Em Busca de Heróis . Морган Райс

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Em Busca de Heróis  - Морган Райс Anel Do Feiticeiro

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não tinha dúvida, Reece seria seu filho mais estimado e um grande governante. Mas aquele dia não havia chegado ainda. Ele era muito jovem e ainda tinha muito que aprender.

      MacGil tinha sentimentos mistos enquanto escrutava estes quatro jovens; seus três filhos e a filha, de pé diante dele. Ele sentia orgulho misturado com decepção. Ele também sentia raiva e aborrecimento por causa de dois de seus filhos ausentes. A mais velha, sua filha Luanda, claro estava se preparando para seu próprio casamento e já que ela estaria casada com outro reino, ela não tinha parte nesta discussão de herdeiros. Mas seu outro filho Godfrey, o do meio, com seus dezoito anos, não estava presente. MacGil enrubesceu de desprezo.

      Desde que ele era um menino, Godfrey tinha mostrado enorme desrespeito para com a realeza; sempre deixando claro que ele não se importava com nada e que nunca iria governar. Para grande decepção de MacGil.

      Godfrey, no entanto, havia escolhido desperdiçar seus dias em tabernas em companhia de amigos meliantes, causando cada vez mais vergonha e desonra a família real. Ele era um preguiçoso, dormia durante a maior parte dos dias e preenchia os demais com a bebida. Por um lado, MacGil estava contente de que ele não estivesse ali; por outro, sua ausência era um insulto que ele não podia sofrer. De fato, ele já esperava por isso e tinha enviado seus homens para vasculhar todas as tabernas e trazê-lo de volta. MacGil permanecia sentado, esperando até que eles chegassem.

      A pesada porta de carvalho finalmente abriu-se e por ela entraram os guardas reais arrastando Godfrey entre eles. Deram-lhe um empurrão e quando Godfrey entrou cambaleante na sala, a porta atrás dele bateu.

      Seus irmãos e irmã se viraram e o olharam. Godfrey estava desleixado, cheirando a cerveja, com a barba por fazer, mal vestido. Ele sorriu de volta. Insolente. Como sempre.

      “Olá, Pai.” Godfrey disse. “Acaso perdi a diversão?”

      “Você vai ficar ao lado de seus irmãos e esperar permissão para dirigir-se a mim. Do contrário, que Deus me ajude, vou acorrentá-lo nas masmorras com o resto dos prisioneiros comuns, e você não vai ver a comida – muito menos bebida – por três dias inteiros.”

      Desafiante, Godfrey olhou de volta para seu pai. Naquele olhar, MacGil detectara alguma profunda reserva de forças, algo de si mesmo, uma centelha de algo que poderia um dia servir a Godfrey muito bem. Isto é, se ele pudesse superar sua própria personalidade.

      Rebelde até o fim, Godfrey esperou uns bons dez segundos antes de finalmente obedecer e a passos lentos juntar-se aos seus irmãos.

      MacGil escrutava esses cinco filhos de pé diante dele: o bastardo, o pervertido, o beberrão, sua filha e seu filho caçula. Era uma mistura estranha e ele mal podia acreditar que tinham brotado dele. E agora, no dia do casamento de sua filha mais velha, a tarefa de escolher um herdeiro dentre esse grupo, tinha recaído sobre ele. Como isso era possível?

      Era um exercício de futilidade; depois de tudo, ele estava em seu apogeu e podia governar por mais trinta anos. Qualquer herdeiro que ele escolhesse hoje não poderia subir ao trono em décadas. A tradição inteira o irritava. Isso poderia ter sido relevante nos tempos de seus pais, Mas não tinha nenhum lugar agora.

      Ele limpou a garganta.

      “Estamos hoje aqui reunidos pelo legado da tradição. Como vocês sabem, no dia de hoje, o dia do casamento de meu primogênito, eu estou incumbido da tarefa de nomear um sucessor. Um herdeiro deste reino. Caso eu morresse, não haveria ninguém mais indicado para governar do que a sua mãe. Mas as leis do nosso Reino ditam que apenas a prole de um rei pode sucedê-lo. Portanto, eu devo escolher.”

