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"Em inglês, então? Ou français?"
"Como preferir." Reid ficou surpreso com a sua calma. Seu coração estava quase explodindo do peito de medo e... E para ser honesto consigo mesmo, alguma excitação.
O sorriso do homem sérvio se alargou. "Eu gosto deste lugar. É escuro. É quieto. É o único bar que conheço neste distrito que serve Franziskaner. É o meu favorito." Ele tomou um longo gole do copo, de olhos fechados e um grunhido de prazer escapou de sua garganta. "Que delicioso." abriu os olhos e acrescentou, "Você não é o que eu esperava."
Uma onda de pânico tomou conta de Reid. Ele sabe de tudo, pensou. Ele sabe que você não é quem ele deveria encontrar e tem uma arma.
Relaxe, disse o outro lado, a nova parte. Você pode lidar com isso.
Reid engoliu em seco, mas de alguma forma conseguiu manter seu comportamento frio. "Nem você", respondeu.
O sérvio riu. "Certo. Mas somos muitos, sim? E você… é americano?"
"Expatriado", respondeu Reid.
"Não somos todos?" outra risada. "Antes de você, conheci apenas um outro americano em nosso… qual é a palavra… conglomerado? Sim. Então, para mim, não é tão estranho.".
Reid ficou tenso. Não sabia se era uma piada ou não. E se ele sabia que Reid estava mentindo e estava ganhando tempo? Colocou as mãos no colo para esconder os dedos trêmulos.
"Você pode me chamar de Yuri. Como posso te chamar?"
"Ben." foi o primeiro nome que veio à mente, o nome de um mentor de seus dias como professor assistente.
"Ben. Como você veio trabalhar para os iranianos?"
"Com", Reid corrigiu. Ele estreitou os olhos. "Eu trabalho com eles."
O homem, aquele Yuri, tomou outro gole de sua cerveja. "Certo. Com. Como isso aconteceu? Apesar de nossos interesses mútuos, eles tendem a ser um... grupo fechado."
"Eu sou confiável", disse Reid sem pestanejar. Ele não tinha ideia de onde essas palavras estavam vindo, nem de onde vinha a convicção com a qual elas apareciam. Ele as disse tão facilmente como se tivesse ensaiado.
"E onde está Amad?" Yuri perguntou casualmente.
"Não pôde vir", Reid respondeu convincentemente. "Mandou lembranças."
"Tudo bem, Ben. Você diz que a ação está feita."
"Sim."
Yuri se inclinou para frente, seus olhos se estreitaram. Reid sentiu o cheiro do malte em sua respiração. "Eu preciso ouvir você dizer isso, Ben. Diga-me, o homem da CIA está morto?"
Reid congelou por um momento. CIA? Da CIA? De repente, toda a conversa sobre agentes no campo e visões sobre a detenção de terroristas em campos de pouso e em hotéis fazia mais sentido, mesmo que a totalidade do assunto não fizesse. Então, ele se lembrou da gravidade de sua situação e esperou que não tivesse dado pistas que revelassem sua farsa.
Ele também se inclinou para frente e disse devagar, "Sim, Yuri. O homem da CIA está morto."
Yuri recostou-se casualmente e sorriu de novo. "Bom". Ele pegou seu copo. "E a informação? Você a tem?"
"Ele nos deu tudo o que sabia", disse Reid. Não pôde deixar de notar que seus dedos não estavam mais tremendo sob a mesa. Era como se outra pessoa estivesse no controle agora, como se Reid Lawson estivesse em segundo plano em seu próprio cérebro. Decidiu não lutar contra isso.
"A localização de Mustafar?" Yuri perguntou. "E tudo o que lhes disse?"
Reid assentiu.
Yuri piscou algumas vezes com certa expectativa. "Estou esperando."
Uma percepção atingiu Reid assim que sua mente agrupou o pouco conhecimento que tinha. A CIA estava envolvida. Havia algum tipo de plano que mataria muitas pessoas. O sheik sabia disso e contou-lhes - contou-lhe - tudo. Esses homens precisavam saber o que o sheik sabia. Era o que Yuri queria saber. O que quer que isso fosse, parecia grande, e Reid tinha tropeçado naquilo... Embora ele sentisse que não era a primeira vez.
Ele não falou por um longo tempo, tempo suficiente para o sorriso desvanecer dos lábios de Yuri e transformar-se em um olhar expectante. "Eu não conheço você", disse Reid. "Eu não sei quem você representa. Você espera que eu lhe dê tudo o que sei e vá embora, e confie que a informação chegue ao lugar certo?"
"Sim", disse Yuri, "é exatamente o que eu espero, e precisamente o motivo desta reunião."
Reid sacudiu a cabeça. "Não. Veja, Yuri, ocorre-me que esta informação é importante demais para ser repassada assim e espero que ela chegue aos ouvidos certos na hora correta. O mais importante é que, no que diz respeito a você, só existe um lugar - exatamente aqui." Ele bateu na própria têmpora esquerda. Era verdade; a informação que procuravam estava, presumivelmente, em algum lugar de sua mente, esperando para ser destrancada. "Também me ocorre", continuou, "que agora que têm essa informação, nossos planos terão que mudar. Eu cansei de ser o mensageiro. Eu quero entrar. Eu quero uma função de verdade."
Yuri apenas ficou olhando. Então soltou uma risada aguda e ao mesmo tempo bateu na mesa com tanta força que abalou vários clientes próximos. "Você!" exclamou, abanando um dedo. "Você pode ser um expatriado, mas ainda tem essa ambição americana!" riu novamente, fazendo um som muito parecido com o de um burro. "O que é que você quer saber, Ben?"
"Vamos começar com quem você representa nisso."
"Como você sabe que eu represento alguém? Pelo que você sabe, eu poderia ser o chefe. O cérebro por trás do plano!" Ele ergueu as duas mãos em um gesto grandioso e riu novamente.
Reid sorriu. "Acho que não. Acho que você está na mesma posição que eu, transportando informações, trocando segredos, tendo reuniões em bares de merda." Tática de interrogatório - relacione-se com eles no nível deles. Yuri era claramente poliglota e parecia não ter o mesmo comportamento endurecido de seus sequestradores. Mas mesmo se ele fosse de baixo nível, ainda sabia mais do que Reid. "Que tal um acordo? Diga-me o que sabe e eu lhe direi o que sei." Ele baixou a voz quase num sussurro. "E confie em mim. Você vai querer saber o que eu sei."
Yuri acariciou o queixo pensativamente."Eu gosto de você, Ben. O que é, como dizer... conflituante, porque os americanos geralmente me deixam doente." sorriu. "Infelizmente para você, eu não posso te dizer o que não sei."
"Então me diga quem pode." As palavras fluíram como se contornassem seu cérebro e fossem direto para sua garganta. A parte lógica dele (ou mais apropriadamente, a parte Lawson dele) gritou em protesto. O que você está fazendo?! Pegue o que puder e saia daqui!
"Você se importaria de ir de carona comigo?" Os olhos de Yuri brilharam. "Vou levá-lo para ver meu chefe. Lá você pode dizer a ele o que sabe."
Reid hesitou. Ele sabia que não deveria. Ele sabia que não queria. Mas havia aquele sentido bizarro de obrigação, e havia aquele pensamento inconsciente que lhe disse novamente: Relaxe. Ele tinha uma arma. Ele tinha algum tipo de habilidade.