Infiltrado: Uma série de suspenses do espião Agente Zero — Livro nº1. Джек Марс
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Читать онлайн книгу Infiltrado: Uma série de suspenses do espião Agente Zero — Livro nº1 - Джек Марс страница 14
"Eu disse a você tudo o que sei!", insistiu.
"Minha informação diz o contrário. Diz que você pode saber muito mais, mas pode estar com medo das pessoas erradas. O que acha, Sheik... Meu amigo na sala ao lado? Ele está ficando nervoso. Olhe só, ele tem um martelo - é apenas um martelinho, um martelo de pedra, como o de um geólogo? Mas faz maravilhas em pequenos ossos, nas articulações..."
"Eu juro!" O sheik torce as mãos nervosamente. Você reconhece isso como uma confissão.” "Houve outras conversas sobre os planos, mas eles estavam em alemão, russo... eu não entendi!"
"Sabe como é, Sheik... Um tiro soa do mesmo jeito em todas as línguas."
Reid regressou ao momento presente no bar. Sua garganta estava seca. A lembrança era intensa, tão vívida e lúcida quanto qualquer outra que ele conhecesse. E tinha sido a voz dele em sua cabeça, ameaçando casualmente, dizendo coisas que nunca sonharia em dizer a outra pessoa.
Planos. O sheik definitivamente havia dito alguma coisa sobre planos. Seja qual for a coisa terrível que estivesse incomodando seu subconsciente, ele tinha a nítida sensação de que ainda não acontecera.
Tomou um gole do café agora morno para acalmar seus nervos. "Ok", disse a si mesmo. "Ok." Durante o interrogatório na cave, perguntaram sobre colegas agentes no campo e três nomes passaram pela sua cabeça. Escreveu um e depois leu em voz alta. "Morris."
Um rosto surgiu-lhe imediatamente, um homem de trinta e poucos anos, bonito e consciente de que era bonito. Um meio sorriso malicioso arrogante com apenas um lado da boca. Cabelos escuros, estilizados para parecer jovem.
Uma pista de pouso privada em Zagreb. Morris corre ao seu lado. Vocês dois têm suas armas empunhadas, apontadas para baixo. Você não pode deixar os dois iranianos chegarem ao avião. Morris mira entre passos largos e dá dois tiros. Um atinge o primeiro homem que cai. Você ganha do outro, atacando-o brutalmente no chão...
Outro nome. "Reidigger".
Um sorriso de menino, cabelos bem penteados. Um pouco de barriga. Ele ficaria melhor com aquele peso se fosse alguns centímetros mais alto. O bumbum grande.
O Ritz em Madrid. Reidigger cobre o salão enquanto você chuta a porta e pega o bombista de surpresa. O homem pega a arma na mesa, mas você é mais rápido. Você bate no pulso dele... Mais tarde, Reidigger diz que ouviu o som vindo do corredor. Ele ficou com vontade de vomitar. Todos riem.
O café estava frio agora, mas Reid mal notou. Seus dedos tremiam. Não havia nenhuma dúvida sobre isso; o que quer que estivesse acontecendo com ele, essas eram memórias - suas memórias. Ou de alguém. Os caras, eles cortaram algo do pescoço dele e chamaram aquilo de supressor de memória. Isso não poderia ser verdade; este não era ele. Esta era outra pessoa. Ele tinha as memórias de outra pessoa se misturando com as suas próprias.
Reid colocou a caneta no guardanapo novamente e escreveu o nome final. Disse-o em voz alta: "Johansson". Uma forma surgiu em sua mente. Cabelo loiro comprido, macio e com brilho. Maçãs do rosto macias e bem torneadas. Lábios carnudos. Olhos cinzentos, cor de ardósia. Uma recordação surgiu...
Milão. Noite. Um hotel. Vinho. Maria se senta na cama com as pernas dobradas por baixo dela. Os três primeiros botões de sua blusa estão abertos. Seu cabelo está despenteado. Você nunca tinha percebido o quão longas suas pestanas eram. Duas horas atrás você assistiu ela matar dois homens em um tiroteio, e agora é Sangiovese e Pecorino Toscano. Seus joelhos quase se tocam. Seu olhar encontra o seu. Nenhum de vocês fala. Você pode ver nos olhos dela, mas ela sabe que você não pode. Ela pergunta sobre Kate...
