As Vozes Da Luz. Aldivan Teixeira Torres
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Читать онлайн книгу As Vozes Da Luz - Aldivan Teixeira Torres страница 7
O anfitrião oferece um tamborete ao visitante e com bom grado o mesmo aceita. Como ainda estava cheio de dúvidas, Aldivan entra em contato novamente.
— Qual é o nome do Senhor?
—Messias Escapuleto.Minha família é de origem italiana.
—Ahan, que legal. E o Emanuel? Onde está?
—Está trabalhando, mas em breve chega. Olha, você poderia me dar licença? Estou com uma panela no fogo e tenho que cuidar senão a comida queima.
—Claro, à vontade.
Messias afasta-se por um momento. É o suficiente para o filho de Deus dar uma espiada melhor em volta. O que vê era a realidade de ainda muitos brasileiros que viviam na extrema miséria e isto aumenta mais a admiração por aqueles personagens. O fato de serem pobres não queria dizer que não se esforçassem por ter uma vida melhor pelo pouco que conhecia deles.
Um instante depois, Messias volta do que seria a cozinha com o intuito de fazer companhia à visita após terminar de preparar o almoço. Senta num tamborete ao seu lado e com gentileza retoma a conversa.
—Você é de onde mesmo?
—Sou natural de Arcoverde-PE e o senhor?
—Como disse minha família provém da Itália, região da Sicília. Após uma recessão em seu país meu avô e minha avó migraram para cá em busca de melhores condições de vida. Fixaram inicialmente residência no Sudeste, no interior de São Paulo. Prosperaram com o cultivo de café, mas após graves desentendimentos por lá tiveram que fugir e o destino escolhido foi o Nordeste. Herdei este barraco dos mesmos.
—Caramba! Quanta história! Você deve sentir orgulho.
—Sim. Tenho orgulho de ser honesto, íntegro e dedicado. O resto não me importa.
—Eu também. Somos parecidos.
Os olhos de seu Messias brilham pois algo estranho estava acontecendo: uma estranha química entre os dois apesar de não se conhecerem. Antes que voltassem a conversar, alguém bate à porta, ele pede licença e vai atender. Ao abrir a porta, depara-se com seu filho e juntos adentram no casebre.
Ao perceber a presença de Aldivan, Emanuel vai imediatamente cumprimentá-lo com um grande abraço. O vidente retribui o carinho. Seu Messias intervém:
—Vamos almoçar que a comida está esfriando.
Aldivan e Emanuel concordam. Estavam realmente sedentos de fome e não podiam mais esperar. Atendendo a convocação do chefe da casa, pegam seus tamboretes e os colocam à beira da mesa. Enquanto isso, Messias vai buscar a comida que estava em cima do fogão.
Em questão de segundos, ele volta e começa a servi-los. O cardápio era feijão com farinha, arroz e ovos estrelados e ninguém reclama. Pior era ficar com fome. Ao final, ele também se serve, senta-se à mesa e juntos os três começam a alimentar-se. O ambiente era propício ao triálogo e é isto que ocorre momentos depois.
—O que está achando do nosso querido povoado? (Emanuel)
—Muito simpático. Gosto do ar puro do campo e da tranquilidade. (O filho de Deus)
—Que bom. Eu pedi para que viesse aqui pela nossa proposta: O de escrever uma nova série instigante. (Emanuel)
—Sim. Qual sua ideia? (O filho de Deus)
—Sua presença é importante. Quero que me ajude a convencer a meu pai a revelar-se. (Emanuel)
—Como assim? O que esconde seu Messias? (Interessou-se o filho de Deus)
—Bobagens desse garoto. Não ligue. (Tentou esquivar-se o velho)
—Bobagens? E o que são aquelas luzes que espargem sobre o seu corpo á noite? E o fato de nunca ter conhecido minha mãe ou até mesmo o porquê de você nunca avançar na idade? (Replicou Emanuel)
—Como assim? (Espantou-se o vidente)
—É o que eu disse. Desde que eu era pequeno o conheci do jeito que ele é hoje. Pode falar, pai. Ele é o filho de Deus, digno de confiança. (Pediu Emanuel)
Messias enrubesce. Em sua longa vida nunca alguém o colocara contra a parede daquela forma. Será que estava na sua hora? Antes que pudesse resolvesse responder, investiga a aura do visitante usando seu poder secreto e fica espantando com o que constata. Ali, em sua frente, estava o ser mais puro do universo sem nenhuma mácula visível. Seria o mestre da luz prometido por Javé? Só havia uma forma de descobrir: Colocá-lo em teste e verificar a autenticidade do seu caráter.
—Tudo bem. Você venceu. Sou diferente sim e acho que tenho uma missão junto a vocês. Porém, quero a prova de que é mesmo o filho de Deus. (Sentenciou ele)
—O que devo fazer? (O vidente)
—Ficarás conosco por sete dias num treinamento comigo. Você e meu filho. Se forem aprovados, terão o necessário para iniciar a vossa série. (Messias)
—Está bem. (O filho de Deus)
—Uma troca justa. (Observou Emanuel)
—Agora cuidemos da comida. (Messias)
O almoço continua seguindo na paz. Ao término, o filho de Deus telefona para seu chefe e para casa avisando que vai ficar afastado dê suas funções por sete dias. Após, guarda sua mala e vai descansar um pouco num colchão improvisado. A sorte estava lançada.
Duas horas depois, o vidente é acordado por seus dois novos amigos. Ainda um pouco atordoado, levanta-se e então o contato é retomado.
—Está pronto, Filho de Deus? (Messias)
—Acho que sim. O que temos para hoje? (O filho de Deus)
—O nosso desafio é testar vossas potencialidades em sete pilares: Amor, misericórdia, justiça, caridade, tolerância, paciência e fé. Eu tenho uma suposição e quero tirar a prova. (Respondeu Messias)
—Entendi. Estou à disposição- respondeu ele.
—Pai, não me diga que está pensando que...? E se ele morrer? (Emanuel)
—Não se preocupe. Eu quase nunca me engano. (Messias)
—Assim eu espero. (Emanuel)
—Acho muito bom. Não me importo em correr riscos. (O filho de Deus)
—Muito bem. Acompanhem-me. (Messias)
Messias aproxima-se de sua cama de capim, abaixa-se e retira uma bolsa embaixo da cama. Abre o zíper principal retirando lá de dentro um grande cordão com crucifixo de ouro. Senta no móvel e faz sinal para que os outros façam o mesmo. Começa então a explicar: