Um Juramento de Irmãos . Морган Райс

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Um Juramento de Irmãos  - Морган Райс Anel Do Feiticeiro

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diz. "Se eu o soltar, todos nós morreremos."

      "Eu não me importo," responde Ario, "ele não fez mal algum para você. Ele não deve morrer."

      Merek, desafiador, se levanta lentamente e encara Ario. Ele se aproxima dele.

      "Você tem metade do meu tamanho, garoto," dispara Merek, "e eu tenho uma adaga. Não me provoque."

      "Eu posso ter metade do seu tamanho," Ario responde calmamente, "mas sou duas vezes mais rápido. Aproxime-se de mim e eu arrancarei essa adaga de suas mãos e cortarei o seu pescoço antes que você possa terminar o seu golpe."

      Godfrey se espanta com aquele diálogo, principalmente por que Ario é geralmente tão calmo. Tudo aquilo é surreal. Ele não pisca ou movimenta qualquer músculo e fala como se estivesse tendo a conversa mais calma de sua vida. E isso torna suas palavras ainda mais convincentes.

      Merek também deve ter percebido isso, pois ele não se move. Godfrey sabe que precisa intervir o mais rápido possível.

      "Nosso inimigo não está aqui," Godfrey fala, aproximando-se e abaixando o braço de Merek. "Ele está lá fora. Se começarmos a nos enfrentar, não teremos qualquer chance contra eles."

      Por sorte, Merek permite que seu braço seja abaixado e decide guardar sua adaga.

      "Vamos logo," continua Godfrey. "Todos vocês. Peguem e vistam as roupas deles. Somos Finianos agora."

      Eles tiram as roupas dos Finianos e vestem os mantos e capuzes vermelhos.

      "Isso é ridículo," comenta Akorth.

      Godfrey o examine e vê que sua barriga é grande demais e que ele é muito alto; o manto é curto e está expondo os tornozelos deles.

      Merek dá uma risadinha.

      "Você deveria ter bebido menos," ele fala.

      "Eu não vou vestir isso!" Akorth diz.

      "Isso aqui não é um desfile de modas," Godfrey responde. "Você prefere ser descoberto?"

      Akorth concorda com má vontade.

      Godfrey fica parado por um instante e olha para o seu grupo, vestindo aqueles mantos vermelhos, no meio daquela cidade hostil, cercado por forças inimigas. Ele sabe que suas chances são poucas na melhor das hipóteses.

      "E agora?" pergunta Akorth.

      Godfrey se vira e olha para a saída do beco, de volta para a cidade. Ele sabe que a hora havia chegado.

      "Vamos ver qual é a onda da tal Volúsia."

      CAPÍTULO CINCO

      Thor fica na proa do pequeno barco e Reece, Selese, Elden, Indra, Matus e O'Connor se sentam atrás dele sem remar, sabendo que com aquele vento misterioso qualquer esforço será inútil. Thor sabe que vento os levará para onde ele quiser e nenhum remo fará qualquer diferença. Thor olha para trás por cima do ombro, vê os enormes penhascos pretos que marcam a entrada para a Terra dos Mortos desaparecendo atrás e se sente aliviado. É hora de olhar para a frente, hora de encontrar Guwayne para começar um novo capítulo em sua vida.

      Thor olha para trás e vê Selese sentada no barco segurando a mão de Reece; ele tem que admitir aquilo o deixa abalado. Thor fica emocionado ao vê-la de volta à terra dos vivos novamente e emocionado ao ver seu melhor amigo tão exultante. Mas ele também tem que admitir que aquilo lhe causa uma sensação estranha. Ali está Selese, que havia morrido, agora trazida de volta à vida. Ele sente como se ele e seus amigos tivessem de alguma forma mudado a ordem natural das coisas. À medida que ele a examina, Thor notou que ela tem uma pele translúcida, uma qualidade etérea, e mesmo que ela esteja realmente ali, em carne e osso, ele não pode consegue deixar de vê-la como uma pessoa morta. Ele não consegue deixar de se perguntar se ela realmente está de volta e quanto tempo ela ficará ali antes de voltar para a Terra dos Mortos.

