Um Voto De Glória . Морган Райс

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Um Voto De Glória  - Морган Райс Anel Do Feiticeiro

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vasto.”

      “E se o Império já descobriu como lidar com ela?” Perguntou Elden com sua voz profunda, chegando perto deles.

      “E se a gente encontrá-la, mas não puder trazê-la de volta?” Perguntou Conven.

      O grupo ficou ali, oprimido por tudo o que estava diante deles, pelo mar de perguntas sem resposta. Aquela viagem era uma loucura, Thor sabia.

      Uma loucura.

      CAPÍTULO QUATRO

      Gareth passeava sobre os pisos de pedra da biblioteca de seu pai, era uma pequena câmara no último andar do castelo, a qual seu pai havia mantido com muito carinho. Gareth pouco a pouco estava se encarregando de reduzi-la a pedaços.

      Gareth ia de estante em estante puxando para baixo os volumes preciosos, livros antigos encadernados em couro que estavam na família há séculos. Ele destroçava as encadernações e rasgava as páginas em pedacinhos. Enquanto ele os jogava pelos ares, eles caíam sobre sua cabeça como se fossem flocos de neve, se aderiam ao seu corpo e a baba que escorria pelo seu rosto. Ele estava determinado a destroçar até a última coisa daquele lugar que seu pai tanto havia amado, um livro de cada vez.

      Gareth correu para uma mesa de canto, pegou seu cachimbo de ópio e com as mãos trêmulas inalou fortemente o que restava nele, precisando de uma tragada mais do que nunca, naquele momento. Ele estava viciado e fumava cada minuto que podia, determinado a bloquear as imagens de seu pai. Elas o perseguiam em seus sonhos e agora faziam isso até mesmo quando ele estava acordado.

      Quando Gareth baixou o cachimbo, ele viu seu pai de pé diante dele, seu aspecto era o de um cadáver em decomposição. Cada vez que o cadáver aparecia estava mais deteriorado, era mais osso do que carne; Gareth desviou o olhar da terrível visão.

      Gareth costumava tentar atacar a imagem, mas ele aprendeu que isso não adiantava nada. Então, agora ele apenas virava a cabeça e olhava constantemente para longe. Era sempre a mesma coisa: o seu pai usava uma coroa enferrujada, sua boca estava aberta, seus olhos o fitavam com desprezo e seu dedo sempre esticado apontava acusadoramente para ele. Sob aquele olhar terrível, Gareth sentia que seus próprios dias estavam contados, sentia que era apenas uma questão de tempo até que ele se juntasse ao pai. Gareth odiava vê-lo mais do que qualquer coisa. O benefício extra que Gareth obteve ao assassinar seu pai tinha sido o fato de que ele não precisaria ver o rosto dele novamente. Mas agora, ironicamente, ele o via mais do que nunca.

      Gareth virou-se e atirou o cachimbo de ópio na aparição, na esperança de que se ele o jogasse com rapidez suficiente, o cachimbo poderia realmente atingi-la.

      Mas o cachimbo simplesmente voou pelos ares e bateu contra a parede, despedaçando-se. Seu pai ainda estava ali e olhava para ele.

      “Essas drogas não irá ajudá-lo agora.” Seu pai ralhou.

      Gareth não aguentou mais. Ele avançou para a aparição com as mãos estendidas pronto para arranhar o rosto de seu pai; mas como sempre, ele não encontrou nada além de ar. Dessa vez ele saiu tropeçando pelo quarto, colidiu com força na mesa de madeira de seu pai e desabou no chão junto com ela.

      Gareth rolou no chão, sem fôlego, ele olhou para cima e viu que tinha cortado seu braço. O sangue escorria pela sua camisa, ele olhou para baixo e percebeu que ainda usava o camisolão com a qual tinha dormido durante dias; na verdade, ele não tinha trocado de roupa há semanas. Ele olhou de relance para o seu reflexo e viu que seu cabelo estava totalmente desgrenhado; ele parecia um bandido qualquer. Uma parte dele mal podia acreditar que tinha caído tão baixo. Mas outra parte dele já não se importava mais. A única coisa que restava dentro dele era um desejo ardente de destruir – destruir qualquer resquício de seu pai, ou do que ele alguma uma vez havia sido. Ele gostaria de ver aquele castelo arrasado e com ele toda a Corte do Rei. Seria a vingança pelo tratamento que ele havia suportado quando criança. As lembranças estavam presas dentro dele como um espinho que não podia sair. A porta do escritório de seu pai se abriu de par em par e por ela passou correndo um dos assistentes de Gareth, ele olhava para baixo com medo.

