Um Sonho de Mortais . Морган Райс

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Um Sonho de Mortais  - Морган Райс Anel Do Feiticeiro

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horizonte, ela vê uma terra vasta, uma terra tão vasta que Gwen não consegue ver onde ela termina. Para sua surpresa, a terra é de um verde fértil, uma terra repleta de vida. Até onde ela é capaz de enxergar há fazendas, árvores frutíferas, florestas, vinhedos e pomares em abundância; aquela é, evidentemente, uma terra bastante fértil. Aquela é a visão mais idílica e bonita que ela já tinha visto.

      "Bem-vinda, minha senhora," diz o líder, "a terra além do cume."

      CAPÍTULO SETE

      Godfrey, deitado na posição fetal, é despertado por um gemido persistente e constante que interrompe os seus sonhos. Ele acorda lentamente, sem saber se está realmente acordado ou se ainda está preso em seu pesadelo interminável. Ele pisca sob a luz fraca, tentando livrar-se das lembranças de seu sonho. Ele havia sonhado ser um fantoche, balançando sobre Volúsia e sendo controlado pelos Finianos que, ao movimentarem as cordas para cima e para baixo, moviam os braços e pernas de Godfrey enquanto ele pendia diante da entrada para a cidade. Godfrey tinha sido forçado a assistir enquanto milhares de seus compatriotas eram massacrados diante de seus olhos e as ruas de Volúsia eram preenchidas de vermelho com o sangue dos soldados mortos. Todas as vezes que ele havia pensado que seu martírio tinha chegado ao fim, o Finiano mexia suas cordas novamente, puxando-o para cima e para baixo sem parar…

      Finalmente, por sorte, Godfrey é despertado por um gemido e vira o rosto, com a cabeça latejando de dor, para ver que o barulho vem de algum lugar perto dele, onde estão Akorth e Fulton. Os dois estão encolhidos no chão ao lado de Godfrey, ambos gemendo e cobertos de hematomas pretos e azuis. Nas proximidades estão Merek e Ario, deitados imóveis em um chão de pedras que Godfrey imediatamente reconhece como o chão de uma cela de prisão. Todos parecem ter sido torturados, mas, pelo menos, todos eles ainda estão ali e, até onde Godfrey é capaz de dizer, todos ainda estão respirando.

      Godfrey fica ao mesmo tempo aliviado e perturbado. Ele fica surpreso por estar vivo depois da emboscada que ele havia testemunhado e espantado por não ter sido abatido pelos Finianos imediatamente após o ataque. Mas, ao mesmo tempo, ele se sente vazio e oprimido pela culpa, sabendo que Darius e os outros tinham caído na armadilha dentro dos portões de Volúsia por sua culpa. Tudo aquilo havia acontecido por causa de sua ingenuidade. Como ele pode ter sido tão estúpido a ponto de confiar neles?

      Godfrey fecha os olhos e balança a cabeça, querendo esquecer tudo aquilo e desejando que a noite tivesse sido diferente. Ele havia levado Darius e os outros até a cidade involuntariamente, como cordeiros levados para o abate. Ele ouve os gritos daqueles homens, lutando por suas vidas e tentando escapar, ecoando em seu cérebro repetidas vezes e seu coração não consegue ficar em paz.

      Godfrey aperta as mãos em torno de sua cabeça, tentando esquecer tudo aquilo e tentando abafar os gemidos de Akorth e Fulton, ambos claramente com dor por causa de todos os seus hematomas e de uma noite dormindo em um chão de pedra dura.

      Godfrey se senta, sentindo que sua cabeça pesa uma tonelada, e observa seus arredores, uma pequena cela contendo apenas ele, seus amigos e alguns outros prisioneiros que ele não conhece, e tira algum consolo do fato de que, dado o ambiente sombrio daquela cela, a morte chegará até eles mais cedo ou mais tarde. Aquela prisão é obviamente diferente da última cela onde eles haviam ficado e se parece mais com uma sala de espera para prisioneiros condenados à morte.

