Um Destino De Dragões . Морган Райс
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Читать онлайн книгу Um Destino De Dragões - Морган Райс страница 8
Helena rosnou para ele.
“Eu não sou sua esposa! Você não é meu marido. Você não é homem. A nossa é uma união profana. Desde o dia em que foi forjada. Foi uma parceria organizada pelo poder. A coisa toda me repugna, sempre me deu nojo. Isso arruinou minha única chance de realmente estar casada.”
Ela respirava pesadamente, sua fúria era crescente.
“Você vai me dar o divórcio, ou eu vou revelar para todo o Reino a classe de homem que você é. Você decide.”
Com isso, Helena virou-lhe as costas, marchou pela sala e saiu pela porta aberta, sem nem mesmo se preocupar em fechá-la atrás de si.
Gareth ficou sozinho no quarto de pedra, ouvindo o eco dos passos de Helena e sentiu um intenso calafrio atravessar seu corpo, ele não podia parar de tremer. Havia ainda alguma coisa estável a qual ele pudesse apegar-se?
Enquanto Gareth ficou ali, tremendo, olhando a porta aberta, ele se surpreendeu ao ver alguém mais passar por ela. Ele mal teve tempo de processar a conversa com Helena, de analisar todas as suas ameaças, quando entrou um rosto muito familiar: Firth. Seus habituais passos saltitantes mudaram quando ele entrou na sala timidamente, com um olhar de culpa no rosto.
“Gareth?” Ele perguntou, soando inseguro.
Firth olhou para ele com os olhos arregalados e Gareth podia ver que ele realmente se sentia muito mal. Ele devia se sentir mal, Gareth pensou. Afinal de contas, tinha sido Firth quem tinha lhe dado a ideia de empunhar a espada; quem finalmente, o tinha convencido; quem o fez pensar que ele era mais do que realmente era. Sem Firth sussurrando tudo isso em seus ouvidos, quem sabe? Talvez Gareth nem sequer tivesse tentado erguer a espada.
Gareth se virou para ele, fervendo. Em Firth ele finalmente encontrou um objeto ao qual dirigir toda a sua raiva. Afinal, Firth foi quem matou seu pai. Para começar a história, foi Firth, esse garoto estúpido dos estábulos, quem tinha causado toda aquela confusão. Agora ele era só mais um sucessor fracassado da linhagem dos MacGil.
“Eu odeio você.” Gareth enfureceu. “Que tal suas promessas agora? O que me diz de sua confiança em que eu levantaria a espada?”
Firth engoliu saliva, olhando muito nervoso. Ele estava sem palavras. Claramente, ele não tinha nada a dizer.
“Desculpe-me, meu senhor.” Ele disse. “Eu estava errado.”
“Você estava errado sobre muitas coisas.” Gareth retrucou.
Na verdade, quanto mais Gareth pensava nisso, mais ele percebia quão errado Firth tinha estado. Na verdade, se não fosse por Firth, seu pai ainda estaria vivo e Gareth não estaria no meio daquele caos. O peso do reinado não estaria sobre sua cabeça, todas as coisas não teriam resultado tão mal. Gareth ansiava por dias mais simples, quando ele não era o rei, quando seu pai estava vivo. Ele sentiu um súbito desejo de trazer aquele tempo de volta, sentiu saudades da forma como as coisas costumavam ser. Mas ele não podia. E ele tinha Firth para culpar por tudo isso.
“O que você está fazendo aqui?” Gareth pressionou.
Firth limpou a garganta, obviamente nervoso.
“Eu ouvi rumores… sussurros de servos falando. Ouvi falar que seu irmão e sua irmã estão fazendo perguntas. Eles foram vistos no quarto dos empregados examinando a rampa de resíduos em busca da arma do crime. Ou seja, o punhal que eu usei para matar seu pai.”
O corpo de Gareth ficou gelado com essas palavras. Ele ficou congelado, em estado de choque e medo. Será que o dia ainda poderia ficar pior?
Ele pigarreou.
“E o que eles descobriram?” Ele perguntou com a garganta seca, as palavras mal saíam de sua boca.
Firth balançou a cabeça.
“Não sei, meu senhor. Tudo o que sei é que eles suspeitam de algo.”
Gareth sentiu um ódio renovado por Firth, um ódio que ele não sabia que era capaz de ter. Se Firth não fosse um trapalhão, se tivesse descartado a arma corretamente, ele não estaria naquela posição. Firth o havia deixado totalmente vulnerável.
“Eu só vou dizer isto uma vez…” Disse Gareth, chegando perto de Firth, aproximando-se de seu rosto e olhando furiosamente para ele com o olhar mais duro que conseguiu dar. “… Eu não quero ver seu rosto novamente. Você me entende? Deixe a minha presença e nunca mais volte aqui. Vou relegar você a uma posição muito longe daqui. E se alguma vez pisar dentro das muralhas do castelo de novo, tenha a certeza de que eu vou mandar arrestá-lo.”
“AGORA VÁ EMBORA!” Gareth gritou com fúria.
Firth virou-se e fugiu do quarto com os olhos cheios de lágrimas, seus passos ecoaram por muito tempo depois que ele desceu pelo corredor.
Os pensamentos de Gareth se voltaram para a espada, para sua tentativa fracassada. Ele não podia evitar sentir que tinha posto em marcha uma grande calamidade contra si mesmo. Ele sentia como se tivesse acabado de se jogar por um penhasco e que daquele momento em diante, ele só estaria enfrentando sua caída.
Ele ficou ali, grudado ao chão de pedra no silêncio do quarto de seu pai, tremendo. Ele se perguntava que classe de situação ele tinha criado. Ele nunca tinha se sentido tão só, tão inseguro.
Era isso o que significava governar?
Gareth se apressou pela escada de pedra em forma de espiral, percorrendo andar após andar, para chegar até o seu caminho no parapeito das muralhas mais altas do castelo. Ele precisava de ar fresco. Ele precisava de tempo e espaço para pensar. Ele precisava de uma vista apreciável do seu reino, de uma chance de ver a sua corte, o seu povo e de lembrar que tudo aquilo era seu. Ele precisava lembrar que apesar do pesadelo que tinham sido os eventos do dia, depois de tudo, ele ainda era rei.
Gareth tinha dispensado seus assistentes e corria sozinho, lance após lance respirando com dificuldade. Ele parou em um dos andares, inclinou-se e prendeu a respiração. Lágrimas escorriam pelo seu rosto. Ele continuava vendo o rosto de seu pai, repreendendo-o em cada volta.
“Eu odeio você!” Ele gritou para o vazio.
Ele podia jurar que ele tinha ouvido um riso zombeteiro de volta. O riso de seu pai.
Gareth precisava ir embora dali. Ele virou-se e continuou correndo, correndo, até que finalmente chegou ao topo. Ele entrou pela porta e o ar fresco do verão golpeou seu rosto.
Ele respirou fundo recuperando o fôlego, deleitando-se com a luz do sol, com a brisa quente. Ele tirou o manto, o manto de seu pai e jogou-o no chão. Estava quente demais e ele já não queria mais usá-lo.
Ele correu para a beira do parapeito e agarrou-se ao muro de pedra, respirando com dificuldade, olhando para baixo para sua corte. Ele podia ver a multidão interminável deixando o castelo. Eles estavam saindo da cerimônia. Sua cerimônia. Ele quase podia sentir sua decepção dali onde estava. Eles pareciam tão pequenos. Ele se maravilhou com o fato de que todos eles estavam sob seu controle.
Mas por quanto tempo?
“Reinados