminharam pela rua no rápido despertar iluminado com os faróis dos motoristas. Eles seguiram outros pedestres que andavam como robôs até seus vários destinos. Tega ficou surpreso que ninguém olhasse para trás ao ver os veículos buzinando para que eles saíssem do caminho. Eles apenas se separaram galantemente como o mar vermelho e se aproximaram sem olhar.
Eles entraram em um ônibus com destino ao coração de Ikeja. O condutor era um irlandês.
– Ei, Baba, sou leal ao seu governo. – Em uma homenagem a lealdade, Aristocrata tocou o cotovelo na palma da mão para o condutor do ônibus. Aristocrata rapidamente colocou a mão de volta no teto do ônibus e depois sacudiu o condutor pelo pulso porque a mão dele estava cheia de dinheiro.
Viajar no ônibus era perigoso. Alguns morriam porque não podiam pagar a tarifa. Os skatistas também se agarravam aos veículos, movendo as rodas rapidamente com o ônibus por diversão.
Tega olhou com admiração a estrada cheia com vários veículos. Ele ficou encantado com a forma como mil pés podiam andar em um espaço que não era grande o suficiente para cinquenta pessoas. Pedestres carregavam as pernas como se estivessem ensaiando uma passeata em um desfile.
No ônibus, um homem de Deus pregou sermões de arrependimento e preparação para os últimos dias na terra. Ele passava sua mensagem de um alto-falante portátil enquanto uma mulher mascava chiclete fazendo barulho.
A campeã do chiclete e o profeta móvel não respeitavam o fato de que algumas pessoas só precisavam dormir um momento antes de chegarem a seus destinos. O pregador começou a expulsar demônios e doenças que, segundo ele, alguns dos passageiros possuíam.
– Irmão, é um mau sinal rabiscar o nome de alguém com tinta vermelha. Você coloca a vida dessa pessoa em perigo e atrai uma batalha sangrenta com o diabo para alma dele ou dela – disse ele a um jovem que estava anotando detalhes de uma conta bancária no verso de um cartão de visita. O garoto o ignorou e continuou escrevendo.
O pregador continuou: – E quem é você que não semeia na casa do Senhor, porque seus salários ou ganhos são escassos? – Ele esperou o silêncio dos passageiros. – As bênçãos de Deus não dependem do peso do seu dízimo. A partir de agora, você pode ir à sua igreja ou a qualquer lugar de culto que acredite na Bíblia e dar alegremente à casa de Deus. Assim como esse condutor aqui, ele pode dar qualquer coisa do que recebe da viagem para mim e para a vinha do Senhor. Não se defendam das bênçãos de Deus.
– Você, pastor, você também fala de qualquer maneira. Então, meu dinheiro não chega perto dos seus olhos agora. É por isso que eu não gosto de carregá-lo no meu ônibus.
– A paz do senhor pode habitar em sua alma? Você não está feliz por Deus estar usando seu veículo para transmitir sua mensagem pelo discípulo ungido?
O condutor agarrou a lapela da jaqueta do pregador. Ele suspirou: – Você e este casaco de idiota. Não quero ofender a Jesus, não me faça jogá-lo para fora deste ônibus. Por favor, tenha cuidado dentro deste ônibus – ele soltou o pregador. Ele jogou a cabeça para trás para avisar os destinos dos passageiros: – Ikeja Along, Oshodi, Nacional!
O motorista pressionou bruscamente o freio quando um empurrador de caminhão descuidado entrou na estrada. Isso empurrou o pregador que estava de pé. Preservativos caíram de sua Bíblia.
Aristocrata fez sinal para Tega descer ao pé de uma ponte. Eles caminharam para um canto irregular, onde um homem magro estava lendo um livro, com os óculos no nariz.
Ele era o mentor dos ataques que se tornaram uma ameaça na sociedade. Ele havia supervisionado muitos ataques que mataram policiais, despojaram delegacias de armas e munições e também de prisioneiros. Tanto recrutas antigos quanto novos da força policial temem seu codinome. Os que estavam nas áreas fronteiriças oravam fervorosamente por segurança.
Desconhecido pelas forças de segurança que patrulham a estrada todos os dias, o “professor” insano era o “Homem do Terror”. Ele pegou duas pesadas sacolas de couro debaixo da mesa de cozinha e jogou uma em Tega e outro em Aristocrata.
– Vamos. Vou informá-lo de nossas operações no caminho – disse Aristocrata.
– Isso são armas? – Tega perguntou, perplexo.
Aristocrata o calou quando o Homem do Terror, lhe repreendeu cruelmente com seus frios olhos escuros.
Onde a luz do dia brilhava, a escuridão também aparecia. Eles nunca poderiam coexistir. Desenvolvimentos recentes de segurança mantinham perspectivas de segurança notáveis, enquanto a violência física, as pragas psicológicas e médicas ainda eram excessivas na cidade e nos arredores rurais.
Esse conhecimento despertou o medo do desconhecido em muitas pessoas. O Homem do Terror e seus gostos eram uma ameaça para as sociedades. Comerciantes locais e internacionais não podiam fazer negócios em paz. O esconderijo dos criminosos pode não estar muito longe das estações das forças de segurança. Eles poderiam ter um cão de guarda colocado nessas vizinhanças para alertar suas gangues sobre o movimento da polícia.
Aristocrata recebeu uma ligação do revendedor de carros que acabara de vender um carro. Eles foram para tomar o veículo novo de seu proprietário. Tega o levou para uma garagem escondida onde o veículo era modificado.
Tega não fazia ideia de que Aristocrata era um ladrão de carros. Ele pensou que iriam fazer algum trabalho decente em Ikeja. Ele pensou que talvez eles procurassem compradores de telefones, laptops, acessórios ou para reparos e fizessem outros trabalhos estranhos para sobreviver.
Quatro dias depois, Tega se recusou a receber sua parte do dinheiro.
– Não quero me envolver em atividades criminosas. Eles não nos pegaram. Eu tive sorte dessa vez. Minha consciência não vai me poupar se eu me aprofundar no crime. Isso pode me matar. Aristocrata, você pode ter minha parte. – Aristocrata zombou e embolsou o dinheiro.
O empurrador de caminhão de quem Tega contratou seu carrinho de mão ainda não voltou ao mercado. Com o único dinheiro que ele tinha com ele, ele comprou uma garrafa de Coca-Cola e pão de forma.
– Então, este é o tipo de vida que você prefere, não é? – Aristocrata se juntou a ele no banco. – Você prefere se alimentar dessa refeição miserável. – Ele cortou um pedaço do pão. Aristocrata mastigou e engoliu um pouco da garrafa de Coca-Cola. – Por que você não se junta a mim no meu trabalho, você é um ótimo motorista.
– Não, cara, eu não quero me envolver com esse tipo de coisa. Eu só quero trabalhar o suficiente para que eu possa pelo menos sair dessas ruas.
– Se você trabalhar nesse ritmo, nunca poderá sair deste lugar até ficar velho como aquele homem barbudo cinza vendendo maçãs. – Ele apontou para um velho com uma bandeja de maçãs verdes na cabeça. Sua bolsa de dinheiro estava