Uma Carga de Valor . Морган Райс

Чтение книги онлайн.

Читать онлайн книгу Uma Carga de Valor - Морган Райс страница 9

Uma Carga de Valor  - Морган Райс Anel Do Feiticeiro

Скачать книгу

lado dele.

      Gareth foi dominado pelo cheiro. Ele se abaixou e pegou um pedaço de carne com a mão livre, enquanto segurava o punhal contra a garganta de Larka com a outra mão; ele mastigava e mastigava, fechando os olhos, saboreando cada mordida. Ele mastigava mais rápido do que podia engolir, os pedaços de comida pendiam de sua boca.

      “Vinho!” Ele exclamou.

      A mãe trouxe-lhe um odre de vinho e Gareth o espremeu  em sua boca cheia, sorvendo-o. Ele respirou fundo, mastigando e bebendo, ele estava começando a sentir-se normal de novo.

      “Agora solte a menina!” O pai disse.

      “De jeito nenhum.” Gareth respondeu. “Eu vou dormir a noite aqui, assim, com ela em meus braços. Ela vai estar segura se eu também estiver. Você quer ser um herói? Ou você quer que sua filha viva?”

      Todos os membros da família se entreolharam hesitantes, sem palavras.

      “Posso lhe fazer uma pergunta?” Sarka perguntou para ele. “Se você é um rei tão bom, por que você trata seus súditos dessa maneira?”

      Gareth olhou de volta para ela, perplexo, então finalmente ele se inclinou para trás e caiu na gargalhada.

      “Quem disse que eu era um bom rei?”

      CAPÍTULO CINCO

      Gwendolyn abriu os olhos, sentindo o mundo se mover ao seu redor, ela se esforçou para descobrir onde estava. Ela viu-se passando pelos enormes portões de pedra vermelha e arqueados de Silésia, ela viu milhares de soldados do Império que a olhavam com admiração. Ela viu Steffen, caminhando ao lado dela e ela viu como o céu se movia para cima e para baixo. Ela percebeu que estava sendo carregada. Ela percebeu que estava nos braços de alguém.

      Ela esticou o pescoço e viu os brilhantes e intensos olhos de Argon. Ela percebeu que estava sendo levada por Argon, Steffen seguia ao seu lado, os três ingressavam livremente pelos portões de Silésia, passavam por milhares de soldados do Império, os quais abriam caminho para eles e os observavam. Eles estavam rodeados por um brilho branco e Gwendolyn podia sentir-se imersa em uma espécie de escudo de energia protetora nos braços de Argon. Ela percebeu que ele estava lançando algum tipo de feitiço para manter todos os soldados sob controle.

      Gwen se sentiu confortada, protegida nos braços de Argon. Cada músculo em seu corpo doía, ela estava exausta e não sabia se poderia andar caso tentasse. Seus olhos tremulavam enquanto andavam e ela via o mundo passar por ela em pequenos fragmentos. Ela viu um pedaço de um muro em ruínas; um parapeito desmoronado; uma casa incendiada; uma pilha de escombros; ela via tudo isso enquanto eles atravessavam o pátio e chegavam aos portões mais distantes na borda do Canyon; ela viu-se passando por aqueles portões também e viu os soldados se afastando.

      Eles chegaram à beira do Canyon, até a plataforma coberta de puas de metal. Argon aguardou ali e logo a plataforma foi baixada, levando-os de volta para as profundezas da baixa Silésia.

      Ao entrarem na cidade baixa, Gwendolyn viu dezenas de rostos, os rostos preocupados e amáveis dos cidadãos de Silésia. Eles assistiam a sua passagem como se fosse um espetáculo. Todos olhavam para ela com olhares de admiração e preocupação, enquanto ela continuava descendo até a praça principal da cidade.

      Quando chegaram ali, centenas de pessoas se aglomeraram ao redor deles. Ela olhou ao redor e viu os rostos familiares de Kendrick, Srog, Godfrey, Brom, Kolk, Atme e de dezenas de homens do Exército Prata e da Legião a quem ela reconheceu. Eles se reuniram em torno dela, via-se a angústia em seus rostos no sol da manhã, a névoa serpenteava pelo Canyon e uma brisa fria a espetou. Ela fechou os olhos, tentando fazer com que tudo desaparecesse. Ela  se sentia como um objeto em exibição, sentia que havia sido esmagada até o mais íntimo de seu ser. Ela sentia-se humilhada. Ela sentia que havia decepcionado todos eles.

