Duelo De Corações. Barbara Cartland

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Duelo De Corações - Barbara Cartland A Eterna Colecao de Barbara Cartland

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que diz isso?

      —Se alguém assassinou aquele homem para incriminá-lo, as pessoas que suspeitam do senhor por certo irão até seu Castelo à sua procura e farão perguntas para saber onde o senhor esteve esta noite, principalmente na hora do crime.

      —Por Júpiter! Você é astuta como uma advogada ou é uma ávida leitora de romances policiais de alguma biblioteca circulante— brincou lorde Brecon.

      Caroline riu. Era verdade que gostava muito de romances de mistério. Lorde Brecon acrescentou:

      —Reconheço que o seu raciocínio é correto. Nesse caso, o que devemos fazer?

      —O senhor tem amigos de inteira confiança? Lembro-me de um caso em que um fazendeiro de boa reputação foi acusado de envolvimento com uma quadrilha de contrabandistas. No tribunal três amigos juraram que o fazendeiro havia passado a noite com eles, jogando cartas…

      —Mas não acha que é arriscado pensar numa situação que me possa ilibar mas que não é verdadeira?- interrompleu lord Brecon.

      —Ouça o resto por favor… a respeito desse julgamento meu pai assim comentou: "É difícil reconhecer se um homem diz ou não a verdade. Mas no caso de quatro jurando a mesma coisa, ainda que falsa, convenceram o juiz e o júri".

      —Realmente seu pai estava certo— concordou lorde Brecon conduzindo o cavalo na direção oposta—, é melhor eu ser prudente, e arranjar dois ou três amigos leais que testemunhem a meu favor.

      Caroline não revelou que seu pai fora o juiz naquele julgamento. Dada a circunstância estranha em que lorde Brecon a encontrara, seria melhor não revelar sua identidade.

      —Tenho sim dois grandes amigos que testemunharão a meu favor. Você aguentará cavalgar ainda mais duas milhas, estando nessa posição desconfortável?

      —Estou bem, milorde— Caroline tranquilizou-o.

      —Perdoe-me por não lhe perguntar aonde queria ir, milady—lorde Brecon desculpou-se—, os acontecimentos destes últimos trinta minutos deixaram-me confuso.

      —Compreendo, milorde.

      —Este caminho que leva a Sevenoaks lhe convém?

      —Sim— Caroline respondeu brevemente, pensando em alugar em Sevenoaks uma carruagem que a levasse a Londres.

      —Já me apresentei, mas ainda não sei o seu nome— lorde Brecon observou de repente.

      —Caroline…— ela parou a tempo de não dizer o sobrenome verdadeiro. Mencionou o primeiro que lhe ocorreu—, Caroline Fry.

      —Seu criado, Srta. Fry. E agora talvez possa matar a minha curiosidade me dizendo, o que fazia no bosque quando Rosenberg foi golpeado por alguma mão traiçoeira.

      Caroline teve de pensar depressa. Havia estado ocupada com os problemas de lorde Brecon e não inventara uma história para justificar sua presença naquele lugar estranho em hora mais estranha ainda. Graças às suas leituras teve a ideia de recompor para si mesma a passagem que havia lido em um romance e que lhe pareceu plausível.

      —Eu trabalhava como acompanhante de uma senhora da alta nobreza— ela começou—, não tardei a perceber que minha patroa tinha o hábito de beber demais, o que a deixava transtornada, até violenta.

      —Não me diga que a machucou ?

      —Não… mas esta noite, após o jantar, ela insistiu em fazer um passeio de carruagem, achando que o ar fresco da noite iria clarear-lhe a mente. Seu coche foi trazido e saímos para dar uma volta. A certa altura essa lady pediu-me o espelho de mão que eu trazia na bolsa. Quando lhe entreguei o espelho ela o deixou cair, devido ao tremor das mãos, ocasionado pelo excesso de brandy. Furiosa, ela acusou-me de trazer-lhe azar. Obrigou-me a descer do coche e atirou sobre mim o dinheiro correspondente ao meu salário.

      —Uma atitude monstruosa!— lorde Brecon indignou-se—, mulheres assim não deviam existir!

      —Quando me vi assim sozinha numa estrada sem movimento, achei mais conveniente atravessar o bosque, e sair na estrada principal, que com certeza me levaria a Sevenoaks.

      —Sim… mas você teria de andar quase duas milhas. Agora posso deixá-la em Sevenoaks. Chegando lá, o que pretende fazer?

      —Pensei em alugar uma carruagem e ir para Londres.

      —Então você mora em Londres?

      De repente Caroline teve um desejo imenso de estar em casa, no campo, sob a proteção dos pais. Se voltasse a Londres precisaria ter uma boa desculpa para apresentar à madrinha e à prima, lady Edgmont. Também não estava disposta a ver sir Montagu. O que ele seria capaz de inventar quando retomasse à cidade?

      Tudo era assustador e Caroline, impetuosa como sempre, tomou a resolução de voltar para o campo. Contaria aos pais o que acontecera e pediria o perdão de ambos por sua imprudência. Toda vez que cometia uma falta ela assumia a responsabilidade e acabava sendo perdoada.

      —Não, milorde— respondeu por fim—, moro perto de Dover, e pensando bem, será mais prudente eu voltar para casa. Depois arranjarei outro emprego.

      —Nesse caso devemos ir até Dover e quanto antes chegarmos lá, melhor. Suportará a viagem se formos mais depressa? Neste passo levaremos metade da noite para chegar até meus amigos.

      —Pode ir a pleno galope, milorde— consentiu Caroline, agarrando-se com mais força à cintura do cavaleiro.

      A partir daí sua única preocupação foi manter-se na garupa e abaixar a cabeça para o chapéu não voar. Este, felizmente, estava amarrado ao queixo com uma fita.

      Depois de algum tempo lorde Brecon exclamou:

      —Veja ali adiante! Eles estão onde eu previa.

      Olhando para a frente Caroline avistou luzes, os contornos de tetos recurvados e pequenas chaminés. Nada do que viu lembrava casas.

      Só então compreendeu que em um terreno estavam estacionadas vários carroções fechados, desses que ciganos e artistas circenses usam como casa.

      —Ciganos!— exclamou, surpresa.

      —Não é um grupo de ciganos— contrapôs lorde Brecon—, meu amigo é dono

      de um pequeno circo de animais amestrados e os exibe em diversas cidades.

      —Um circo itinerante de animais! Já vi apresentação de animais amestrados na feira de São Bartolomeu.

      —Acredito que meu amigo Grimbaldi pretende terminar sua excursão nessa feira.

      Eles se aproximaram do acampamento e um rapazinho de uns quinze anos de idade, moreno, de cabelos longos e negros, com aparência de cigano, saiu das sombras e os deteve.

      —Ei, senhor! O espetáculo terminou. Vocês não podem entrar.

      Uma mulher igualmente morena, carregando uma criança no colo

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