Traída . Морган Райс

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Traída  - Морган Райс Memórias de um Vampiro

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na água.

      De repente, o congestionamento toma vida. Sem qualquer hesitação, os ansiosos nova-iorquinos pisam nos aceleradores, e seus carros avançam pelas pistas da ponte, agora abertas. Dentro de segundos, centenas de carros aceleram para fora de Manhattan. Kyle olha para seus rostos enquanto saem, e pode ver que muitos já haviam sido infectados com a peste.

      Ele abre um grande sorriso. Esta seria uma grande noite.

      TRÊS

      Samantha acompanha as enormes portas duplas se abrindo para dela, rangendo enquanto se moviam, e sente um buraco no estômago. Ela entra nos aposentos de seu líder, acompanhada por vários guardas vampiro. Eles não a estavam segurando, eles nunca se atreveriam, mas eles a acompanhava de perto, e a mensagem era clara. Ela ainda era um deles, mas estava em prisão domiciliar, pelo menos até que ela tivesse esse encontro com Rexius. Ele a havia convocado com soldado, mas também a convocava como prisioneira.

      As portas batem atrás dela com um estrondo, e ela percebe que os enormes aposentos estão lotados. Ela não via tamanho comparecimento há anos. Havia centenas de seus colegas vampiros no quarto. É claro que todos queriam ver, para saber as novidades, o que tinha acontecido com a Espada. Como ela a havia deixado escapar.

      Acima de tudo, eles provavelmente queriam vê-la punida. Eles sabiam que Rexius era um líder implacável, e que mesmo o menor erro exigia punição. Uma transgressão desta magnitude exigiria  uma punição memorável.

      Samantha estava ciente disso. Ela não estava tentando escapar de seu destino. Ela havia aceitado uma missão, e tinha falhado. A espada tinha sido encontrada, claro,  mas a verdade é que ela também  a havia perdido. Ela havia permitido que Kyle e Sergei a roubassem bem debaixo de seu nariz.

      Tudo teria sido perfeito. Ela claramente se lembrava da espada, jogada lá, no chão da King's Chapel, no corredor, a poucos metros de seu alcance. Ela estava a apenas alguns segundos de possuí-la, de concluir sua missão, de se tornar a heroína de seu coven.

      E então Kyle e aquele seu terrível companheiro, Sergei, tinham aparecido, derrubando-a e tirando a Espada de seu alcance. Era muita injustiça. Como ela poderia ter previsto algo assim?

      E agora, o que era ela? A vilã. Aquela que havia deixado a Espada escapar. A que tinha falhado na missão. Ah, sim, seu castigo seria terrível. Ela tinha certeza disso.

      Tudo o que ela queria agora era que Sam estivesse a salvo. Ele tinha sido nocauteado, inconsciente, e ela  tinha levado ele para longe, carregando-o todo o caminho de volta até ali. Ela queria que ele estivesse por perto. Ela não estava pronta para deixá-lo partir, e não sabia onde mais poderia levá-lo. Ela havia entrado sorrateiramente, e guardado ele com segurança, no subsolo, em uma sala vazia do seu coven. Ninguém a tinha visto, pelo menos que ela soubesse. Ele estaria em segurança ali, longe dos olhares curiosos destes vampiros. Ela apresentaria um relatório para Rexius, sofreria seu castigo, e, posteriormente, iria esperar até o dia amanhecer, quando todos estivessem dormindo, e fugiria com Sam.

      Naturalmente, ela não poderia simplesmente fugir sem mais nem menos. Ela teria que se reportar primeiro, para sofrer  seu castigo, ou então seu coven a caçaria, e ela teria que viver como uma fugitiva pelo resto de sua vida. Uma vez que ela tivesse sido punida, ninguém os perseguiria. Então, ela poderia levar Sam, e eles fugiriam para longe dali, e se estabeleceriam em algum lugar. Apenas os dois.