      Godfrey ouve, em algum lugar ao longe, os gritos de um prisioneiro sendo arrastado por um corredor e ele percebe: aquele lugar é, na verdade, uma cela para prisioneiros aguardando suas execuções. Ele tinha ouvido falar de outras execuções em Volúsia e sabe que ele e os outros seriam arrastados para fora ao nascer dos sóis, tornando-se atrações para a arena, onde os bons cidadãos de Volúsia poderão vê-los sendo dilacerado até a morte por Razifs antes do início do espetáculo dos gladiadores. É por isso que eles tinham sido mantidos vivos por tanto tempo. Pelo menos agora tudo faz sentido.

      Godfrey se ajoelha, estendendo a mão e estimulando cada um de seus amigos na tentativa de acordá-los. Sua cabeça está girando, ele sente dor em todas as partes de seu corpo, ele está coberto de hematomas e contusões e mover lhe causa uma dor insuportável. Sua última lembrança é de um soldado prestes alcançá-lo e Godfrey percebe que deve ter apanhado dos outros soldados depois de ter sido nocauteado. O Finianos, aqueles covardes traiçoeiros, obviamente não tinham tido coragem de matá-lo com suas próprias mãos.

      Godfrey leva a mão até a testa, espantado pelo fato de que sua cabeça possa doer tanto mesmo sem que ele tenha bebido. Ele fica em pé, sentindo fraqueza nas penas, e olha em volta da cela escura. Há apenas um único guarda do lado de fora das barras da cela, de costas para ele e apenas observando. No entanto, aquelas celas são feitas com fechaduras resistentes e grossas barras de ferro, e Godfrey sabe que eles não terão uma fuga fácil desta vez. Desta vez, eles estão condenados à morte.

      Lentamente, ao lado dele, Akorth, Fulton, Ario e Merek ficam em pé e também começam a analisar seus arredores. Godfrey pode ver a confusão e o medo em seus olhares e, em seguida, o arrependimento à medida que eles começam a se lembrar.

      "Será que todos eles morreram?" Pergunta Ario, olhando para Godfrey.

      Godfrey sente um buraco no estômago ao mesmo tempo em que ele lentamente assente com a cabeça.

      "A culpa é nossa," diz Merek. "Nós os enganamos."

      "Sim, isso foi nossa culpa," Godfrey responde com a voz embargada.

      "Eu lhe disse para não confiar nos Finianos," declara Akorth.

      "A questão não é de quem é a culpa," Ario fala, "mas o que vamos fazer sobre isso. Será que vamos permitir que todos os nossos irmãos e irmãs tenham morrido em vão? Ou será que vamos buscar a vingança?"

      Godfrey pode ver a seriedade no rosto do jovem Ario e fica impressionado com a intensidade de sua determinação, mesmo estando preso e prestes a ser morto.

      "Vingança?" Pergunta Akorth. "Você está louco? Estamos presos debaixo da terra, atrás de barras de ferro e sob os olhares atentos dos guardas do Império. Todos os nossos homens estão mortos. Nós estamos no meio de uma cidade hostil e de um exército hostil. Todo o nosso ouro está perdido e nossos planos estão arruinados. Que tipo de vingança nós podemos buscar?"

      "Há sempre uma maneira," diz Ario, mostrando-se determinado. Ele se vira para Merek.

      Todos os olhos se voltam para Merek e ele franze a testa.

      "Eu não sou especialista em vingança," Merek diz. "Eu mato homens quando eles me incomodam. Eu não espero pela oportunidade de vingança."

      "Mas você é um ladrão," declara Ario. "Você passou toda a sua vida em uma cela de prisão, como você mesmo já admitiu. Certamente você pode nos tirar daqui?"

      Merek se vira e examina a cela, as barras, as janelas, as chaves e os guardas – tudo isso com o olhar apurado de um especialista. Ele considera a situação e, então, volta a olhar para eles com uma expressão séria no rosto.

      "Esta não é uma cela de prisão comum," ele explica. "Deve ser uma célula Finiana, um trabalho muito caro. Não vejo pontos fracos ou alguma saída, por mais que eu gostaria de dizer o contrário."

      Godfrey, sentindo-se sobrecarregado e tentando ignorar os gritos dos outros prisioneiros no corredor, caminha até a porta da cela, pressiona a testa contra o ferro frio e pesado e fecha os olhos.

      "Traga-o aqui!" Dispara uma voz do fundo do corredor de pedra.

      Godfrey abre os olhos,

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