Duelo De Corações. Barbara Cartland
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Читать онлайн книгу Duelo De Corações - Barbara Cartland страница 4
—Sim. Este é Isaac Rosenberg, advogado. Muito velhaco, devo acrescentar. Porém, nunca imaginei que ele acabaria tendo uma morte horrível como esta.
—O senhor disse que veio até aqui... para encontrar-se com ele?
—Exatamente. Foi Rosenberg quem marcou este lugar. A propósito…
O cavalheiro interrompeu o que estava dizendo, ajoelhou-se de novo do lado do morto e procurou alguma coisa dentro do bolso do seu sobretudo.
—Ah, encontrei-as!— exclamou satisfeito, olhando para um maço de cartas amarradas com uma fita—, será que todas estão mesmo aqui?
«Ali devem haver cerca de seis envelopes», pensou Caroline.
O cavalheiro continuou de joelhos e revistou mais uma vez os bolsos do advogado. Encontrou uma folha de papel e ficou tenso.
Sempre observando-o, Caroline notou que sua expressão se transformara ao olhar o papel amassado que tinha na mão. De repente ele inclinou a cabeça para trás e deu uma risada destituída de humor.
—O que foi, sir?
Ele fitou-a como se tivesse esquecido de sua presença e respondeu com sarcasmo:
—Foi uma brincadeira de mau gosto. Uma brincadeira monstruosa. Alguém quis divertir-se e esse alguém não sou eu.
—Não estou entendendo, sir.
—Por que deveria entender, milady? Mas vou explicar-lhe. Alguém assassinou este pobre velhaco para pôr uma corda ao redor do meu pescoço. E sabe para quê? Para incriminar-me, compreende? Rosenberg marcou um encontro comigo, aqui. E esse foi um modo de eu ser atraído para este lugar. Agora ele está morto aos meus pés e eu posso ser preso por assassinato.
—Mas o senhor não matou este homem! Posso jurar que não foi o senhor!— Caroline exclamou.
—Ah, pode? Esta brincadeira começa a ficar interessante! Quem mais sabe que a senhorita está neste bosque?
—Na verdade… ninguém, sir! Eu não tinha a intenção de vir até aqui.
O cavalheiro riu outra vez.
—Além de a brincadeira começar a ter mais graça, a trama envolvendo este crime toma-se cada vez mais enredada. O homem que maquinou este assassinato ficará furioso ao saber que uma lady está disposta a jurar que sou inocente!
—Oh... eu não posso jurar, sir— Caroline gritou, alarmada—, quero dizer... se for mesmo preciso o meu testemunho para livrá-lo... da forca... mas... mas... ninguém deve saber que estive aqui… a esta hora da noite.
—Nesse caso, milady, devo sugerir que desapareça de aqui quanto antes, é melhor se não quer ser descoberta— opinou o cavalheiro, sorrindo—, e se não estou enganado, logo vai aparecer alguém nesta clareira, e estou certo de que encontrará o cadáver, e o assassino que, ele imaginará que seja eu. Portanto, corra o mais depressa que puder, milady, para não ser envolvida neste crime desagradável.
—Não posso fazer isso… pois eu sei que o senhor é inocente e...
—Não perca tempo, fuja, milady.
—E o senhor?
—Vou aguardar.
—Por quê?— Caroline indagou, ficou mesmo pasmada com a indiferença do cavalheiro—, você quer ser acusado de um crime que não cometeu? Por que essa tolice? Se fugir, ninguém poderá provar que o senhor esteve aqui, muito menos que matou este homem.
—Não tenho apego à vida— o cavalheiro deu de ombros—, vou morrer mesmo, em breve, de um modo ou de outro.
—O senhor deve estar louco ou então bebeu demais— Caroline concluiu, zangada—, há muitos modos decentes de morrer, sir. Mas é covardia deixar que o Conde nem por um crime que não cometeu. Venha comigo, sir, enquanto é tempo.
Caroline falou com veemência e o homem à ouviu com um sorriso nos lábios. Em seguida sacudiu mais uma vez os ombros largos.
—Está bem. Conseguiu convencer-me, milady. Posso acompanhá-la até sair do bosque?
Ele ia oferecer o braço a Caroline, mas ela ergueu a mão sussurrou:
—Ouça!
Ambos ficaram imóveis e atentos. Do bosque chegou até eles o som de vozes e de pessoas andando entre as árvores.
—Depressa— Caroline disse em voz baixa—, eles devem estar procurando pelo senhor... ou por mim.
O cavalheiro virou-se ligeiro.
—Por aqui. Meu cavalo está logo adiante.
Ele foi à frente e Caroline seguiu-o. Não havia caminho trilhado e os dois andaram pelo mato crescido, desviando-se como podiam dos ramos das árvores, dos espinhos e galhos secos. Depois do que pareceu a Caroline uma eternidade eles saíram do bosque.
Ela sentia o rosto ardendo devido aos arranhões e tinha as roupas rasgadas.
—Aqui estamos— disse o cavalheiro aproximando-se do seu cavalo, preso a uma árvore—, você não se importa de ir na garupa?
—Para mim está bem— Caroline respondeu.
Ele a colocou atrás da sela e montou em seguida. O som de vozes, embora distantes, chegou até eles.
—Está ouvindo? Eles encontraram o cadáver— disse o cavalheiro, fustigando o cavalo.
Agarrada à cintura dele Caroline não quis olhar para trás. Quanto mais depressa se afastassem dali, melhor.
CAPÍTULO II
O cavalheiro e Caroline galoparam durante alguns minutos.
—Para onde estamos indo, sir?— Caroline perguntou, ofegante.
Ele controlou as rédeas do cavalo, fazendo o animal ir a passo e respondeu:
—Moro aqui perto, no Castelo de Brecon. A propósito, meu nome é Brecon.
—Devo ter ouvido falar sobre seu Castelo— Caroline observou, pensativa.
—Provavelmente. O lugar é lindo e famoso. Muitas pessoas vêm conhecer o Castelo devido às duas torres normandas.
Caroline empertigou-se. Teve vontade de responder com altivez que não era dessas pessoas que passeavam pelas estradas a fim de admirar Castelos.
Lembrando-se a tempo de que estava suja e com as roupas rasgadas, controlou-se. Como era possível o estranho saber que ela era filha de um aristocrata importante? Disse então com suavidade:
—Nunca vi o Castelo de Brecon, milorde. Eu me lembraria disso se já o conhecesse. E o senhor é lorde Brecon, suponho.
—Sou.