A corda do Diabo . Блейк Пирс
Чтение книги онлайн.
Читать онлайн книгу A corda do Diabo - Блейк Пирс страница 5
Um olhar dolorido tomou conta do rosto de Ryan. Riley tentou imaginar o que ele diria a seguir. Finalmente, ele respondeu:
- Eu só quero uma família.
Então, ele encolheu os ombros e comeu mais um pedaço de carne.
Sentindo-se um pouco aliviada, Riley respondeu:
- Eu também quero.
- Quer mesmo? – Ryan perguntou.
- Claro que sim. Você sabe que sim.
Ryan balançou a cabeça e disse:
- Não sei nem se você sabe o que quer de verdade.
Riley sentiu-se como se tivesse levado um soco no estômago. Por um momento, ela simplesmente não soube o que dizer. Depois, finalmente falou:
- Você não acha que eu posso ter uma carreira e uma família?
- Com certeza sim – Ryan disse. – Mulheres fazem isso o tempo todo hoje em dia. Chama-se “ter de tudo”, pelo que eu sei. É difícil, requer planejamento e sacrifícios, mas é possível. E eu amaria te ajudar a fazer tudo isso. Mas...
A voz dele diminuiu.
- Mas o que? – Riley perguntou.
Ele respirou profundamente, depois respondeu.
- Talvez seria diferente se você quisesse ser uma advogada, como eu. Ou uma médica, ou uma psiquiatra. Ou corretora. Ou começasse seu próprio negócio. Ou se tornasse uma professora universitária. Eu poderia lidar com tudo isso. Poderia mesmo. Mas essa história toda de você ir para o FBI—você vai ficar em Quantico por dezoito semanas! Quantas vezes nós vamos nos ver nesse período? Você acha que qualquer relação consegue sobreviver a esse tempo todo? E além disso...
Ele olhou para Riley por um instante. Depois, continuou:
- Riley, você quase morreu duas vezes desde que eu te conheci.
Riley engoliu em seco.
Ele estava certo, claro. Seu encontro mais recente com a morte fora nas mãos do Palhaço Assassino. Antes disso, durante seu último semestre na faculdade, ela quase havia sido assassinada por um professor psicopata que ainda aguardava julgamento por ter matado outras duas alunas. Riley conhecia aquelas garotas. Uma delas era sua melhor amiga e colega de quarto.
A ajuda de Riley para solucionar aquele caso terrível de assassinato acabara levando-a ao programa de estágio de verão, e fora uma das principais razões pela quais ela decidira se tornar uma agente do FBI.
Com a voz em choque, Riley disse:
- Você quer que eu saia? Você quer que eu não vá para Quantico amanhã?
Ryan respondeu:
- Não importa o que eu quero.
Riley estava lutando para não chorar.
- Sim, importa sim, Ryan – ela disse. – Importa muito.
Ryan fechou os olhos pelo que pareceu ser um bom tempo. Depois, disse:
- Acho que sim. Quero dizer, quero que você saia. Eu sei que você acha isso incrível. Que tem sido uma aventura e tanto para você. Mas é hora de nós dois nos acalmarmos. É hora de encararmos nossa vida real.
Riley de repente sentiu-se como se estivesse em um pesadelo, mas sem conseguir acordar.
Nossa vida real! Pensou.
O que aquilo significava?
E o que dizia sobre ela o fato de ela não saber o que aquilo significava?
Riley só tinha uma certeza...
Ele não quer que eu vá para Quantico.
Então, Ryan disse:
- Olhe, você pode trabalhar com todos os tipos de serviços aqui em Washington. E você tem muito tempo para pensar no que quer fazer a longo prazo. Enquanto isso, não interessa se você ganhar pouco ou muito dinheiro. Nós não vamos ser ricos com meu salário, mas vamos viver bem, e logo eu vou estar ganhando muito bem.
Ryan voltou a comer, parecendo estranhamente aliviado, como se tivesse resolvido tudo.
Mas eles haviam resolvido algo? Riley havia passado o verão inteiro sonhando com a Academia do FBI. Não passava pela cabeça dela desistir naquele momento.
Não, pensou. Não posso fazer isso.
Então, sentiu a raiva subindo em seu corpo. Com a voz tensa, disse;
- Sinto muito por você pensar assim. Não vou mudar de ideia. Vou para Quantico amanhã.
Ryan olhou para ela como se não acreditasse no que estava ouvindo.
Riley levantou-se da mesa e disse:
- Aproveite o resto do jantar. Tem cheesecake na geladeira. Estou cansada. Vou tomar banho e deitar.
Antes que Ryan pudesse responder, Riley seguiu para o banheiro. Ela chorou por alguns minutos, depois tomou um banho quente e demorado. Quando colocou seu roupão e chinelos e saiu do banheiro, viu Ryan sentado na cozinha. Ele havia limpado a mesa e estava trabalhando em seu computador. Ele não olhou para ela.
Riley foi para o quarto, caiu na cama e começou a chorar novamente.
Ao enxugar os olhos e assoar o nariz, perguntou-se:
Por que estou com tanta raiva?
Ryan está errado?
Algo nisso tudo é culpa dele?
Seus pensamentos estavam confusos e ela não conseguia raciocinar. Então, uma memória terrível a assombrou—de acordar na cama com muita dor e ver que estava rodeada por sangue...
Meu aborto.
Encontrou-se perguntando-se—seria aquela uma das razões pelas quais Ryan não queria que ela fosse para o FBI? Ela estava muito estressada com o caso do Palhaço Assassino na época do aborto. Mas a médica havia assegurado que aquele estresse não tivera nada a ver com o acidente.
Ao invés disso, a médica havia dito que a causa fora “anormalidades nos cromossomos”.
Pensando naquilo tudo novamente, aquela palavra a incomodou...
Anormalidades.
Perguntou-se: seria ela de alguma forma anormal, no que se tratava do que realmente importava?
Seria ela incapaz de ter uma relação duradoura e uma família?
Ao deitar-se para tentar dormir, sentiu que só tinha certeza de uma coisa...
Vou para Quantico amanhã.
Pegou