Reid estremeceu quando uma dor de cabeça surgiu, espalhando-se por seu crânio como uma nuvem de tempestade. Ao mesmo tempo, a visão ficou turva e desbotada. Ele fechou os olhos e segurou as têmporas por um minuto inteiro até a dor de cabeça recuar.
Que diabos foi aquilo?
Por alguma razão, parecia que a lembrança dessa mulher, Johansson, desencadeara a enxaqueca breve. Ainda mais inquietante, no entanto, foi a sensação bizarra que o dominara. Parecia... Desejo. Não, era mais do que isso - parecia paixão, reforçada pela excitação e até por um pouco de perigo.
Ele não podia deixar de se perguntar quem era a mulher, mas sacudiu a lembrança. Não queria incitar outra dor de cabeça. Em vez disso, colocou a caneta no guardanapo de novo, prestes a escrever o nome final - Zero. Isso era o que o interrogador iraniano havia dito. Mas antes que pudesse escrevê-lo ou recitá-lo, teve uma sensação bizarra. Os cabelos da nuca estavam eriçados.
Ele estava sendo vigiado.
Quando olhou para cima novamente, viu um homem parado na porta escura do Féline, seu olhar fixo em Reid como um falcão olhando para um rato. O sangue de Reid gelou. Ele estava sendo vigiado.
Este era o homem que ele devia encontrar, estava certo disso. Ele o reconhecera? Os homens árabes não o reconheceram. Esse homem estava esperando outra pessoa?
Ele pousou a caneta. Lenta e sorrateiramente, amassou o guardanapo e colocou-o em seu café frio.
O homem assentiu uma vez. Reid assentiu de volta.
Então o estranho abeirou-se dele por trás, procurando algo escondido na parte de trás de suas calças.
CAPÍTULO CINCO
Reid levantou com tanta força que sua cadeira quase caiu. Sua mão imediatamente envolveu o cabo texturizado da Beretta, quente da permanência em suas costas. Sua mente gritou freneticamente. Este é um lugar público. Há pessoas aqui. Eu nunca usei uma arma antes.
Antes de Reid sacar a pistola, o estranho tirou uma carteira do bolso de trás. Sorriu para Reid, aparentemente se divertindo com seu nervosismo. Ninguém mais no bar parecia ter notado, exceto a garçonete com o cabelo de ninho de rato que simplesmente levantou uma sobrancelha.
O estranho aproximou-se do bar, colocou uma nota sobre a mesa e murmurou alguma coisa para o barman. Então foi para a mesa de Reid. Ficou atrás da cadeira vazia por um longo momento, com um sorriso em seus lábios.
Era jovem, tinha trinta anos na melhor das hipóteses, com cabelos curtos e uma barba por fazer. Era muito magro e seu rosto era descarnado, fazendo com que as maçãs salientes de seu rosto e o seu queixo saliente parecessem quase caricaturais. O mais desarmante eram os óculos de aro preto que usava, exatamente como se Buddy Holly tivesse crescido nos anos 80 e descoberto a cocaína.
Reid percebeu que era destro; suspendeu o cotovelo esquerdo perto do corpo, o que provavelmente significava que tinha uma pistola pendurada em um coldre de ombro em sua axila para que pudesse atirar com a mão direita se fosse necessário. Seu braço esquerdo prendia sua jaqueta preta de camurça para esconder a arma.
"Mogu sjediti?", perguntou finalmente o homem.
Mogu...? Reid não entendeu imediatamente. Não era russo, mas estava perto o suficiente para ele compreender o significado a partir do contexto. O homem estava perguntando se poderia se sentar.
Reid apontou para a cadeira vazia em frente a ele e o homem sentou-se, mantendo o cotovelo esquerdo dobrado o tempo todo.
Assim que se sentou, a garçonete trouxe um copo de cerveja âmbar e colocou-o diante dele.