      “Majestade.” O atendente disse. “Eu ouvi um estrondo. Vossa Majestade se encontra bem? Vossa majestade está sangrando!”

      Gareth olhou para o jovem, com ódio. Gareth tentou ficar de pé e lançar-se sobre ele, mas escorregou em algo e caiu de costas para o chão, desorientado desde sua última tragada de ópio.

      “Majestade, eu o ajudarei!”

      O jovem correu e agarrou o braço de Gareth, o qual estava muito fino, ele estava pura pele e ossos.

      Mas Gareth ainda tinha uma reserva de forças e quando o rapaz tocou em seu braço, ele deu-lhe um empurrão que o mandou para o outro lado da sala.

      “Toque-me outra vez e eu deceparei suas mãos.” Gareth vociferou.

      O jovem recuou com medo e quando ele o fez, outro atendente entrou na sala, acompanhado por um homem mais velho a quem Gareth vagamente reconhecia. Em algum lugar, no recôndito de sua mente, ele o conhecia, mas não podia identificá-lo.

      “Majestade.” Ouviu-se a voz velha e rouca. “Nós estivemos esperando-o na sala do conselho durante a metade do dia. Os membros do conselho não podem esperar muito mais. Eles têm notícias urgentes e devem compartilhá-las com Vossa Majestade antes do fim do dia. Vossa Majestade virá?”

      Gareth estreitou os olhos para o homem, tentando distingui-lo. Ele se lembrava vagamente de que o homem tinha servido ao seu pai. A Sala do conselho… A sessão… Tudo dava voltas em sua mente como um turbilhão.

      “Quem é você?” Perguntou Gareth.

      “Majestade, eu sou Aberthol. O conselheiro de confiança de seu pai.” Disse ele, ao aproximar-se. Ele foi lentamente recobrando a memória. Aberthol. O conselho. A sessão. A mente de Gareth dava voltas, sua cabeça o estava matando. Ele só queria que o deixassem em paz.

      “Vá embora.” Ele retrucou. “Eu irei.”

      Aberthol balançou a cabeça e saiu apressado da sala junto com o atendente, fechando a porta atrás de si.

      Gareth se ajoelhou ali e colocou a cabeça entre as mãos, tentando pensar, lembrar. Era demais para ele. Ele começou recordar aos poucos. O escudo estava inativo; o Império estava atacando; metade de sua corte havia desertado; sua irmã os havia levado para longe; para Silésia… Gwendolyn… Era isso. Isso era o que ele estava tentando lembrar.

      Gwendolyn. Ele a odiava com uma paixão que não podia descrever. Agora, mais do que nunca, ele queria matá-la. Ele precisava matá-la. Todos os seus problemas nesse mundo, todos eles resultavam dela. Ele iria encontrar uma maneira de ocupar-se dela, mesmo que ele tivesse de morrer tentando. E ele iria matar seus outros irmãos, proximamente.

      Gareth se sentiu melhor ao pensar nisso.

      Com um esforço supremo, ele lutou para ficar de pé e cambaleou pela sala virando uma mesa de pernas para cima enquanto se retirava. Ao aproximar-se da porta, ele avistou um busto de seu pai esculpido em alabastro, era uma escultura que seu pai havia amado muito, ele estendeu a mão, agarrou o busto pela cabeça e jogou-a contra a parede.

      O busto quebrou-se em mil pedaços, pela primeira vez naquele dia, Gareth sorriu. Talvez aquele dia não fosse tão ruim, afinal de contas.

*

      Gareth desfilou pela sala do conselho ladeado por vários atendentes, abrindo as enormes portas de carvalho com a palma da mão, fazendo

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