Em Busca de Heróis . Морган Райс

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Em Busca de Heróis  - Морган Райс Anel Do Feiticeiro

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e estava abarrotada de pessoas.

      Por toda parte fluíam pessoas de todo tipo: comerciantes, soldados, dignitários – todos com pressa. Thor levou vários minutos para entender que algo especial estava acontecendo. Enquanto deambulava por ali, ele viu que faziam preparativos: colocavam cadeiras;levantavam um altar. Parecia que estavam se preparando para um casamento.

      Seu coração disparou quando ele viu, à distância, uma pista de torneios, com seu longo e poeirento caminho e sua linha divisória. Em outro campo, ele viu os soldados atirando lanças em alvos distantes; em outro, arqueiros apontando para alvos feitos de palha. Era como se por toda parte houvesse jogos e torneios. Também havia música: alaúdes, flautas e címbalos, bandas de músicos perambulavam; e vinho, barris enormes sendo rolados; e comida, mesas sendo preparadas …Banquetes estendendo-se até onde a vista podia alcançar. Era como se ele tivesse pousado no meio de uma grande celebração.

      Por mais maravilhoso que tudo isso fosse, Thor sentia a urgência de encontrar a Legião. Ele já estava atrasado e precisava apresentar-se.

      Ele correu na direção da primeira pessoa que viu, um homem de idade, que parecia, por sua túnica manchada de sangue, ser um açougueiro, caminhando apressado rua abaixo. Todo mundo ali estava tão apressado!

      “Desculpe-me, senhor.” Disse Thor, pegando- o pelo braço.

      O homem olhou para a mão de Thor com desdém.

      “O que é isso, rapaz?”

      “Eu estou procurando a Legião do Rei. O senhor sabe onde eles treinam?”

      “Por acaso eu pareço um mapa?” O homem retrucou asperamente e se foi resmungando.

      Thor ficou surpreendido por sua rudeza…

      Ele correu para a próxima pessoa a quem viu, uma mulher sovando uma massa em uma longa mesa. Havia várias mulheres à mesa, todas trabalhando arduamente e Thor tentava descobrir qual delas poderia saber.

      “Desculpe-me, senhorita.” Disse ele. “Por acaso sabe onde a Legião do Reino costuma treinar?”

      Elas se olharam entre si e riram, algumas delas eram apenas uns anos mais velhas do que ele.

      A mais velha se virou e olhou para ele.

      “Você está procurando no lugar errado.” disse ela. “Aqui, nós estamos fazendo os preparativos para as festividades.”

      “Mas me disseram que eles treinam na corte do rei.” Thor disse confundido.

      As mulheres desataram a rir novamente. A mais velha colocou suas mãos em seus quadris e sacudiu a cabeça.

      “Você atua como se esta fosse sua primeira vez na corte. Por acaso tem uma ideia de quão grande é tudo isso?”

      Thor ficou todo vermelho ao ver as mulheres rirem, então se marchou. Ele não gostava que se divertissem às suas custas.

      Ele viu a sua frente uma dúzia de caminhos, torcendo e girando cada qual cruzando a corte do rei. Distribuídas entre os muros de pedra, havia pelo menos uma dúzia de entradas. O tamanho e a área deste lugar eram impressionantes. Thor tinha a triste impressão de que poderia passar dias procurando e mesmo assim não encontraria o lugar.

      De repente, teve uma ideia: com certeza, um soldado saberia onde os demais treinavam. Ele estava nervoso por abordar um autêntico soldado real, mas percebeu que era isso o que deveria fazer.

      Ele virou-se e correu para a muralha, para o soldado de guarda na entrada mais próxima, esperando que ele não o jogasse longe. O soldado erguia-se firme, olhando fixamente para a frente.

      “Estou procurando pela Legião do Rei.” Thor disse, expressando a maior valentia possível em sua voz.

      O soldado continuou a olhar para a frente, ignorando-o totalmente.

      “Eu disse que estou procurando pela Legião do Rei!” Thor insistiu com voz mais alta, determinado a ser reconhecido.

      Após alguns segundos, o soldado olhou para baixo, com desdém.

      “Pode me dizer onde fica?” Thor insistiu.

      “E que tipo de negócio você tem com eles?”

      “Um assunto muito importante.” Thor urgiu, esperando que o soldado não o pressionasse.

      O soldado novamente passou a olhar fixamente para a frente, ignorando-o mais uma vez. Thor sentiu seu coração afundar-se, com medo de não receber jamais, uma resposta.

      Porém, depois do que pareceu ser uma eternidade, o soldado lhe respondeu: “Siga pelo portão ao leste, em seguida, siga pelo Norte tanto quanto você puder. Pegue o terceiro portão à esquerda, depois a bifurcação à direita e mais uma bifurcação à direita. Passe pelo segundo arco de pedra, o campo de treinamento estará logo depois do portão. Mas eu lhe aviso, você perde seu tempo. Eles não recebem visitantes.”

      Era tudo o Thor precisava ouvir. Sem perder um segundo, ele se virou e correu pelo campo, seguindo as instruções, repetindo-as em sua cabeça, tentando memorizá-las. Ele notou o sol alto no céu e só rezava para que, quando ele chegasse, não fosse já tarde demais.

*

      Thor correu pelos caminhos imaculados, bordejados com conchas marinhas, dando voltas e percorrendo seu caminho através da corte do rei. Ele tentou o melhor possível seguir as direções, esperando não desviar-se do caminho. No outro extremo do pátio, ele viu todos os portões e escolheu o terceiro da esquerda. Passou por ele e em seguida, seguiu pelas bifurcações, percorrendo cada etapa do caminho. Ele correu contra o tráfico, entre milhares de pessoas que abarrotavam a cidade, a multidão crescia a cada minuto. Ele esbarrava nos tocadores de alaúde, malabaristas, bobos da corte e artistas de todo tipo, todos eles vestidos com muita elegância.

      Thor não podia suportar a ideia de que a seleção começasse sem ele e tentou o melhor que podia concentrar-se enquanto percorria cada trecho do caminho, à procura de qualquer sinal do campo de treinamento. Ele passou por um arco, virou-se na direção indicada e então, lá longe, avistou o que só poderia ser o seu destino: um mini coliseu, construído com pedras, em um círculo perfeito. Soldados guardavam o portão enorme, localizado no centro. Thor ouviu o ruído da plateia abafado pelas paredes e seu coração acelerou. Esse era o lugar.

      Ele correu, seus pulmões explodiam. Quando ele alcançou o portão, dois guardas se adiantaram e baixaram suas lanças, barrando o caminho. Um terceiro guarda deu um passo adiante e fez um gesto com a mão, indicando-lhe que se detivesse.

      “Pare aí!” Ele ordenou.

      Thor parou em seco, tratando de recuperar o fôlego, mal podia conter sua agitação.

      “O senhor… não… entende.” Ele disparou as palavras, saltando entre as respirações. “Eu tenho de entrar. Estou atrasado.”

      “Tarde para quê?”

      “O alistamento.”

      O guarda, um homem pesado, baixo com a pele esburacada, se virou e olhou para os outros, quem lhe devolveram o olhar zombeteiro. Ele se virou e perscrutou Thor com um olhar depreciativo. “Os recrutas ingressaram horas atrás, no transporte real. Se você não foi convidado, você não pode entrar…”

      “Mas o senhor não entende. Eu devo…”

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