Uma Marcha De Reis . Морган Райс

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Uma Marcha De Reis  - Морган Райс Anel Do Feiticeiro

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levantar a mão e empurrou o ombro do homem, tentando detê-lo. Ele sentiu uma onda de forças própria de um velho guerreiro aumentando dentro dele, sentiu a força de seus antepassados, sentiu que uma parte profunda dele, aquela que havia feito dele um rei, não se renderia. Com um empurrão gigante, ele conseguiu empurrar o assassino para trás, com toda sua força.

      O homem era mais magro, mais frágil do que MacGil pensava e cambaleou para trás com um grito, tropeçando pelo quarto. MacGil, com um esforço supremo, conseguiu levantar-se, curvou-se e puxou o punhal do peito. Ele atirou-o pela sala e ele golpeou o chão de pedra com um ruído metálico, deslizou-se pela sala e chocou contra uma parede no fundo do quarto.

      O homem, cuja capa tinha caído por trás de seus ombros, ergueu-se e olhou para ele com os olhos arregalados de terror quando MacGil começou a investir contra ele. Ele virou-se e atravessou o quarto, parando apenas o tempo suficiente para recuperar o punhal antes de fugir.

      MacGil tentou ir atrás dele, porém o homem era muito mais rápido e repentinamente a dor aumentou, perfurando seu peito. Ele começou a sentir que perdia suas forças.

      MacGil ficou ali, sozinho no quarto olhando para o sangue que jorrava do seu peito sobre as palmas de suas mãos. Então ele caiu de joelhos.

      Ele sentiu seu corpo esfriar, inclinou-se para trás e tentou gritar.

      “Guardas!” Ouviu-se o seu grito fraco.

      Ele tomou fôlego e com uma agonia suprema, conseguiu elevar sua voz. A voz que outrora havia sido de um rei.

      “GUARDAS!” Ele gritou com uma voz aguda.

      Ele ouviu os passos que vinham de um corredor distante, aproximando-se lentamente. Ouviu uma porta abrir à distância e sentiu que alguém se aproximava dele. Porém a sala girou novamente e dessa vez não foi devido à bebida.

      A última coisa que ele viu foi o frio chão de pedra, aproximando-se para encontrar o seu rosto.

      CAPÍTULO DOIS

      Thor agarrou a aldrava de ferro da imensa porta de madeira que estava diante dele e puxou-a com toda sua força. A porta abriu lentamente com um rangido e revelou os aposentos do rei. Thor deu um passo para dentro, sentindo os pêlos dos braços dele arrepiar ao cruzar o limiar. Havia uma grande escuridão ali, persistindo no ar como um nevoeiro.

      Thor deu vários passos na câmara, ouvia o crepitar das tochas nas paredes enquanto ele caminhava em direção ao corpo que jazia em um amontoado no chão. Ele já tinha podido sentir que era o rei, que o rei havia sido assassinado – que ele, Thor, tinha chegado tarde demais. Thor não podia deixar de pensar onde estavam todos os guardas, por que não havia ninguém ali para resgatá-lo?

      Os joelhos de Thor enfraqueceram quando ele deu os últimos passos até o corpo; ele se ajoelhou no chão de pedra, agarrou o ombro já frio e virou o corpo do rei.

      Ali estava MacGil, seu antigo rei, deitado, com os olhos esbugalhados, morto…

      Thor olhou para cima e de repente viu o servo do rei, de pé, ao lado dele. Ele segurava uma taça grande, adornada com pedras preciosas, era a mesma que Thor tinha reconhecido na festa, feita de ouro maciço e coberta de linhas de rubis e safiras. Enquanto olhava para Thor, o servo despejou o conteúdo dela lentamente sobre o peito do rei. O vinho salpicava todo o rosto de Thor.

      Thor ouviu um barulho e virou-se para ver seu falcão, Estopheles, empoleirado no ombro do rei; ele lambia o vinho da sua face.

      Thor ouviu um barulho e se virou para ver Argon, de pé, olhando-o severamente. Em uma mão ele segurava a coroa brilhante, na outra, seu cajado.

