Assassinato na Mansão. Фиона Грейс

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Assassinato na Mansão - Фиона Грейс

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o pânico realmente tomou conta. Como ela tinha sido tão tola a ponto de vir aqui sem nada preparado? Toda a sua carreira envolvia organizar coisas, mas ela não conseguiu organizar as próprias férias! Não estava com nenhum de seus pertences e agora também não tinha um quarto. Teria que voltar por onde tinha vindo, pagar mais "duzentas e cinquenta pratas" por um táxi de volta a Heathrow e entrar no próximo voo para casa? Não admira que David tenha incluído uma cláusula de apoio financeiro conjugal — não dava para confiar nela quando o assunto era dinheiro!

      Enquanto a mente de Lacey rodopiava por causa da ansiedade, ela se virou, como se, ao olhar impotente para o caminho por onde tinha vindo, pudesse fazer surgir magicamente outra pousada do nada. Foi só então que percebeu que o último prédio de esquina diante dela era uma estalagem. A Coach House.

      Sentindo-se tola, Lacey pigarreou e recuperou os sentidos. Ela entrou.

      O interior era de um típico pub, com grandes mesas de madeira, um quadro-negro com o cardápio daquela noite escrito com giz branco em letra cursiva e um fliperama no canto com luzes berrantes. Ela foi até o bar, onde as prateleiras de vidro estavam cheias de garrafas de vinho e pendia uma fileira de dispensers de vidro, cheios de uma variedade de bebidas alcoólicas de cores diferentes. Era tudo muito singular. Havia até um velho bêbado cochilando no bar, usando os braços como travesseiro.

      A garçonete era uma garota magra, com cabelos loiros claros amontoados em um coque bagunçado no alto da cabeça. Ela parecia jovem demais para trabalhar em um bar. Lacey decidiu que era porque a idade mínima para beber na Inglaterra era menor, e não pelo fato de que, quanto mais velha ela ficava, mais todo mundo parecia ter cara de bebê.

      "O que você vai querer?" perguntou a garçonete.

      "Um quarto", disse Lacey. "E uma taça de prosecco".

      Ela sentia vontade de comemorar.

      Mas a garçonete balançou a cabeça. "Todos os quartos estão reservados para a Páscoa". Ela falou com um sorriso tão grande que Lacey podia ver o chiclete que estava mastigando. "A cidade inteira está. É a época de férias escolares e muita gente gosta de trazer seus filhos para Wilfordshire. Não haverá vaga por pelo menos quinze dias". Ela fez uma pausa. "Apenas um prosecco, então?"

      Lacey agarrou o balcão para se firmar. Seu estômago revirou. Agora ela realmente se sentia a mulher mais idiota do mundo. Não é de admirar que David a tenha deixado. Ela era uma bagunça total. Uma coitada. Ali estava, fingindo ser uma adulta independente no exterior, quando na realidade não conseguia nem um quarto de hotel para si mesma.

      Nesse momento, Lacey notou uma figura em sua visão periférica. Ela se virou e viu um homem vindo em sua direção. Ele devia ter uns sessenta e poucos anos, usava uma camisa de algodão xadrez por dentro de uma calça jeans azul, óculos de sol empoleirados na cabeça careca e um coldre de celular no quadril.

      "Eu ouvi você dizer que está procurando um lugar para ficar?" ele perguntou.

      Lacey estava prestes a dizer não — ela podia estar desesperada, mas 'se arrumar' com um homem com o dobro da sua idade que a abordara em um bar era um pouco Naomi demais para o gosto dela. Mas o homem esclareceu: "Porque eu tenho chalés para alugar".

      "Ah?" ela respondeu, surpresa.

      O homem assentiu e tirou um pequeno cartão de visita do bolso do jeans. Os olhos de Lacey o examinaram.

      Aconchegantes, rústicos e charmosos chalés de Ivan Parry. Ideal para toda a família.

