Uma Marcha De Reis . Морган Райс

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Uma Marcha De Reis  - Морган Райс Anel Do Feiticeiro

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respirou fundo e decidiu-se. Ele tinha de enfrentar seus demônios cara a cara. Ele não podia retroceder.

      Thor assentiu com a cabeça. Ele estava com medo de abrir a boca, com medo de que caso o fizesse, acabasse mudando de ideia.

      Reece acenou de volta com um olhar de aprovação, em seguida, puxou o trinco de ferro e empurrou a porta com seu ombro.

      Thor piscou com a luz das tochas brilhantes quando a porta foi aberta. Ele encontrava-se de pé no meio dos aposentos do rei, Krohn e Reece logo atrás dele.

      Havia pelo menos duas dúzias de pessoas apinhadas em torno do rei, quem jazia em seu leito; algumas estavam de pé ao lado dele, outras ajoelhadas. Em torno do rei estavam seus conselheiros e generais, junto com Argon, a rainha, Kendrick, Godfrey – e até mesmo Gwendolyn. Era uma vigília de morte, e Thor estava invadindo um momento privado da família.

      A atmosfera na sala estava sombria, a expressão dos rostos era grave. MacGil jazia sobre uma pilha de travesseiros e para o alívio de Thor ele ainda estava vivo – pelo menos por enquanto.

      Todos os rostos se voltaram, estupefatos diante da súbita entrada de Thor e Reece. Thor percebeu que sua repentina aparição no meio do quarto e sua entrada  por uma porta secreta na parede deviam ter causado um tremendo choque.

      “Esse é o rapaz!” Gritou alguém na multidão, ficando de pé e apontando para Thor com ódio. “Foi ele quem quis envenenar o Rei!”

      Guardas investiram contra ele de todos os cantos da sala. Thor não sabia o que fazer. Uma parte dele desejava dar volta e fugir, porém ele tinha de enfrentar essa turba furiosa, tinha de fazer as pazes com o Rei. Então ele se preparou quando vários guardas correram para a frente, tentando agarrá-lo. Krohn, ao seu lado, rosnava, advertindo-lhe sobre seus atacantes.

      Ao permanecer ali, ele sentiu um calor súbito tomar seu corpo, um poder surgindo de dentro dele; ele levantou uma mão involuntariamente estendeu sua palma e dirigiu sua energia diretamente a eles.

      Thor ficou espantado quando todos eles pararam no meio da investida, a poucos passos de distância, como se estivessem congelados. Seu poder, qualquer que fosse, brotava dele, mantendo os guardas à distância.

      “Como ousa entrar aqui e usar de feitiçaria, rapaz?!” Brom – o general mais prestigiado— do rei gritou desembainhando sua espada. “Tentar matar nosso Rei uma vez não foi o suficiente?”

      Brom aproximou-se de Thor com sua espada na mão; quando ele fez isso, Thor sentiu algo apoderar-se dele, um sentimento mais forte do que qualquer outro que ele já tinha tido. Ele simplesmente fechou os olhos e se concentrou. Ele sentia a energia da espada de Brom, sua forma, seu metal e de alguma maneira ele e a espada eram um só ser. E na sua mente ele quis detê-la.

      Brom ficou congelado no meio do caminho, com os olhos arregalados.

      “Argon!” Brom gritou. “Detenha esse feiticeiro de uma vez! Detenha o rapaz!”

      Argon deu um passo à frente da multidão e lentamente baixou o capuz de sua cabeça. Ele encarou Thor com seus olhos intensos, ardentes.

      “Eu não vejo nenhuma razão para detê-lo.” Disse Argon. “Ele não veio aqui para causar nenhum dano.”

      “Por acaso está louco? Ele quase matou o nosso Rei!”

      “Isso é o que você supõe.” Argon respondeu. “Isso não é o que eu vejo.”

      “Deixe-o ficar.” Disse uma voz grave e profunda.

