Predestinada . Морган Райс

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Predestinada  - Морган Райс Memórias de um Vampiro

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Sam e Polly todos saltaram de susto, acordando de repente e a olharam como se ela fosse louca.

      Caitlin olhou para o telefone e ela percebeu que talvez estivesse mesmo louca.

      Caitlin saiu do quarto, abriu a porta para a grande varanda e saiu sozinha, depois sentou-se em uma cadeira de balanço. Estava frio na madrugada, mas ela não se importava. Sentia-se insensível ao mundo.

      Ela cruzou os braços e os apertou sobre seu peito, e então se balançou naquele ar frio de Novembro. Ela olhou para a rua vazia que estava se iluminando com a luz de um novo dia, não havia uma alma à vista, nem um movimento de carro, todas as casas ainda estavam escuras. Tudo quieto. A rua suburbana estava perfeitamente tranquila, nehuma folha fora do lugar, tudo normal com deveria ser. Perfeitamente normal.

      Mas nada, Caitlin sabia, estava normal. De repente, ela odiava aquele lugar que ela tinha amado por anos. Ela odiava o silêncio; ela odiava a tranquilidade; odiava a ordem. O que ela não daria para ter caos, para a quietude ser quebrada, para haver barulho, movimento, para que sua filha aparecesse.

      Scarlett, ela rezou, ao fechar os olhos, chorando, volte para mim, querida. Por favor volte para mim.

      CAPÍTULO CINCO

      Scarlett Paine sentia-se flutuando no ar, havia a vibração de um milhão de pequenas asas em seu ouvido, ela sentia que estava sendo levantada, cada vez mais alto. Ela olhou para fora e viu que  estava sendo içada por uma revoada de morcegos, um milhão de morcegos estavam a sua volta, agarrando a parte de trás de sua camisa, carregando-a no ar.

      Scarlett estava sendo carregada por cima das nuvens, através da mais bela alvorada que ela já tinha visto, as nuvens se espalhavam e se partiam, todas queimadas de laranja, o céu parecia em chamas. Ela não entendia o que estava acontecendo, mas, de alguma forma, ela não tinha medo. Ela percebeu que eles estavam levando-a para algum lugar e, enquanto eles gritavam e vibravam ao seu redor ao içá-la para o céu, ela sentiu como se fosse um deles.

      Antes de Scarlett poder processar o que estava acontecendo, os morcegos a colocaram gentilmente no chão, diante do maior castelo que ela já vira. Tinha antigas paredes de pedra e ela estava diante de uma imensa porta em forma de arco. Os morcegos voaram e sumiram e sua vibração desapareceu junto.

      Scarlett ficou de frente para a porta que lentamente se abriu. Uma luz âmbar derramou-se para fora e Scarlett sentiu-se tentada a entrar.

      Scarlett cruzou o limiar da porta, atravessou a luz e entrou na maior câmara que ela já tinha visto. No interior, alinhado com perfeição, de frente para ela, havia um exército de vampiros, todos vestidos de preto. Ela pairou acima deles e olhou para baixo, para eles, como se fosse sua líder.

      Como se fossem um, todos levantaram suas mãos e deram um tapa em seus peitos.

      “Você deu à luz uma nação”, eles gritaram, sua voz era só uma, ecoando nas paredes. “Você deu à luz uma nação!”

      Os vampiros soltaram um grande grito e, ao fazerem, Scarlett absorveu tudo, sentindo como se, finalmente, tivesse encontrado seu povo.

      Os olhos de Scarlett se abriram rapidamente quando ela acordou com o som de vidro quebrando. Ela se encontrava deitada de barriga para baixo sobre o cimento, seu rosto estava pressionado contra o chão, frio e úmido. Ela viu formigas rastejando em sua direção e então colocou suas palmas das mãos no cimento bruto, se sentou e as afastou.

