Ameaça Na Estrada. Блейк Пирс

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Ameaça Na Estrada - Блейк Пирс

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o que o diretor Cormack estava dizendo.

      - Eu olho para trás e lembro com admiração da jornada pela qual eu e tantos outros agentes passamos antes de vocês, na qual vocês estão prestes a embarcar hoje. Posso lhes dizer, pela minha própria experiência, que essa jornada é muito gratificante—mas às vezes, não tão reconhecida. Seus esforços nem sempre receberão gratidão pública.

      Ele fez uma pausa, como se estivesse refletindo sobre sua própria experiência. Depois, disse:

      - Lembrem-se que poucas pessoas fora do FBI têm ideia da responsabilidade de vocês. Vocês serão criticados por seus trabalhos, e cada um de seus erros serão escrutinados, muitas vezes pela mídia. Quando vocês falharem ao solucionar um crime, sentirão que o mundo inteiro sabe disso. Quando obtiverem sucesso, muitas vezes se sentirão abandonados e esquecidos.

      Ele inclinou-se para frente e disse, quase murmurando:

      - Mas lembrem-se sempre—vocês não estarão sozinhos. Vocês fazem parte de uma família agora—a família mais orgulhosa e leal que qualquer um pode imaginar. Sempre haverá alguém aqui para confortá-los nas derrotas e celebrar suas vitórias.

      Riley sentiu um nó na garganta ao ouvir aquela palavra...

      Família.

      Ela mal tivera uma família, pelo menos desde que sua mãe fora assassinada diante de seus olhos, quando Riley ainda era criança. Seu pai, um ex-integrante da Marinha que morava nas montanhas dos apalaches, ainda estava vivo. Mas ela não o via desde...

      Desde quando mesmo?

      Desde sua formatura na faculdade, no outono passado, Riley lembrou-se. E o encontro não tinha sido nada agradável. Até onde Riley sabia, seu pai não sabia quase nada sobre tudo o que ela havia feito desde então. Ela perguntou-se se um dia contaria a ele. Perguntou-se, também, se voltaria a vê-lo algum dia.

      E agora, o diretor Cormack estava prometendo algo com o qual Riley sonhara, mas nunca tivera.

      Uma família.

      Seria mesmo possível?

      Ela se sentiria parte dessa família enorme nos dias seguintes?

      Riley olhou em volta, nos rostos de seus companheiros formandos. Muitos estavam sorrindo, uns para os outros, e alguns cochichavam enquanto o diretor Cormack seguia falando. Riley sabia que muitos deles tinham feito grandes amizades na Academia.

      Ela entristeceu-se ao pensar que não tinha encontrado uma “família” ali. Por conta do caso de assassinato, não tivera muito tempo para socializar e fazer amigos. No máximo, havia criado a expectativa de duas boas amizades durante a Academia—uma com sua colega de quarto, Frankie Dow, e outra com John Welch, um cara jovem, bonito e idealista, com quem Riley já havia passado dez semanas durante o Programa de Estágio de Honra do FBI.

      John e Frankie também estavam ali naquele dia. Os formandos estavam organizados por ordem alfabética, e portanto seus dois amigos estavam distantes. Riley nem sequer conhecia as pessoas que estavam a seu lado.

      Lembrou-se de que ela e seu noivo, Ryan Paige, já eram—ou pelo menos quase—uma família. Ela voltaria a morar com ele no apartamento dos dois, em Washington, e ambos tinham planos de se casar em breve. Riley havia perdido um bebê em um aborto espontâneo, mas eles pensavam seriamente em ter filhos em alguns anos.

      Riley perguntou-se se Ryan estaria na plateia. Era sábado, o que poderia ser um dia normal de trabalho para um advogado iniciante como Ryan. Além disso, Riley sabia que ele tinha sentimentos confusos sobre a carreira que ela tinha escolhido.

      O diretor Cormack finalizou seu discurso, e havia chegado a hora de fazer o juramento para os novos agentes. Um por um, ele chamaria seus nomes. Cada um deles teria que se levantar, fazer o juramento ao FBI, receber seu distintivo, e voltar a seu lugar.

      Eles estavam sendo chamados em ordem alfabética, e quando Cormack começou a proclamar os nomes da lista, Riley desejou que seu nome não começasse com a décima nona letra do alfabeto. A espera foi longa. Frankie, é claro, fez o juramento antes, acenando e sorrindo para Riley ao voltar para seu lugar.

      Quando o diretor finalmente chamou o nome de Riley, seus joelhos se enfraqueceram no caminho até o corredor. Ao apressar-se em direção ao palco, Riley sentiu que já não estava dentro de seu próprio corpo.

      Finalmente no palco, levantou a mão e repetiu as palavras do diretor Cormack:

      - Eu, Riley Sweeney, juro solenemente que irei defender a constituição dos Estados Unidos contra todos seus inimigos, estrangeiros e internos.

      Precisou segurar uma lágrima ao continuar.

      É real, disse a si mesma. Está acontecendo.

      Era um juramento curto, mas Riley achou que sua voz fosse faltar antes do fim. Finalmente, disse as últimas palavras:

      - ... e que vou cumprir fielmente os deveres do trabalho no qual estou prestes a ingressar. Que Deus me ajude.

      Riley estendeu sua mão, esperando que o diretor Cormack lhe entregasse seu distintivo. No entanto, o homem sorriu e colocou o distintivo no pódio.

      - Agora espere, senhorita. Temos algo a fazer.

      Riley tossiu. Ela não poderia se formar, no final das contas?

      O diretor pegou uma pequena caixa preta do bolso de sua jaqueta e disse:

      - Riley Sweeney, sinto-me honrado em conferir-lhe o prêmio de Liderança por Excelência.

      Riley congelou, chocada.

      O diretor abriu a pequena caixa e tirou dela uma fita, com uma medalha. Aplausos tomaram conta do auditório quando Cormack colocou a medalha no pescoço de Riley. Cormack a agradeceu pela iniciativa e liderança durante suas semanas na Academia.

      Riley tentou escutar as palavras dele com atenção, mas estava tonta de tanta surpresa.

      Não desmaie, ordenou a si mesma. Fique em pé.

      Desejou que alguém estivesse gravando as palavras do diretor, porque tudo estava confuso para ela naquele momento.

      Cormack a entregou algo.

      Meu distintivo do FBI, Riley deu-se conta ao aceitá-lo.

      Depois, ele estendeu a mão. Ela o cumprimentou e virou-se para sair.

      Quando Riley Sweeney, nova agente do FBI, saiu do palco, viu que nem todos os formandos pareciam felizes por ela. Na verdade, havia um claro ressentimento no rosto deles. Mas ela não os culpava. Quando voltara do caso de assassinato, Riley fora designada líder de equipe várias e várias vezes nas atividades da Academia. Não era segredo para ninguém que alguns alunos achavam que a recente tarefa de campo de Riley havia lhe dado uma vantagem injusta sobre os outros. Ela tinha de certeza que os formandos que já tinham um passado nas forças da lei deveriam ser os mais inconformados.

      Riley voltou a seu lugar, emocionada por ter recebido o prêmio e sem conseguir se lembrar de nenhuma situação parecida em sua vida.

      Enquanto isso, o restante dos formando subiu ao palco para receber seus distintivos. Quando John levantou-se,

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