Em Busca de Heróis . Морган Райс

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Em Busca de Heróis  - Морган Райс Anel Do Feiticeiro

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ele estava carrancudo.

      “Garoto estúpido.” Seu pai disse, agarrando Thor pelo ombro. – “Volte para dentro!”

      “Eu não vou!” Gritou Thor, tentando se desvencilhar de seu pai.

      O soldado deu um passo em direção de Thor e seu pai retrocedeu.

      “Você sabe qual é o castigo por insultar o Exército Prata?” O soldado perguntou com rispidez.

      O coração de Thor batia forte, mas ele sabia que não podia recuar.

      “Por favor, perdoe-o, Senhor.” Rogou seu pai. “Ele é ainda é uma criança e…”

      “Eu não estou falando com você.” Disse o soldado. Com um olhar fulminante que forçou o pai de Thor a recuar.

      O soldado voltou-se novamente para Thor.

      “Responda-me!” Disse ele.

      Thor engoliu saliva, incapaz de falar. Isso não era o que ele tinha tido em mente.

      “Insultar o Exército Prata é insultar o próprio rei.” Thor disse humildemente, recitando o que ele tinha aprendido de memória.

      “Sim.” Disse o soldado. “Isso significa que eu posso dar-lhe quarenta chicotadas, seu eu quiser.”

      “Eu não desejo insultá-lo, senhor.” Disse Thor. “Eu quero apenas ser recrutado. Por favor! Tenho sonhado com isso toda a minha vida. Por favor! Deixe-me acompanhá-lo.”

      O soldado olhou para ele e lentamente, sua expressão suavizou-se. Depois de um longo tempo, ele balançou a cabeça.

      “Você é jovem, rapaz. Você tem um coração valente. Mas você não está pronto. Volte para nós quando você for desmamado.”

      Ao dizer isso, ele se virou e saiu, mal olhou para os outros rapazes. Montou rapidamente em seu cavalo.

      Thor, cabisbaixo, viu como a caravana punha-se em marcha; ela se foi tão rápido como tinha chegado.

      A última coisa que Thor viu foi seus irmãos, sentados no fundo da última carruagem, olhando para ele com desaprovação e zombaria. Eles estavam sendo levados embora diante de seus olhos, para longe dali, para uma vida melhor.

      Thor sentiu-se morrer por dentro.

      Como a excitação em torno dele se desvaneceu, os aldeões regressaram às suas casas.

      “Você percebe o quão estúpido você foi, garoto tolo?” O pai de Thor falou, agarrando seus ombros. “Você se dá conta de que poderia ter arruinado a oportunidade dos seus irmãos?”

      Thor se desvencilhou das mãos de seu pai, seu pai o agarrou de volta e golpeou-lhe o rosto com as costas da mão.

      Thor sentiu o ardor do golpe e olhou de volta para seu pai. Uma parte dele, pela primeira vez, na vida, quis revidar e bater em seu pai. Mas ele se conteve.

      “Pegue minhas ovelhas e traga-as de volta. Já! E quando você voltar, não espere obter comida de mim. Você vai ficar sem jantar hoje à noite e vai pensar sobre o que você fez.”

      “Talvez eu não volte nunca mais!” Thor gritou quando ele se virou e saiu para longe de sua casa, em direção as colinas.

      “Thor!” seu pai gritou. Alguns dos moradores que tinham permanecido na estrada, pararam e assistiram à cena.

      Thor acelerou o passo, logo começou a correr desejando distanciar-se desse lugar o máximo possível. Mal se dava conta de que estava chorando, as lágrimas estavam inundando o seu rosto, pois todos os sonhos que ele havia abrigado tinham sido despedaçados.

      CAPÍTULO DOIS

      Thor vagou por horas nas colinas, furioso, até que finalmente ele escolheu uma delas e sentou-se, com os braços cruzados ao redor de suas pernas, observando o horizonte. Ele observava as carruagens desaparecerem à distância e observava a nuvem de poeira que permaneceu atrás delas por horas.

