Ameaça Na Estrada. Блейк Пирс

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Ameaça Na Estrada - Блейк Пирс

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esperava que ela gostasse da surpresa quando soubesse que eles trabalhariam juntos. Os dois já tinham formado um excelente time em casos muito complicados. A novata errava às vezes, mas sempre lhe surpreendia com a força incomum que tinha dentro de si.

      Eu deveria ao menos ter telefonado para ela, Jake reprimiu a si mesmo.

      Crivaro olhou para seu relógio e deu-se conta de que Riley deveria estar a caminho naquele momento, prestes a se apresentar para seu primeiro dia de trabalho.

      Ao tomar um gole de seu café, seu telefone tocou.

      Quando atendeu, uma voz disse:

      - Ei, Jake. Harry Carnes aqui. Você pode falar agora?

      Jake sorriu ao ouvir a voz de seu velho amigo. Harry era um detetive aposentado de Los Angeles. Muitos anos antes, eles haviam trabalhado juntos no caso de sequestro de uma celebridade. Os dois haviam se dado muito bem e mantido contato desde então.

      - Claro, Harry – Jake disse. – Sempre bom falar com você. O que manda?

      Jake ouviu Harry suspirar, depois responder:

      - Algo tem me incomodado. Esperava que você pudesse me ajudar.

      Jake sentiu uma ponta de preocupação.

      - Vou ficar feliz em te ajudar, cara – ele disse. – Qual o problema?

      - Você se lembra daquele caso de assassinato no Colorado no ano passado? A mulher que foi morta em Dyson Park?

      Jake ficou surpreso ao escutar Harry falando sobre aquilo. Quando seu amigo se aposentara da polícia de Los Angeles, ele e sua esposa, Jillian, mudaram-se para Gladwin, uma pequena cidade nas montanhas, ao lado de Dyson Park. O corpo de uma jovem fora encontrado em uma trilha. Apesar de aposentado—e portanto novamente um civil—Harry havia tentado ajudar a polícia a resolver o caso, porém sem sucesso.

      - Claro, eu lembro – Jake disse. – Por que?

      Houve um momento de silêncio até que Harry continuasse:

      - Bom... acho que está acontecendo de novo.

      - Como assim? – Jake perguntou.

      - Acho que o assassino agiu novamente. Outra mulher foi morta.

      Jake sentiu-se surpreso. Ele perguntou:

      - Você diz em Dyson Park de novo?

      - Não, dessa vez no Arizona. Deixe-me explicar. Você sabe que eu e Jillian gostamos de viajar para o sul no inverno, certo? Então, nós estamos no Arizona agora, num camping perto de Phoenix. Hoje de manhã, no jornal local, disseram que o corpo de uma jovem foi encontrado em uma trilha em algum lugar ao norte daqui. Liguei para a polícia local, e eles me deram alguns detalhes. – Harry limpou a garganta e continuou. – Jake, o pulso da garota estava todo cortado. Ela deve ter sangrado até a morte em algum lugar, mas não onde o corpo foi encontrado. Igual a vítima de Dyson Park. Eu posso apostar que é o mesmo assassino.

      Jake relutou em acreditar na conexão.

      - Harry, não sei – ele disse. – Muito tempo passou desde a morte no Colorado. Tem uma boa chance de qualquer semelhança entre os casos ser só coincidência.

      A voz de Harry mudou para um tom de mais urgência.

      - Sim, mas e se não for uma coincidência? E se o cara que cometeu o crime no Colorado for o mesmo dessa vez? E se ele estiver pensando em continuar?

      Jake segurou um suspiro. Ele conseguia entender a reação do amigo. Harry havia lhe dito o quão decepcionado ficara ao não conseguir ajudar a polícia de Gladwin e do Colorado a encontrar aquele assassino. Não surpreendia o fato de que um novo assassinato, com detalhes semelhantes, mexesse com Harry.

      Mas pessoas fazendo trilhas sozinhas em meio à natureza eram assassinadas de vez em quando. E algumas pessoas insistiam em fazer essas trilhas desertas, mesmo com tantos avisos.

      Mas o que eu digo para ele?

      Jake não sabia.

      Harry continuou:

      - Jake, eu estava pensando... você acha que pode pegar esse caso através da Unidade? Digo, agora que aconteceram dois assassinatos em dois estados diferentes.

      Jake estava se sentindo cada vez mais desconfortável. Ele disse:

      - Harry, geralmente as coisas não são assim. Cabe à polícia do Arizona pedir a ajuda do FBI. E até onde eu sei, eles não fizeram isso ainda. Até que eles nos chamem, não podemos fazer nada. Agora, se você conseguir fazer com que eles liguem para o FBI...

      Harry interrompeu.

      - Eu já tentei. Não consigo convencer os tiras de que esses casos estão ligados. E você sabe o que os tiras locais pensam sobre o FBI se metendo nos casos deles. Eles não costumam gostar da ideia.

      Jake pensou: Não, não gostam mesmo.

      Para ele, era fácil imaginar como a polícia do Arizona reagiria a um policial aposentado tentando convencê-los de que eles estavam deixando algo importante passar. Mas Harry, na verdade, estava certo sobre algo. Se o assassino havia cometido crimes em mais de um estado, o FBI não precisava de um convite para entrar no caso. Se Harry estivesse certo sobre o assassino ser o mesmo, o FBI poderia abrir uma investigação.

      Se Harry estivesse certo.

      Jake respirou profundamente.

      - Harry, eu não sei se posso fazer algo por aqui. Seria difícil convencer as pessoas que comandam aqui de que isso é caso para o FBI. Você sabe que o FBI não vai se meter se os tiras locais acham que esse é um simples caso de assassinato. Mas...

      - Mas o que?

      Jake hesitou, e então continuou.

      - Deixe-me pensar nisso tudo. Eu volto a te ligar.

      - Obrigado, amigo – Harry disse.

      Eles encerraram a ligação.

      Jake encolheu-se, imaginando porque diabos tinha prometido ligar para Harry.

      Ele sabia perfeitamente que jamais convenceria o Agente Especial Responsável, Erik Lehl, de que aquele era um caso para o FBI. Pelo menos não com uma conexão tão fraca entre os assassinatos.

      É, não vou conseguir.

      Mas Jake já havia feito a promessa, e Harry estava no Arizona, esperando um retorno de Crivaro a qualquer momento. E a única resposta que Jake poderia dar a ele era exatamente o que deveria ter dito antes de encerrar a primeira ligação—que não havia como envolver o FBI naquilo.

      Jake olhou para seu celular por um instante, tentando criar coragem para retornar a ligação. Mas ele não estava preparado para aquilo—ao menos não naquele momento.

      Então, decidiu voltar suas atenções para seu café da manhã. Imaginou que, talvez, mais uma xícara de café pudesse ajudá-lo a refletir melhor sobre como lidar com aquela situação.

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