      Todo mundo voltou-se quando o Rei MacGil sentou na cama. Ele se via mal, muito fraco. Notava-se claramente que fazia um grande esforço para falar.

      “Eu quero ver o rapaz. Não foi ele quem me apunhalou. Eu vi o rosto do homem, e não era ele. Thor é inocente.”

      Lentamente, os outros baixaram a guarda e Thor relaxou sua mente, deixando-os ir. Os guardas retrocederam, olhando para Thor com cautela, como se ele fosse de outro mundo e lentamente puseram suas espadas de volta nas bainhas.

      “Eu quero vê-lo.” MacGil disse. “A sós. Vocês todos. Deixem-nos a sós.”

      “Meu Rei…” Brom disse. “Vossa Majestade acha mesmo que é seguro? Somente Vossa Majestade e o rapaz aqui sozinhos?”

      “Thor não deve ser tocado.” MacGil disse. “Agora saiam. Todos vocês: incluindo minha família.”

      Um silêncio espesso caiu sobre a sala quando todos se entreolharam claramente em dúvida, sobre o que deviam fazer. Thor permaneceu ali, os pés grudados no chão, ele mal podia processar o que acontecia.

      Um por um, os outros, incluindo a família do rei, saíram da sala em fila, Krohn ficou aos cuidados de Reece. O quarto, que momentos antes estava tão cheio de pessoas, de repente estava vazio.

      A porta foi fechada. Eram apenas Thor e o rei, sozinhos no silêncio. Thor mal podia acreditar. Ver MacGil deitado ali, tão pálido, sentindo tanta dor, afligia Thor muito mais do que ele poderia imaginar. Ele não sabia o porquê, mas era quase como se uma parte dele estivesse morrendo também, ali, naquela cama. Ele desejava mais que tudo no mundo que o rei estivesse bem.

      “Venha aqui meu jovem.” MacGil disse debilmente, sua voz rouca, apenas mais alta do que um sussurro.

      Thor baixou a cabeça e correu para o lado do rei, ajoelhando-se diante dele. O rei estendeu-lhe o pulso mole; Thor pegou sua mão e beijou-a.

      Thor olhou e viu MacGil sorrindo fracamente. Thor surpreendeu-se ao sentir as lágrimas quentes rolando por seu rosto.

      “Meu senhor.” Thor começou, falando rapidamente. “Por favor, acredite em mim. Eu não o envenenei. Eu sabia do plano por causa do sonho que eu tive. Devido a poderes que eu desconheço. Eu só queria avisar. Por favor, acredite em mim.”

      MacGil levantou a mão e Thor ficou em silêncio.

      “Eu estava errado sobre você.” MacGil disse. “Foi preciso ser apunhalado por outro homem, para que eu me desse conta de que não era você. Você estava apenas tentando me salvar. Perdoe-me. Você foi leal. Talvez haja sido o único membro leal de minha corte.”

      “Como eu gostaria de estar errado.” Thor disse. “Como eu desejaria que Vossa Majestade estivesse a salvo. Que todos os meus sonhos fossem apenas ilusões; que Vossa Majestade não tivesse sido vítima de um assassinato. Talvez eu esteja errado. Talvez Vossa Majestade sobreviva.”

      MacGil balançou a cabeça.

      “Chegou a minha hora.” Ele disse para Thor.

      Thor engoliu seco, esperando que não fosse verdade, mas sentia que era.

      “Vossa Majestade sabe quem cometeu este terrível ato?” Thor fez a pergunta que o queimava por dentro e dava voltas em sua mente desde que ele tinha tido o sonho. Ele não podia imaginar quem desejaria matar o rei, ou por quê.

      MacGil olhou para o teto, piscando com o esforço.

      “Eu vi o rosto dele. É um rosto que eu conheço bem. Porém, por alguma razão, eu não consigo identificá-lo.”

      Ele se virou e olhou para Thor.

      “Isso não importa agora. Minha hora chegou. Quer

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