As Vozes Da Luz. Aldivan Teixeira Torres
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Читать онлайн книгу As Vozes Da Luz - Aldivan Teixeira Torres страница 6
—De onde é você mesmo?
—Sou natural de Arcoverde-PE e você?
—De Ibimirim mesmo. Diga-me, qual vosso interesse no povoado?
—Nada de especial. Vou visitar um amigo que conheci e buscar uma nova história.
—História? Você é escritor?
—Sim. Sou autor da série o vidente que já tem quatro livros prontos.
—Ainda não ouvi falar. Quais os títulos e temas dos livros?
—Forças opostas o mistério da gruta é o livro de estreia que tem como pano principal a luta por um sonho e uma viagem no tempo buscando corrigir injustiças, ajudar alguém a se encontrar e reunir as forças opostas desequilibradas. O segundo título denomina-se a noite escura da alma e foi inspirada num momento difícil e crítico da minha vida. Traz como lição principal a força do perdão e a recuperação mesmo nas situações mais difíceis. “O encontro entre os dois mundos” é uma viagem ao passado buscando encontrar suas origens. Trata dos dons, da luta contra as elites e as injustiças e o valor da persistência. Por último, conclui recentemente “o testamento-o código de Deus” que traz a história de Phillipe, um ser humano marcado por uma grande tragédia, e seu encontro com um Javé-diferente das concepções tradicionais-que é capaz de mudar sua visão de mundo e dar-lhe as ferramentas necessárias para retomar sua vida. É o livro mais importante da humanidade.
—Muito interessante. Tem algum exemplar aí com você?
—Tenho o primeiro.
Aldivan vasculha por um instante a sua mala, encontra o livro e o entrega a Wellington. Como ele está ocupado o guarda no compartimento ao seu lado. Retoma então a conversa.
—Gosto muito de ler. O que não tenho é tempo pois trabalho o dia inteiro, mas na minha primeira folga lerei o seu livro. Eu prometo.
—Obrigado.
—De nada.
A conversa instantaneamente para e então os dois concentram-se nos seus respectivos ofícios. Enquanto Wellington dirige, o filho de Deus presta atenção na paisagem totalmente desconhecida. Logo à frente, a estrada converge próximo ás margens de um grande açude, tão grande que não se via fim. Aldivan não contem a curiosidade.
—Qual é o nome deste açude?
—Chama-se Poço da Cruz, o maior do estado.
—Caramba! Muito grande mesmo. Mas parece meio seco.
—Consequências das estiagens recentes e do uso irracional da água. No passado, gerou muita renda para região através de projetos de irrigação.
—Ahan, que pena que praticamente secou. Mas a natureza é sábia.
—Isto é o Nordeste. Temos que conviver com este problema, a estiagem, acredito que por muito tempo pois muitos projetos importantes do governo ainda não foram concluídos.
—Concordo. Mas não devemos só esperar ação do governo. Precisamos lutar com nossas armas.
—Quais, por exemplo?
—Uso racional da água, construção de cisternas, furar poços, ser um cidadão atuante na sociedade. Entre outros exemplos.
—Vou fazer isso.
—Ok.
Nova pausa na conversa. Continuam seguindo a estrada de terra com suas curvas e linhas retas, circundados agora tanto pelo rio Moxotó quanto pelo açude poço da cruz. Ao fundo, pequenas elevações de terra cobertas de caatinga, vegetação típica da região. O vidente impressiona-se cada vez mais com a beleza local, uma Europa no semiárido nordestino. Brasil que merece ser visitado e graças a sua profissão surgira esta oportunidade única.
Continuam avançando celeremente na estrada batida de chão circundando o rio Moxotó e o açude poço da cruz dos lados esquerdo e direito respectivamente. Durante o restante do percurso, retomam o bate papo legal entre os dois envolvendo vários assuntos a fim de se distrair. Com isto, nem percebem o largo tempo que se passa.
Exatamente uma hora depois concluem o percurso chegando ao rústico povoado formado por apenas uma rua central com casas espalhadas aqui e ali. Param no meio do povoado, o vidente paga a passagem, promete ligar para ele quando fosse voltar e finalmente se despede. Imediatamente o carro faz o retorno e agora Aldivan estava sozinho exceto a companhia invisível do seu pai que o protegia continuamente. O destino estava prestes a se revelar.
Caminha alguns metros, observa o relógio e verifica que são quase 11:00 Hs. Apressa então o passo e entra numa mercearia a fim de pedir informações. Adentra no estabelecimento que é composto apenas por um vão simples preenchidas pelo balcão e prateleiras contendo alimentos. Pede licença e vai falar com a única atendente disponível no momento.
—Oi, tudo bom? Meu nome é Aldivan e queria saber a localização da casa de Emanuel. Conhece?
—Meu nome é Pâmela. Sim, conheço Emanuel. Ele mora num casebre no final da rua no número trinta e cinco. É só seguir em frente. Posso saber por que vai procurá-lo?
—Sou amigo dele, mas o motivo que me trouxe aqui é particular.
—Ah, entendi. Desculpa.
—Não foi nada. Obrigado pela informação. Tchau.
—Tchau.
Sem mais, o filho de Deus sai do estabelecimento, volta a caminhar nas ruas e segue as orientações de Pâmela.Com cinco minutos já chega ao destino, um casebre baixo, feito de pau a pique cheio de rachaduras nos seus quatro metros de largura com seis de comprimento e dois de altura. Com alguns passos, encosta na porta e neste instante o seu coração acelera. O que o esperava? Sua intuição se confirmaria ou estaria diante de uma nova frustração? Estariam em casa? Estas e outras indagações passaram velozes por sua mente e só seriam resolvidas no momento em que tomasse coragem e batesse. E é exatamente o que nosso augusto personagem o faz com firmeza. Bate uma, duas, três vezes. Na última tentativa é que houve arrastar de chinelos. Alguém se aproximava.
Um instante depois, a porta se abre e de dentro dela surge um ancião de cor branca, sessenta anos aproximadamente, estatura média, corpo musculoso, mas normal, cabelos brancos sem tingimento, feições bonitas, mas enrugadas pelo tempo, usava calção largo, sandálias tipo praia e camisa de malha. Ao deparar-se com o filho de Deus lança um olhar misterioso e indaga:
—Quem é o senhor? O que procura?
—Meu nome é Aldivan Teixeira Tôrres e procuro um jovem chamado Emanuel. Ele mora aqui?
—Aldivan? Ah, sim. Emanuel é meu filho e ele o mencionou em uma conversa. Desculpe o jeito. Entre. A casa é simples, mas está sempre aberta para os amigos do meu filho.
—Obrigado. Licença.
Aldivan