      Reece, por outro lado, claramente não vê as coisas dessa forma. Ele está totalmente apaixonado por ela e Thor vê seu amigo feliz pela primeira em muito tempo. Thor consegue entender: afinal, quem não gostaria de uma chance de corrigir seus erros, de reparar os erros do passado, de rever alguém que já se foi? Reece aperta a mão dela, olhando em seus olhos, e ela acaricia o seu rosto quando ele a beija.

      Thor percebe que os outros parecem perdidos, como se tivessem ido para as profundezas do inferno, um lugar que não conseguem facilmente apagar de suas mentes. Os efeitos demoram a passar e Thor também pode senti-los causando flashbacks em sua mente. Uma aura de melancolia toma conta do barco à medida que todos eles lamentam a perda de Conven. Thor, especialmente, continua revirando sua mente e pensando se há alguma coisa que ele poderia ter feito para impedi-lo. Ele olha para o mar, observando o horizonte cinza e o oceano sem limites, e se pergunta como Conven pode ter tomado a decisão que havia tomado. Ele entende a profunda tristeza de Conven pela perda de seu irmão, mas Thor nunca teria tomado aquela decisão. Thor percebe que ele está sofrendo pela perda de Conven, cuja presença sempre tinha sido sentida, que sempre havia estado ao seu lado desde seus primeiros dias na Legião. Thor se lembra de tê-lo visitado na prisão, de tê-lo convencido a dar uma segunda chance para a vida; ele se lembra de todas as suas tentativas para animá-lo, para tirá-lo daquela situação e trazê-lo de volta à vida.

      No entanto, Thor percebe, não importa o que ele tenha feito, ele nunca havia conseguido trazer Conven completamente de volta. A melhor parte de Conven sempre tinha sido o seu irmão. Thor se lembra do olhar no rosto de Conven ao ser deixado para trás. Aquele não tinha sido um olhar de arrependimento; o olhar de Conven tinha sido um olhar de pura alegria. Thor sente que ele está feliz e sabe que não deve ficar muito triste. Conven tinha tomado a sua própria decisão e isso é mais do que a maioria das pessoas neste mundo é capaz de fazer. E depois de tudo, Thor sabe que eles se encontrarão novamente. Na verdade, talvez Conven seja o único que estará esperando para cumprimentá-lo quando sua hora finalmente chegar. A morte, Thor sabe, está chegando para todos eles. Talvez não hoje ou amanhã. Mas um dia.

      Thor tenta sacudir aqueles pensamentos sombrios; ele olha para longe e se força a se concentrar no oceano, vasculhando as águas em todas as direções enquanto procura por qualquer sinal de Guwayne. Ele sabe que é provavelmente inútil procurá-lo ali, no mar aberto, mas ainda assim, Thor é tomado por um otimismo recém-descoberto. Ele sabe, ao menos, que Guwayne está vivo e isso é tudo que ele precisa. Ele fará o que for preciso para encontrá-lo novamente.

      "Onde você acha que esta corrente está nos levando?" pergunta O'Connor, inclinando-se sobre a borda do barco e deslizando as pontas dos dedos na água.

      Thor estende a mão e também toca a água quente; a água passa rápido por eles, como se o oceano não pudesse esperar para levá-los onde quer que eles estivessem indo.

      "Desde que seja longe daqui, eu não me importo," diz Elden, olhando assustado por cima do ombro na direção dos penhascos.

      Thor ouve um barulho estridente acima deles e, ao olhar para cima, fica emocionado ao ver sua velha amiga Estófeles voando no céu acima deles.  Ela mergulha no ar acima deles e, em seguida, volta para o ar. Thor tem a sensação de que ela está tentando guiá-los, incentivando-os a segui-la.

      "Estófeles, minha amiga," Thor sussurra para o céu. "Seja os nossos olhos e leve-nos até Guwayne."

      Estófeles grita de novo, dando sua resposta, e abre suas grandes asas. Ela se vira e voa para o horizonte, na mesma direção em que a corrente os está

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