      "Estou com todos reservados, como Brenda disse", continuou Ivan, indicando a garçonete com um movimento da cabeça. "Além de um, que acabei de comprar num leilão. Ainda não está pronto para ser alugado, mas posso mostrar a você, se estiver realmente precisando. Posso cobrar a diária com desconto, pois não tem muito conforto... Só para ajudar você até que as pousadas tenham vaga novamente".

      Uma onda de alívio inundou Lacey. O cartão de visita parecia legítimo e Ivan não havia acionado nenhum alerta de esquisito em sua cabeça. A sorte dela estava mudando! Ela ficou tão aliviada que poderia ter beijado a careca dele!

      "Você é um salva-vidas", disse ela, conseguindo se conter.

      Ivan corou. "Talvez seja melhor esperar até ver o lugar, antes de fazer esse julgamento".

      Lacey riu. "Sinceramente, quão ruim pode ser?"

      *

      Lacey parecia uma mulher em trabalho de parto enquanto subia a encosta ao lado de Ivan.

      "É muito íngreme?" ele perguntou, parecendo preocupado. "Eu deveria ter mencionado que ficava no penhasco".

      "Não tem problema", Lacey chiou. "Eu... adoro... a vista para o mar".

      Durante toda a caminhada até aqui, Ivan se mostrou o oposto de um empresário astuto, mencionando várias vezes o desconto prometido (apesar de nem sequer terem discutido o preço) e repetidamente dizendo a ela para não criar grandes expectativas. Agora, com as coxas doendo pela caminhada, ela estava começando a se perguntar se ele estava certo em subestimar o chalé.

      Mas isso foi só até a casa aparecer no topo da colina. Com uma silhueta preta recortada contra o céu rosa claro, estava uma alta construção de pedra. Lacey ofegou em voz alta.

      "É este?" ela perguntou, sem fôlego.

      "É este", respondeu Ivan.

      Uma força vinda do nada subitamente impulsionou Lacey pelo resto do penhasco. Cada passo que a aproximava daquela casa cativante revelava outra característica impressionante: a encantadora fachada de pedra, o telhado de ardósia, a roseira que serpenteava nas colunas de madeira de uma varanda, a antiga porta grossa e arqueada que parecia saída de um conto de fadas. E emoldurando tudo havia o oceano brilhante e arrebatador.

      Os olhos de Lacey se arregalaram e sua boca se abriu enquanto ela corria os últimos passos em direção à casa. Uma placa de madeira ao lado da porta dizia: Chalé do Penhasco.

      Ivan apareceu ao lado dela com um grande chaveiro tilintando em suas mãos enquanto procurava a chave certa. Lacey parecia uma criança diante do carrinho de sorvete, esperando com impaciência para pegar o seu, quase saltitando na ponta dos pés.

      "Não tenha muitas esperanças", disse Ivan pela enésima vez, finalmente encontrando a chave certa — uma de bronze enferrujado e bem grande, que parecia feita para abrir o castelo de Rapunzel — antes de girá-la na fechadura e abrir a porta.

      Lacey entrou ansiosamente dentro do chalé e foi atingida pelo repentino e poderoso sentimento de voltar para casa.

      O corredor era rústico, para dizer o mínimo, com tábuas de madeira não tratadas e papel de parede desbotado. Ao longo do meio da escada à sua direita, havia um tapete vermelho muito fofo com detalhes laterais dourados, como se o dono original pensasse que era uma casa imponente, e não um pequeno e pitoresco chalé. Uma porta de madeira à sua esquerda estava aberta, como se estivesse chamando-a para entrar.

      "Como eu disse, está um pouco abandonado", disse Ivan, enquanto Lacey entrava na ponta dos pés.

      Ela se viu em uma sala de estar. Três das paredes estavam cobertas com papel listrado nas cores verde-hortelã e branco, e a outra exibia os blocos de pedra expostos. Uma grande bay window dava para o oceano, com um assento sob medida.

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