Amor Como Aquele . Sophie Love
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“Não é o que eu quis dizer.”
Keira sabia o que ele queria dizer, mas não queria acreditar. Ela não iria deixar que Shane desistisse no primeiro obstáculo. O amor deles era maior do que isso, mais importante e especial. Ela teria que convencê-lo do contrário, mesmo que isso significasse parecer desesperada ou se tornar, nas palavras de Bryn, muito dependente.
Ela escutou ao som da inspiração profunda e triste de Shane . “Precisam de mim na fazenda, com minha família. A Irlanda é o meu lar. Não posso me mudar para outro lugar.”
“Ninguém está falando em mudar,” respondeu Keira.
“Mas falaremos, em breve,” disse Shane. “Se quisermos que nossa relação funcione, em algum momento teremos que morar no mesmo país. Não posso me mudar para aí. Você não se mudará para cá.”
“Eu poderia,” gaguejou Keira. “Estou certa que poderia. Em algum momento.”
Ela pensou no lindo país que havia se apaixonado. Ela com certeza poderia morar lá se fosse necessário para ficar com Shane.
“Na fazenda?”
“Claro!”
A bela fazenda cheia de amor e família era uma imagem maravilhosa para Keira. Sua própria família era fragmentada, com Bryn sempre ocupada, sua mãe morando a quilômetros de distância e seu pai completamente ausente de sua vida. Como não amar a família imediata que Shane poderia lhe proporcionar?
“Com minha família? Minhas irmãs? Meus pais?” Shane a questionou. “E todas aquelas ovelhas?”
Keira lembrou-se do estrume de ovelha que ficou afundada até os joelhos. Ela pensou nas seis irmãs de Shane, que eram adoráveis, mas ainda moravam em casa. Ficaria apertado. Muito longe da vida que esperava para si própria. Mas dormir no sofá de Bryn também não era o que esperava. Se ela conseguia aguentar morar com sua própria irmã, então definitivamente aguentaria morar com as seis irmãs de Shane! E a vida não significava superar os desafios? Não significava de abraçar o louco?
“Shane,” respondeu Keira, tentando parecer calma. “Não precisamos resolver isto agora. A vida muda. Quem sabe, todas as suas irmãs podem se casar e mudar. Seus pais podem decidir vender a fazenda e velejar ao redor do mundo em um iate. Não é possível prever o futuro, então vamos parar de nos preocupar com isso.”
“Escute, por favor,” respondeu Shane, sua voz crepitando de emoção. “Estou tentando terminar agora para que no futuro não seja ainda mais doloroso do que já está sendo.”
A palavra terminar se repetia na cabeça de Keira, como um martelo batendo no aço. Ela encolheu-se, o nó doloroso em sua garganta ficando cada vez maior e mais difícil do que já estava.
Ela, então percebeu pela primeira vez que a decisão de Shane estava tomada. Ele não iria voltar atrás. Nada do que ela dissesse mudaria sua decisão.
“Não faça isso,” respondeu Keira. De repente, ela estava chorando, soluçando em voz alta, incontrolavelmente, quando finalmente caiu a ficha de que Shane não voltaria atrás de sua decisão. Que ele realmente estava terminando com ela. Seu amor verdadeiro. O amor de sua vida.
“Sinto muito,” ele respondeu, também chorando. “Eu tenho que fazer isso. Por favor, entenda. Se não tivéssemos esse oceano entre a gente, eu iria querer estar com você o tempo todo. Talvez eu até quisesse casar com você.”
“Não diga isso!” Keira gemeu. “Você só está piorando as coisas.”
Shane deu um alto suspiro. “Quero que saiba o quanto você significa para mim, Keira. Não quero que pense que eu deixei de gostar de você ou algo do tipo. Se não estivéssemos neste impasse, nunca faria isso. Não é o que quero. Nem de perto. Você entende?”
“Sim,” respondeu Keira, suas lágrimas caindo amargamente de seus olhos. Ela entendeu muito bem. O homem de seus sonhos, um homem que a amava e a fez sorrir todos os dias, estava desistindo dela porque as coisas eram um pouco complicadas. O homem que ela se apaixonou tão profundamente durante o mês mais transformador de sua vida estava desistindo no primeiro obstáculo. No final das contas, ele não iria se dedicar ao relacionamento. Os pensamentos rodopiavam amargamente na cabeça de Keira.
“Então, suponho que isso seja um adeus?” Ela disse, friamente.
Shane deve ter captado seu súbito tom deprimido. “Não fique assim,” ele disse. “Nós podemos manter o contato. Podemos ser amigos. Tem redes sociais. Não é como se eu estivesse te cortando totalmente de minha vida.”
“É claro,” respondeu Keira, com o coração apertado, sabendo que mesmo com as melhores intenções, relacionamentos amorosos quase nunca se transformavam em amizades platônicas. Não era assim que funcionava. Quando o amor era perdido, acabava, pelo menos na experiência de Keira.
“Você está brava comigo?” Shane perguntou, sua voz baixa e frágil.
“Não,” respondeu Keira, percebendo que era verdade. Os motivos de Shane para terminar eram nobres. Ele estava colocando sua família em primeiro lugar. Este era exatamente o tipo de qualidade que ela precisava de um parceiro, então seria um pouco injusto se ela o criticasse. “Acho que você deveria desligar e ficar com sua família agora,” ela disse. “Dê um abraço em todos por mim.”
“Ok,” respondeu Shane.
Keira não tinha certeza, mas teve a nítida impressão, pelo jeito que ele disse, que ele sabia que ela não esperava falar nunca mais com ele. Ele pareceu estar devastado.
Houve um longo período de silêncio.
“Adeus, Keira,” Shane finalmente disse.
Antes que ela tivesse a chance de responder, a ligação ficou muda. Ela afastou seu celular da orelha e ficou olhando para ele em sua mão. Como um pedaço tão pequeno de metal e chips de computador poderiam fazer com ela sentisse como se o mundo todo estivesse desmoronando debaixo de seus pés? Como uma conversa poderia virar sua vida de cabeça para baixo? Ela sentia como se cada milímetro de felicidade que já havia sentido tivesse sido sugado através dos alto-falantes do celular e sido cuspido em um abismo escuro, para nunca mais ser visto novamente.
E o pior de tudo, Keira nem sequer podia sentir raiva. Shane não foi um idiota como todos os outros namorados com quem ela havia terminado. Não houve traição, mentiras, discussões aos gritos ou insultos inaceitáveis. Talvez fosse por isso que era muito mais doloroso. Talvez tenha sido porque ela tenha se empolgado, achando que Shane pudesse ser a pessoa certa, que qualquer um pudesse ser a pessoa certa.
Com as lágrimas ainda caindo, Keira saiu do banheiro e jogou seu celular no sofá. Bryn, que estava de pé no balcão do café da manhã preparando café, recuou com surpresa.
“O que aconteceu?” perguntou Bryn. “Você está chorando?”
Ignorando a pergunta de Bryn, Keira agarrou seu itinerário de outono na mesa—olhando brevemente para a lista de eventos que havia planejado para ela e Shane, lugares onde eles supostamente criariam lembranças preciosas para contar aos netos—e rasgou ao meio.
CAPÍTULO DOIS
Bryn