Destinada . Морган Райс

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Destinada  - Морган Райс Memórias de um Vampiro

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também se sente um pouco aliviada: de todos os lugares e anos em que poderia estar, a Itália de 1790 não lhe parece tão mal, – não é como a pré-história.

      “Por que aquelas pessoas estavam tentando me matar? E quem é você?”

      “Apesar de todos os nossos avanços, ainda vivemos em uma época primitiva e supersticiosa,” ele responde. “Mesmo nessa época de luxo e decadência, há milhares de plebeus que ainda vivem com medo de nós.”

      “Veja bem, o pequeno vilarejo de Assis sempre foi um reduto do nosso povo. Ele é frequentado por vampiros, e sempre foi. Nosso grupo se alimenta apenas de animais.  Ainda assim, com o tempo, os aldeões começaram a perceber.”

      “Às vezes eles veem um dos nossos. E quando isso acontece, a situação se torna intolerável.  Então, vez ou outra, deixamos que nos enterrem.  Deixamos que sigam os tolos rituais humanos, deixando que pensem que estão se livrando de nós.  E quando não estão olhando, levantamos e retomamos nossa vida.”

      “Mas às vezes, um vampiro levanta cedo demais, ou é visto quando se levanta, e lá vêm os plebeus de novo. Vai passar, – essas coisas sempre passam; trazem atenção indesejada para a nossa raça, mas apenas momentaneamente.”

      “Lamento muito,” Caitlin diz, sentindo-se mal pela situação.

      “Não se preocupe,” ele responde, “esta foi sua primeira viagem no tempo. Você não pôde evitar, é preciso tempo até se acostumar. Mesmo os melhores de nós não conseguem controlar o despertar muito bem. É sempre difícil prever exatamente onde e quando ressurgiremos; você se saiu bem,” ele completa, colocando a mão gentilmente sobre a dela.

      Eles atravessam outro corredor, este mais baixo, com o teto arqueado.

      “Além disso, não foi tão mal assim,” finaliza ele. “Afinal de contas, você sabia o suficiente para vir até aqui.”

      Caitlin se recorda que tinha visto a igreja enquanto corria pelo campo.

      “Mas apenas me pareceu o lugar lógico aonde ir,” ela responde. “É o primeiro prédio que vi, e parecia uma fortaleza.”

      Ele sorri, negando com a cabeça. “Não existem coincidências no mundo vampiro,” diz ele. “Tudo está destinado a acontecer. Um prédio que lhe pareça seguro pode parecer frágil para outra pessoa. Não, você escolheu este lugar por um motivo, um motivo bastante específico. E você foi conduzida até mim.”

      “Mas você é um padre.”

      Ele balança ligeiramente a cabeça. “Você é ainda muito jovem, e ainda tem muito a aprender. Nós temos nossa própria religião, nossas próprias crenças. Não diferem muito do que prega a igreja, é possível ser um vampiro e ainda assim, manter uma vida religiosa. Especialmente os vampiros como nós,” ele fala. “Eu até ajudo os humanos com suas vidas espirituais e cotidianas. Afinas de contas, tenho o benefício de milhares de anos de vida neste planeta e a experiência que a acompanha – diferente dos padres humanos. Por sorte, os humanos que conheço não sabem que não sou como eles. Tudo o que sabem é que sou o padre da cidade, e que sempre fui.”

      A mente de Caitlin se confunde quando ela tenta absorver tudo aquilo. A ideia de um padre vampiro lhe parece um paradoxo. E ideia de uma religião vampire, trabalhando de dentro da igreja… tudo aquilo lhe parece muito estranho.

      Por mais fascinante que fosse tudo aquilo, ela realmente não quer saber sobre vampiros, ou igrejas e religião. Ela quer notícias de Caleb: Ele tinha sobrevivido à viagem? Estava vivo? Onde estava ele?

      E ela precisa desesperadamente saber sobre o filho deles: Ela ainda estava grávida? O bebê tinha sobrevivido?

      Ela se concentra nas perguntas com força, e espera que o padre consiga ler seus pensamentos e respondê-las.

      Mas ele não faz isso.

      Ela sabe que ele tinha lido seus pensamentos e está escolhendo não tirar suas dúvidas.  Ele quer que ela fale, e provavelmente sabe que são perguntas que ela teme fazer-lhe.

      “E o que aconteceu com Caleb?” ela finalmente pergunta, com a voz embargada. Ela está nervosa demais para perguntar pelo bebê.

      Ela olha pra ele e vê que se sorriso desaparece, e uma leve preocupação cruza o seu olhar.

      O coração de Caitlin se aperta.

      Por favor, ela pensa. Por favor, não me dê más notícias.

      “Algumas coisas você vai ter que descobrir sozinhas,” ele fala lentamente, “e outras eu não devo lhe. É uma jornada que você deve fazer sozinha. Apenas você.”.

      “Mas ele está aqui?” ela pergunta esperançosa. “Ele sobreviveu?”

      O padre, caminhando ao lado dela, cerra os lábios. Ele deixa a pergunta pairar no ar, sem resposta, por um tempo aparentemente interminável.

      Finalmente, eles param diante de outro lance de escada, e ele se vira e olha para ela.  “Gostaria de poder lhe dizer mais,” ele diz. “Eu realmente gostaria.”

      Virando-se, ele ergue a tocha, e lidera o caminho por outra pequena escadaria.

      Eles adentram um longo corredor arqueado, com teto dourado e detalhadamente decorado.  Eles eram inteiramente cobertos por afrescos multicoloridos, e entre eles há arcos pintados a ouro. O teto brilha.

      E o chão também. Ele é lindo, de mármore rosa, e parece ter sido limpo recentemente.  O nível subterrâneo da igreja é maravilhoso, assemelhando-se a uma sala de tesouro medieval.

      “Nossa,” Caitlin diz em voz alta. “Que lugar é esse?”

      “É um lugar de muitos milagres: Você está na igreja de São Francisco de Assis. Este é também o seu local de descanso, um lugar muito sagrado para nossa religião. As pessoas – tanto humanos como vampiros – peregrinam até aqui, viajando milhares de quilômetros, apenas para estar exatamente neste local. Francisco era o santo dos animais, e também o santo de todas as criaturas que não fazem parte da raça humana – incluindo o nosso povo. Acredita-se que milagres ocorram aqui; somos protegidos neste lugar, pela energia dele.”

      “Você não veio parar aqui por acidente,” continua ele. “Este lugar é um portal para você.  O local de partida para que você comece a sua jornada, sua peregrinação.”

      Ele se vira para ela.

      “O que você ainda não conseguiu compreender,” ele diz, “é que você está em uma busca. Algumas peregrinações levam anos, e muitas, muitas milhas.”.

      Caitlin pensa. Tudo aquilo é muito para assimilar.  Ela não quer estar em uma busca. Ela quer voltar para casa, com Caleb, em segurança no século XXI, com tudo isso no passado. Ela está cansada de viajar, de sempre estar fugindo, sempre em busca de algo.

      Mas ela não se permite pensar assim. Isso não estava ajudando, ela sabe. As coisas haviam mudado – permanentemente – e elas nunca seriam as mesmas novamente. Ela sabe que mudanças fazem parte de sua vida agora. Ela não tem a mesma idade da velha, e entediante, Caitlin humana. Ela é mais velha agora, mais sábia.  E quer quisesse ou não, ela estava em uma missão muito especial, – e simplesmente teria que lidar com isso.

      “Mas qual é a minha busca?”

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