Duelo De Corações. Barbara Cartland
Чтение книги онлайн.
Читать онлайн книгу Duelo De Corações - Barbara Cartland страница 6
—Vejo que são pessoas de respeito, filho— disse à mulher ao rapazinho—, faça o que o cavalheiro está dizendo.
Lorde Brecon atirou uma moeda de prata no ar e o adolescente a apanhou com agilidade.
—Por aqui, senhor— ele disse em outro tom e saiu correndo adiante do cavalo.
Uma grande carroça estava um pouco separada das outras e era também a mais vistosa, pintada de vermelho e prata. Pelas janelas e pela porta, todas abertas, via-se parte do interior iluminado do carroção.
—Patrão! Sr. Grimbaldi!— gritou o rapazinho subindo os poucos degraus do carroção e detendo-se à porta—, um cavalheiro quer falar com o senhor.
Da garupa Caroline olhou ao redor e viu diversos carroções iluminados. As jaulas com os animais estavam cobertas. Várias pessoas, homens e mulheres, com certeza os treinadores e empregados que cuidavam dos animais, estavam sentados ao redor de uma fogueira.
Nesse instante um homem alto e musculoso atendeu ao chamado. Ele teve de se abaixar para não bater na trave da porta.
—Lorde Brecon! Que surpresa agradável!— exclamou ao ver o amigo.
—Podemos entrar, Adam?— lorde Brecon perguntou—, trouxe uma amiga comigo.
O rapazinho correu para segurar o cavalo. Lorde Brecon desmontou, tirou Caroline da garupa e ficou por um momento fi- tando-a, fazendo-a sentir o coração bater com mais força.
—Deixe-me ajudá-la— ele acrescentou, dando-lhe a mão para que ela subisse os degraus do carroção.
—Seja bem-vinda, milady— disse o Sr. Grimbaldi.
—Obrigada.
—Adam Grimbaldi é um grande e velho amigo, Srta. Fry. Apesar do
sobrenome estranho, ele tem sangue inglês— expôs lorde Brecon.
—É verdade. Mas não só o sangue. Meu coração também é inglês. É bom estar
de volta ao meu país.
—Sei que ama a Inglaterra, Adam, embora você tenha feito o maior sucesso na França.
No interior do carroção Caroline ficou atônita ao ver uma mulher, trajada de modo estranho, levantar-se de um divã onde estava repousando.
Era pequenina e delicada, bonita, os cabelos pareciam uma nuvem dourada e chegavam à altura dos joelhos. Suas roupas constavam de calças em estilo turco, de tecido muito fino, e um top bordado com pedras preciosas.
—Bonsoir, madame— a pequenina mulher cumprimentou Caroline. Então viu lorde Brecon e exclamou—, senhor Conde! Que bom revê-lo. Pensei que tivesse esquecido Zara.
Zara correu para lorde Brecon com os braços abertos. Ele abraçou-a e beijou-lhe o rosto. Os olhos de Caroline se arregalaram diante da cena.
—Está gostando da Inglaterra, Zara?— lorde Brecon perguntou, olhando para a pequenina mulher com surpreendente afeição.
—Estou detestando. Aqui faz muito frio e o público não é entusiasmado para aplaudir. Os ingleses não são calorosos como os franceses nem barulhentos e alegres como os alemães.
—Já disse a Zara que somos um povo reservado— esclareceu o Sr. Grimbaldi, sorrindo—, com o tempo ela se acostuma conosco.
—E seus tigres? O que eles acham dos ingleses?— lorde Brecon perguntou em tom brincalhão.
—Eles são como eu. Se não ouvem muitos aplausos ficam tristes, acham que não fazem sucesso e tomam-se indóceis, dando-me grande trabalho para controlá-los.
—Oh, minha pobre Zara—, lorde Brecon olhou para Caroline— Srta. Fry, quero apresentá-la a madame Zara, a maior e provavelmente a única domadora de tigres do mundo. Ela obteve um sucesso fenomenal no Continente e agora nos sentimos honrados em recebê-la na Inglaterra.
—Espero ter o grande prazer vê-la apresentar-se com seus tigres, madame Zara— disse Caroline delicadamente.
—Sente-se, Srta. Fry — convidou o Sr. Grimbaldi, oferecendo-lhe uma cadeira.
Quando se sentou, Caroline pôde avaliar seu cansaço.
—Tivemos uma jornada exaustiva— lorde Brecon estava dizendo—, podemos contar com a sua hospitalidade, Adam? Estamos com fome e sede.
—Naturalmente! Só receio não termos aqui os pratos aos quais está acostumado. Gostariam de bacon e ovos?
—Para mim está ótimo!— aprovou lorde Brecon—, e você, Srta. Fry?
—Aceito com prazer.
—E para beber orgulho-me de oferecer-lhes champanhe da melhor qualidade que eu trouxe da França.
Enquanto falava Adam Grimbaldi tirou uma garrafa de um armário aos fundos do carroção e colocou-a sobre a mesa. Caroline notou que aquela casa sobre rodas tinha, em móveis compactos, tudo o que era necessário. Havia ali armários, prateleiras, a mesa, cadeiras, quadros e enfeites. O divã com diversas almofadas era também um confortável leito e um fino tapete persa cobria o assoalho.
—Isto aqui é muito aconchegante!— Caroline disse a Zara.
—Este é o carroção de Adam. O meu não é tão grande, mas é muito mais bonito— Zara respondeu—, por favor, madame, tire o chapéu e fique à vontade.
—Oh, sim. Obrigada.
Desamarrando o laço sob o pescoço Caroline livrou-se do chapéu elegante e grande, no rigor da moda, deixando à mostra os cabelos longos, cácheados e loiros com reflexos ruivos. A luz das lanternas presas às paredes eles ganharam mais brilho. Pela primeira vez lorde Brecon pôde vê-la claramente.
Ficou encantado com a beleza daquele rosto oval, perfeito, pousado sobre o longo pescoço alvo. Admirou o nariz pequeno, bem feito, os lábios cheios e vermelhos. Mas eram os olhos intensamente azuis, grandes, vivos, alegres e travessos, o que havia de mais lindo em Caroline. A evidente surpresa de lorde Brecon e a admiração impressa em seu olhar fez com que ela abaixasse os olhós e sentisse no rosto um súbito rubor. Mentalmente ele a comparou à figura de uma ilustração de algum conto de fadas, com a diferença que nada em Caroline era estático.
Ao contrário, era cheia de vida e emanavam dela uma alegria e um entusiasmo contagiantes.
—Fale-me sobre seus animais— Caroline pediu ao Sr. Grimbaldi— são muitos?
—Temos um grande número deles, milady. Os três leões são o meu orgulho. César, o mais velho, é bem treinado e manso como um gato. Eu o criei desde filhote e atualmente posso fazer com ele o que quiser, sem correr o perigo de ser atacado.
Adam Grimbaldi continuaria falando com entusiasmo sobre seus