      Ela não imaginava que o rapaz, Sam, afetaria seus sentimentos dessa forma. Quando ela pensava em suas prioridades agora, pensava nele em primeiro lugar. Ela queria estar com ele. Ela precisava estar com ele. De fato, por mais loucura que fosse, ela sentia que não poderia mais viver sem ele. E ficou furiosa consigo mesma. Ela não sabia como havia deixado as coisas chegarem a este ponto. Uma paixão com um adolescente. Ainda pior, um humano. Ela se odiava por isso. Mas as coisas eram como deveriam ser. Seria uma perda de tempo tentar mudar a maneira como ela se sentia.

      Este pensamento lhe deu forças, enquanto lentamente se aproximava do trono de Rexius, preparando-se para sua sentença. Ela seria sujeitada a uma dor indescritível, sabia disso, mas a ideia de Sam a manteria forte durante toda sua provação. Ela teria algo para que voltar. E Sam estaria protegido, poupado de tudo isto. Era isso que tornava tudo suportável.

      Mas ele a amaria depois que tivesse sofrido seu castigo? Se ela conhecia Rexius, ele lhe reservaria o tratamento com ácido iórico, marcando seu rosto da pior maneira que conseguisse.  Era possível que ela perdesse a melhor parte da sua aparência depois disso. Será que Sam ainda a amaria? Ela esperava que sim.

      Um silêncio descende sobre os aposentos, à medida que centenas de vampiros se aproximam ansiosos para presenciar o encontro. Samantha dá vários passos em direção a Rexius e ajoelhando-se, curvando sua cabeça.

      Rexius, a poucos metros, a encara do alto de seu trono, com seus olhos azuis severos praticamente a perfurando. A sensação é de que ela a olha por vários minutos, embora Samantha saiba ter sido provavelmente apenas por alguns segundos. Ela mantém sua cabeça inclinada. Samantha sabe que é melhor não olhar seus olhos.

      "Então," começa Rexius, sua voz grave cortando o ar, "o bom filho a casa torna.".

      Vários minutos de silêncio se seguem, enquanto ele estuda Samantha. Ela sabe que é melhor não tentar se explicar de maneira alguma. Ela apenas mantém sua cabeça curvada.

      "Eu lhe enviei em uma missão muito simples," continua ele, "após os fracassos de Kyle, eu precisava de alguém em quem eu pudesse confiar. O meu soldado mais valioso. Você nunca tinha me decepcionado antes, não em milhares de anos", diz ele, encarando-a, "mas, agora, em uma simples missão, você conseguiu de alguma forma falhar. E falhou miseravelmente.".

      Samantha abaixa sua cabeça novamente.

      "Mas então, me diga exatamente o que aconteceu com a Espada. Onde é que ela está?”.

      "Meu mestre," começa ela lentamente, "Eu rastreei a garota. Caitlin. E o Caleb. Eu os encontrei. E eu achei a Espada. Eu até mesmo fiz com que Caitlin a soltasse. Ela estava no chão, a poucos metros do meu alcance. Em poucos segundos, ela certamente estaria em minhas mãos, para que eu pudesse trazê-la de volta para você.".

      Samantha engole a seco.

      "Eu não poderia ter previsto o que aconteceu em seguida. Fui surpreendida, atacada por Kyle-".

      Sussurros se alastram por todo o quarto lotado de vampiros.

      "Antes que eu pudesse pegar a espada," ela continua, "Kyle já a havia pegado. Ele fugiu da igreja, e que não havia nada que eu pudesse fazer. Eu tentei encontrá-lo, mas ele já estava muito longe. A Espada está agora em sua posse.".

      Um murmúrio ainda mais alto espalha-se por todo o quarto.

      A ansiedade no quarto é palpável.

      "SILÊNCIO!" grita uma voz.

      Lentamente, o silêncio toma conta do ambiente.

      "Então," começa Rexius, "depois de tudo isso, você deixa que Kyle lhe tome a Espada. Você praticamente a entrega a ele.".

      Samantha sabe que é melhor não discutir, mas não consegue conter-se. Ela tem de dizer alguma coisa em sua defesa. "Meu mestre, não havia nada que eu pudesse fazer-".

      Rex a interrompe simplesmente balançando a cabeça. Ela teme esse gesto. Significa que coisas ruins aconteceriam em seguida.

      "Graças a você, agora devo me preparar para duas guerras.

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