      Argon aproximou-se e colocou firmemente a coroa na cabeça de Thor. Thor podia senti-la, seu peso afundando, encaixando confortavelmente, seu metal abraçando suas têmporas. Ele olhou para Argon com espanto.

      “Agora você é o rei.” Argon pronunciou.

      Thor piscou e quando abriu os olhos, diante dele estavam todos os membros da Legião, do Exército Prata, centenas de homens e rapazes juntos lotavam a sala, todos a sua frente. Todos eles se ajoelharam sincronizados e em seguida, curvaram-se diante ele, seus rostos fitando o chão.

      “Nosso rei.” Pronunciou um coro de vozes.

      Thor acordou com um sobressalto. Ele sentou-se ereto, respirando com dificuldade, olhando ao seu redor. Estava escuro e úmido ali e ele percebeu que ele estava sentado num chão de pedra, suas costas contra a parede. Ele piscou na escuridão, viu barras de ferro à distância e mais além delas, uma tocha flamejante. Então ele se lembrou: o calabouço. Ele tinha sido arrastado até ali, depois da festa.

      Lembrou-se daquele guarda dando-lhe um soco na cara e percebeu que devia ter estado inconsciente, mas ele não sabia por quanto tempo. Thor sentou-se, respirando ofegante, tentando borrar de sua mente o sonho horrível. Tinha parecido tão real. Ele rezava para que não fosse verdade, para que o rei não estivesse morto. A imagem do rei morto estava alojada em sua mente. Thor realmente tinha visto alguma coisa? Ou era só sua imaginação?

      Thor sentiu alguém chutar a sola do seu pé e olhou para cima para ver uma figura de pé sobre ele.

      “Está na hora de acordar.” Disse uma voz. “Estou esperando há horas.”

      Na penumbra, Thor distinguiu o rosto de um adolescente que tinha mais ou menos a sua idade. Ele era magro e baixo, com bochechas fundas e pele esburacada  e ainda assim, parecia haver algo gentil e inteligente por trás de seus olhos verdes.

      “Eu sou Merek.” Ele disse. “Seu companheiro de cela. Por que você está aqui?”

      Thor sentou ereto, tentando fazer funcionar seu raciocínio. Inclinou-se contra a parede, passou as mãos pelo cabelo e tentou lembrar-se, tentou juntar todas as peças do quebra-cabeça em sua mente.

      “Disseram que você tentou matar o rei.” Merek continuou.

      “Ele tentou matar o rei e nós vamos picá-lo em pedacinhos se ele alguma vez sair de detrás dessas grades”. Grunhiu uma voz.

      Um coro de ruídos metálicos entrou em erupção, canecas eram golpeadas contra as barras das grades e Thor olhou para ver o corredor inteiro cheio de celas. Os prisioneiros de aparência grotesca esticavam o seu pescoço através das grades e sob a luz bruxuleante das tochas olhavam para ele com desprezo. A maioria deles com a barba por fazer e com escassos dentes na boca, alguns pareciam estar ali há séculos. Era uma visão horrível e Thor obrigou-se a desviar o olhar. Ele realmente estava ali embaixo? Estaria mesmo preso ali, com aquelas pessoas, para sempre?

      “Não se preocupe com eles.” Merek disse. “Somos apenas você e eu nesta cela. Eles não conseguirão entrar. E eu não poderia me importar menos se você tivesse envenenado o rei. Se eu pudesse, eu mesmo o envenenaria.”

      “Eu não envenenei o rei.” Thor disse indignado. “Eu não envenenei ninguém. Estava tentando salvá-lo. Tudo que fiz foi derrubar sua taça.”

      “E como você sabia que o cálice tinha sido envenenado?” Gritou uma voz bisbilhoteira vindo do corredor. “Foi mágica, eu suponho?”

      Ouviu-se então um coro de risadas ecoando com cinismo por todos os corredores das celas. “Ele é vidente!”Um deles gritou, zombando.

      Os outros riram.

      “Não, foi só um palpite de sorte!” Outro

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