      Não haveria não mais visitas. Agora ele estava destinado a permanecer ali naquela aldeia por anos, aguardando outra oportunidade – se acaso, alguma vez, o Exército Prata regressasse e se seu pai lhe permitisse. Agora, seriam apenas ele e o pai, sós na casa, o pai dele certamente descarregaria toda a extensão da sua ira sobre ele. Ele continuaria a ser o lacaio do pai, os anos passariam e Thor acabaria como ele, preso ali, vivendo uma vida insignificante e servil – enquanto seus irmãos conquistavam glória e fama. As veias dele queimavam devido à indignação causada por tudo isso. Essa não era a vida que ele estava destinado a viver. Ele sabia disso muito bem.

      Thor pensou desesperadamente em algo que pudesse ser feito, de que maneira ele poderia mudar sua situação. Porém, nada podia ser feito. As cartas da vida já estavam traçadas para ele.

      Depois de estar sentado por horas, ele levantou-se desanimado e começou a percorrer seu caminho para o alto das colinas tão familiares, cada vez mais alto. Inevitavelmente, ele se afastou, voltando para o rebanho, para a colina mais alta. Enquanto ele subia, o primeiros raios de sol caíam no céu e logo os segundos atingiam o seu ponto alto, lançando um tom esverdeado. Thor tomou seu tempo enquanto caminhava descuidadamente, retirando seu estilingue de sua cintura, sua laçada de couro bem desgastada por anos de uso. Ele enfiou a mão no saquinho amarrado ao seu quadril e tocou sua coleção de pedras, cada uma mais suave do que a outra, escolhidas a dedo nos mais seletos riachos. Às vezes, ele atirava em pássaros; outras vezes em roedores. Era um hábito que ele tinha assimilado com os anos. A princípio ele errava o alvo sempre; então, uma vez, ele acertou um alvo em movimento. Desde então, sua pontaria era certeira. Agora, arremessar pedras tornara-se uma parte dele – e isso ajudava a descarregar a sua raiva. Seus irmãos poderiam ser capazes de cortar um tronco com a espada – mas eles nunca poderiam abater com uma pedra, um pássaro em pleno voo.

      Thor descuidadamente colocou uma pedra na atiradeira, inclinou-se e atirou-a com todas as suas forças, fingindo que ele estava atirando no pai dele. Ela atingiu o galho de uma árvore distante, destroçando-o por completo. Uma vez que ele tinha descoberto que realmente podia matar animais em movimento, ele tinha parado de apontar para eles, com medo do seu próprio poder, já que não desejava causar-lhes nenhum dano; seus alvos agora eram os galhos. A não ser, é claro, quando raposas perseguiam seu rebanho. Ao longo do tempo, elas aprenderam a tomar distância e as ovelhas do Thor, como resultado, eram as mais seguras da aldeia.

      Thor pensou em seus irmãos, em por onde eles estariam agora e se enfureceu. Após um dia de viagem eles chegariam à corte do rei. Ele podia apenas imaginar isso. Ele os viu chegando com grande alarde, as pessoas com seus melhores trajes, cumprimentando-os. Os guerreiros saudando-os, os membros do Exército Prata. Eles seriam admitidos, receberiam um lugar para morar no quartel da Legião, um lugar para treinar nos campos do rei usando as melhores armas. Cada um seria nomeado escudeiro de um famoso cavaleiro. Um dia, eles mesmos se tornariam cavaleiros, com seu próprio cavalo, seu próprio brasão de armas e teriam os seu próprios escudeiros. Eles participariam de todos os festivais e jantariam à mesa do rei. Era uma vida encantadora. E tinha escorregado das mãos dele.

      Thor se sentia fisicamente doente e tentou tirar tudo isso da sua mente. Mas ele não podia. Havia uma parte dele, uma parte bem no seu íntimo, que gritava para ele. Ela dizia-lhe para não desistir, que ele tinha um destino melhor do que esse. Ele não sabia ainda qual era, Mas ele sabia que seu destino não estava ali. Ele sentia que era diferente. Talvez até mesmo especial. Que ninguém o compreendia. E que todos

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