      Eles continuaram passando por todo o povo, pelas ruelas estreitas da cidade baixa, atravessaram outra entrada em arco e, finalmente, chegaram ao palacete da baixa Silésia. Gwen perdeu e recobrou a consciência várias vezes, enquanto entravam em um magnífico castelo vermelho, subiam até um conjunto de escadas, percorriam um longo corredor e atravessaram outra entrada alta e arqueada. Finalmente, uma pequena porta se abriu e eles entraram num quarto.

      O quarto estava escuro. Parecia ser um quarto grande, com uma antiga cama de dossel em seu centro. O fogo crepitava em uma antiga lareira de mármore, não muito longe da cama. Vários servos se encontravam na sala e Gwendolyn sentiu quando Argon a levou para a cama, colocando-a suavemente sobre ela. Quando ele fez isso, várias pessoas a rodearam e a olharam com preocupação.

      Argon retirou-se, ele deu alguns passos para trás e desapareceu no meio da multidão. Ela o procurou, piscando várias vezes, mas não conseguia mais encontrá-lo. Ele se havia ido. Ela sentiu a ausência de sua energia protetora, a qual havia estado envolvendo-a como um escudo. Ela sentia mais frio, sentia-se menos protegida, sem ele por perto.

      Gwen lambeu os lábios rachados e um momento depois sentiu que sua cabeça estava sendo apoiada sobre um travesseiro, logo uma jarra com água foi levada aos seus lábios. Ela bebeu e bebeu, percebendo o quanto estava com sede. Ela olhou para cima e viu uma mulher cujo rosto era familiar.

      Illepra, a curandeira real. Illepra tinha a vista baixa, seus olhos castanhos e suaves estavam cheios de preocupação enquanto ela dava água a Gwendolyn, passava um pano quente sobre sua testa e afastava o cabelo seu rosto. Ela pousou a mão sobre sua testa e Gwen sentiu uma energia curativa fluir através dela. Ela sentiu seus olhos ficarem pesados, logo ela sentiu que eles se fechavam contra sua vontade.

*

      Gwendolyn não sabia quanto tempo tinha passado, até que ela abriu os olhos novamente. Ela ainda se sentia exausta, desorientada. Em seus sonhos, ela tinha ouvido uma voz e agora ela a ouvia novamente.

      “Gwendolyn.” Disse a voz. Ela a ouviu ecoar em sua mente e se perguntou quantas vezes haviam chamado o nome dela.

      Ela olhou para cima e reconheceu Kendrick, olhando para ela. De pé ao lado dele estava seu irmão Godfrey, junto com Srog, Brom, Kolk e vários outros. Do outro lado dela estava Steffen. Gwen odiava as expressões de seus rostos. Eles olhavam para ela como se ela fosse uma pobre coitada, como se ela tivesse retornado do mundo dos mortos.

      “Minha irmã.” Kendrick disse, sorrindo. Ela podia ouvir a preocupação em sua voz. “Diga-nos o que aconteceu.”

      Gwen balançou a cabeça, cansada demais para contar tudo.

      “Andronicus.” Ela disse, com voz rouca, sua voz não era mais que um sussurro. Ela limpou a garganta. “Eu tentei… render-me… em troca da cidade… eu confiava nele. Estúpida…”

      Ela balançou a cabeça vez após vez, uma lágrima rolou pelo seu rosto.

      “Não, você é nobre.” Kendrick corrigiu apertando-lhe a mão. “Você é a pessoa mais corajosa de todos nós.”

      “Você fez o que todo grande líder teria feito.” Godfrey disse dando um passo adiante.

      Gwen balançou a cabeça.

      “Ele nos enganou…” Gwendolyn disse. “… Ele me atacou. Ele mandou McCloud me atacar.”

      Gwen não pôde mais aguentar: ela começou a chorar enquanto falava as palavras, incapaz de conter-se. Ela sabia que isso não era próprio de um líder, mas ela não podia controlar-se.

      Kendrick tomou a mão dela entre as suas

Скачать книгу