Um Destino De Dragões . Морган Райс

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Um Destino De Dragões  - Морган Райс Anel Do Feiticeiro

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de espaço para tomar a iniciativa de falar tudo o que ele sabia.

      “Vamos dar-lhe tempo.” Ela disse. “Vamos procurar em outro lugar. Vamos ver o que podemos descobrir e voltaremos para ele quando tivermos mais. Acho que ele vai se abrir. Ele só não está pronto ainda.”

      Gwen virou-se e observou Steffen do outro lado do quarto, examinando os resíduos enquanto eles enchiam o enorme pote. Ela sentia que ele os levaria até o assassino do seu pai. Ela só não sabia como. Ela se perguntava que segredos se escondiam nas profundezas da sua mente.

      Ele era um personagem muito estranho, Gwen pensou. Na verdade, muito estranho.

      CAPÍTULO QUATRO

      Thor tentava respirar e piscava com força para expulsar a água que caía sobre ele, ela cobria seus olhos, seu nariz, sua boca e caía como uma cascata ao seu redor. Depois de escorregar por todo o barco, ele finalmente conseguiu segurar o corrimão de madeira e agarrou-se a ele para salvar a vida quando a água implacável o forçava a soltar-se. Cada músculo de seu corpo tremia e ele não sabia por quanto tempo ele poderia segurar-se.

      Todos os seus irmãos ao redor dele faziam o mesmo, todos se agarravam com todas suas forças a tudo o que pudessem encontrar enquanto a água tentava levá-los para fora do barco. De alguma forma, eles se mantinham firmes.

      O barulho era ensurdecedor e era difícil enxergar mais do que alguns metros à frente dele. Apesar do dia de verão a chuva estava fria e a água provocava calafrios em seu corpo fazendo-o tremer constantemente. Kolk estava ali, de cara amarrada, mãos na cintura, como se fosse imune à muralha d’água, ele gritava com todos ao seu redor.

      “VOLTEM AOS SEUS LUGARES!” Ele gritou. “REMEM!”

      Kolk também se sentou e começou a remar, dentro de poucos instantes os rapazes começaram a escorregar e engatinhar pelo convés, tentando voltar para os bancos. O coração de Thor batia agitado quando ele soltou-se e lutou para atravessar o convés. Ele escorregou e caiu, aterrissando com força no convés. Krohn, que estava dentro de sua camisa, ganiu assustado.

      Ele se arrastou pelo resto do caminho e logo se encontrou em seu lugar.

      “AMARREM-SE!” Kolk exclamou.

      Thor olhou para baixo e viu as cordas nodosas sob seu banco, ele finalmente percebeu a utilidade delas. Ele se abaixou e amarrou uma em torno de seu pulso, atando-se ao banco e ao remo.

      Funcionou. Ele parou de escorregar. E logo foi capaz de remar.

      Todos os rapazes ao seu redor voltaram aos remos, Reece estava em um assento a sua frente e Thor podia sentir o barco em movimento. Em poucos minutos, a muralha d’água a sua frente foi ficando mais fina.

      Enquanto ele remava e remava, sua pele ardia com aquela estranha chuva, cada músculo de seu corpo estava dolorido. Finalmente, o som da chuva começou a diminuir e Thor começou a sentir que o volume de água que caía  sobre sua cabeça era bem menor. Em poucos instantes, eles se encontravam sob um céu ensolarado.

      Thor olhou em volta assombrado: o céu estava completamente seco e brilhante. Era a coisa mais estranha que ele já tinha experimentado: metade do barco estava debaixo de um sol seco, brilhante, enquanto a outra metade estava sendo inundada pela muralha de água enquanto eles terminavam de passar por ela.

      Finalmente, o barco inteiro estava sob um céu azul e amarelo claro, o sol quente batendo neles. Tudo era silêncio agora, a muralha de água ia desaparecendo rapidamente e todos os seus irmãos de armas se entreolhavam atordoados. Era como se tivessem atravessado uma cortina e ingressado em outro mundo.

      “CESSAR REMOS!” Kolk gritou.