      Scarlett estava com frio e dores, seu pescoço e costas se torciam por ela ter dormido naquela posição desconfortável. Acima de tudo, ela estava desorientada, assustada por não reconhecer o que a rodeava. Ela estava embaixo de uma pequena ponte local, deitada embaixo dela sobre uma encosta de cimento, enquanto o sol nascia. Fedia de urina e cerveja velha ali embaixo e Scarlett viu que o cimento estava todo marcado com pichações, ao examinar o chão, ela viu latas de cerveja vazias, lixos e agulhas usadas. Ela percebeu que estava em um lugar ruim. Ela olhou a sua volta, piscando, sem idéia de onde estava nem como ela chegara ali.

      Veio novamente o som de vidro quebrando, acompanhado de pés se arrastando e Scarlett virou-se rapidamente, seus sentidos em alerta.

      A cerca de dez metros de distância, havia quatro vagabundos vestidos em trapos, pareciam bêbados ou drogados, à procura de encrenca. Eram homens velhos com barba mal feita, eles olhavam para ela como se ela fosse um brinquedinho, havia sorrisos lascivos em seus rostos, revelando dentes podres e amarelos. Mas eles eram fortes, ela podia dizer, largos e altos e, pela forma com que eles se aproximavam, com um deles jogando uma garrafa de cerveja e quebrando-a debaixo da ponte, ela sabia que suas intenções não eram das melhores.

      Scarlett tentou se lembrar de como ela mesma havia chegado àquele lugar. Era um lugar que ela nunca teria ido voluntariamente. Será que ela tinha sido trazida ali? Seu primeiro pensamento foi de que talvez ela tivesse sido estuprada; mas ela olhou para baixo e se viu completamente vestida, sabia que não tinha sido isso. Ela pensou no que havia acontecido, tentou se lembrar da noite anterior.

      Mas era tudo um doloroso borrão. Scarlett lembrava-se em flashes: um bar ao lado da Rota 9… uma briga… Mas era tudo tão nebuloso. Ela não conseguia se lembrar dos detalhes.

      “Você sabe que está sob a nossa ponte, não sabe?”, um dos vagabundos disse enquanto se aproximavam, chegando cada vez mais perto. Scarlett se colocou rapidamente sobre suas mãos e joelhos e, em seguida, ficou em pé, de frente para eles, ela tremia por dentro, mas não queria aparentar medo.

      “Ninguém vem aqui sem pagar o pedágio”, disse outro.

      “Eu sinto muito”, disse ela. “Eu não sei como cheguei aqui.”

      “Esse foi o seu erro”, disse o outro, com uma voz gutural, sorrindo para ela.

      “Por favor,” Scarlett disse, tentando parecer durona, mas com a voz trêmula, enquando dava um passo para trás, “Eu não quero nenhum problema. Vou sair agora. Sinto muito.”

      Scarlett se virou para sair, seu coração batia forte no peito, quando, de repente, ela ouviu passos correndo e, em seguida, sentiu um braço apertar seu pescoço, uma faca apertando sua garganta e um hálito horrível de cerveja em seu rosto.

      “Não, você não sente, querida”, disse ele. “Nós ainda nem começamos a conversar”.

      Scarlett lutou, mas o homem era muito forte para ela, sua barba raspava em sua bochecha enquanto ele esfregava seu o rosto contra o dela.

      Logo os outros três apareceram diante dela e Scarlett gritou enquanto lutava sem sucesso, então sentiu mãos terríveis escorregando pelo seu estômago. Uma delas chegou a sua linha de cintura.

      Scarlett resistia e se contorcia, tentando fugir – mas eles eram muito fortes. Um deles se abaixou, arrancou o cinto e o jogou, ela ouviu o barulho de metal bater no cimento.

      “Por favor, deixe-me ir!” Scarlett gritou, enquanto se contorcia.

      Uma quarta mão se abaixou e pegou sua calça jeans pela cintura e entçao começou a puxá-la, tentando arrancá-la. Scarlett sabia que, em alguns momentos, se ela não fizesse alguma coisa, ela seria machucada.

      Algo dentro dela estalou. Ela não entendia o que era, mas havia dominado-a completamente, uma inundação de energia passava através dela, subia por seus pés e alcançava suas pernas e seu torso. Ela sentia como se fosse um calor escaldante, que disparava através de seus ombros e braços, percorrendo todo o caminho até a ponta de seus

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