      MacGil recuperou seu fôlego, pensando. Um pesado silêncio pairava no ar e ele podia sentir o peso da antecipação. Ele olhava os filhos nos olhos e via expressões diferentes em cada um. O bastardo parecia resignado, sabendo que não seria escolhido. Os olhos do depravado estavam brilhando de ambição, como se esperasse que a escolha recaísse naturalmente sobre ele. O beberrão olhava pela janela; ele não se importava. Sua filha o olhava com amor, sabendo que ela não fazia parte desta discussão, mas amando o pai dela, da mesma maneira. O mesmo sucedia com seu filho mais novo.

      “Kendrick, eu sempre considerei você como um filho legítimo. Porém as leis do nosso Reino me impedem de passar a realeza para alguém com menos do que a verdadeira legitimidade.”

      Kendrick curvou-se. “Pai, eu não esperava que o fizesse. Estou satisfeito com o que me toca. Por favor, não deixe que isso o confunda.”

      MacGil se afligiu com sua resposta, ao sentir quão genuíno ele era, desejou nomeá-lo herdeiro mais que nunca.

      “Isso nos deixa com vocês quatro. Reece, você é um bom homem, o melhor que já vi. Mas você é muito jovem para ser parte desta discussão.”

      “Eu não esperava tanto, pai.” Reece respondeu, com uma ligeira reverência.

      “Godfrey, você é um dos meus três filhos legítimos – ainda assim você opta por desperdiçar seus dias na taberna junto com a escória. A você foram entregues muitos privilégios na vida e você rejeitou cada um deles. Se existe uma grande decepção em minha vida, ela é você.”

      Godfrey fez uma careta, mexendo-se desconfortavelmente.

      “Bem, então, acho que já terminei aqui e agora posso voltar para a taberna, não posso Pai?”

      Com uma brusca e irônica reverência, Godfrey se virou e começou a atravessar o salão.

      “Volte aqui!” MacGil retrucou. “JÁ!”

      Godfrey continuou a andar, ignorando-o. Ele atravessou a sala e abriu a porta. Dois guardas permaneciam ali.

      MacGil fervia de raiva, enquanto os guardas olhavam para ele interrogativamente.

      Mas Godfrey não esperou; ele abriu caminho aos empurrões para o corredor aberto.

      “Detenham-no!” MacGil gritou. “E mantenham-no longe da vista da rainha. Eu não quero ver a mãe perturbada por vê-lo assim, no dia do casamento de sua filha.”

      “Sim, meu senhor.” eles disseram, fechando a porta e correndo ao encalço dele.

      MacGil permanecia sentado, respirando agitado, com o rosto vermelho, tentando se acalmar. Pela milésima vez, ele se perguntou o que tinha feito para merecer um filho assim.

      Ele olhou para seus filhos restantes. Os quatro o olhavam também, esperando naquele profundo silêncio. MacGil respirou profundamente, tentando se concentrar.

      “Isso fica apenas entre vocês dois agora.” Ele continuou. “E entre os dois eu escolhi meu sucessor.”

      MacGil dirigiu-se a sua filha.

      “Gwendolyn, será você.”

      Houve um suspiro na sala; todos os seus filhos pareciam chocados, principalmente Gwendolyn.

      “O senhor falou corretamente, pai?” Gareth perguntou. “O senhor disse Gwendolyn?”

      “Pai, sinto-me honrada.” Gwendolyn disse. “Mas não posso aceitar. Sou uma mulher.”

      “É verdade, uma mulher nunca havia ocupado antes o trono dos MacGils. Mas eu decidi que já é tempo de mudar esta tradição. Gwendolyn, você possui o melhor espírito e mente de qualquer jovem que eu já conheci. Você é jovem, mas queira Deus, que eu não morra tão cedo, e quando isso acontecer, você já será

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