      Todos os rapazes incluindo Thor deixaram cair seus remos com um gemido coletivo, ofegantes, tentando recuperar seu fôlego. Thor fez o mesmo, sentindo tremer cada músculo de seu corpo, ele estava grato por ter uma pausa e se deixou cair pesadamente, tentando recuperar o fôlego e relaxar os músculos doloridos enquanto o barco deslizava por novas águas.

      Thor finalmente recuperou-se, levantou-se e olhou em volta. Ele olhou para a água e viu que ela tinha mudado de cor: ela agora tinha um tom avermelhado e brilhante. Eles tinham entrado em um mar diferente.

      “O Mar dos Dragões.” Reece disse detrás dele, olhando também para baixo admirado. “Dizem que ele fica vermelho com o sangue de suas vítimas.”

      Thor olhou para a água. Ela borbulhava em alguns lugares e à distância, animais estranhos vinham momentaneamente à tona, porém logo se submergiam. Nenhum demorava o tempo suficiente para que ele pudesse dar uma boa olhada neles, mas Thor não queria tentar a sorte e se inclinar para baixo, ele não queria aproximar-se mais.

      Thor virou-se e tentou entender tudo aquilo, desorientado. Tudo ali, daquele lado da muralha de água, parecia tão estranho, tão diferente. Havia até mesmo uma ligeira névoa vermelha no ar pairando baixo sobre a água. Ele examinou o horizonte e viu dezenas de pequenas ilhas espalhadas como uma trilha de pedras despontando no horizonte.

      Uma brisa forte atingiu o barco e Kolk se adiantou e gritou:

      “LEVANTAR VELAS!”

      Thor entrou em ação junto com todos os rapazes ao seu redor, agarrou as cordas e içou-as para pegar a brisa. As velas se inflaram com uma rajada de vento e começaram a impulsar o barco. Thor sentia o barco mover-se abaixo deles, mais rápido do que jamais havia feito, seguindo rumo às ilhas. O barco balançava sobre as ondas enormes que surgiam do nada, movendo-se suavemente para cima e para baixo.

      Thor fez o seu caminho em direção à proa, encostou-se na amurada e olhava para o horizonte. Reece veio ao seu lado e O’Connor também. Todos estavam lado a lado. Thor observava o conjunto de ilhas que se aproximava rapidamente. Todos ficaram ali em silêncio por um longo tempo, Thor saboreava a brisa úmida enquanto o seu corpo relaxava.

      Finalmente, Thor percebeu que se dirigiam a uma ilha em particular. À medida que eles se aproximavam, ela ficava cada vez maior e Thor sentiu um calafrio quando ele percebeu que a ilha era o seu destino.

      “A Ilha da Neblina.” Reece disse admirado.

      Thor examinava a ilha, maravilhado. Sua forma começou a entrar em foco. A ilha era rochosa, escarpada, inóspita e se estendia por vários quilômetros em cada sentido, era longa e estreita e tinha a forma de uma ferradura. Ondas enormes colidiam contra sua costa, fazendo um barulho surdo que podia ser ouvido até mesmo de onde eles estavam. As ondas criavam enormes jatos de espuma quando se chocavam contra as rochas enormes. Havia uma faixa de terra ínfima além das rochas e depois uma parede de falésias que se elevava bem alto. Thor não podia ver como o barco poderia ancorar com segurança.

      Somando-se a estranheza do lugar, uma névoa vermelha permanecia por toda a ilha, como um orvalho, brilhando ao sol. A névoa causava uma sensação sinistra. Thor podia sentir que havia algo de sobre-humano, algo sobrenatural, naquele lugar.

      “Dizem que sobreviveu milhões de anos.” Acrescentou O’Connor. “É mais antiga do que o Anel. Mais antiga, até mesmo, do que o Império.”

      “Ela pertence aos dragões.” Elden acrescentou, chegando ao lado de Reece.

      Enquanto Thor observava, de repente, o segundo sol se pôs no céu. Em poucos instantes o dia passou de ensolarado e brilhante a estar iluminado apenas pela escassa luz do pôr do sol e o céu ficou totalmente manchado de tons vermelhos e roxos. Ele não conseguia acreditar, ele nunca tinha visto o sol mover-se assim, tão rapidamente, antes. Ele

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