A Bíblia Sagrada - Vol. I (Parte 2/2). Johannes Biermanski
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A pretensão da igreja ao direito de perdoar, leva o romanista a sentir-se com liberdade de pecar; e a ordenança da confissão, sem a qual o perdão não é conferido, tende igualmente a dar livre curso ao mal. O que se ajoelha diante de um mortal e revela em confissão os pensamentos e imaginações secretos do coração, está aviltando a sua varonilidade, degradando todo nobre instinto da alma. Desvendando os pecados de sua vida a um sacerdote - mortal falível, pecador, e mui freqüentemente corrompido pelo vinho e licenciosidade -- sua norma de caráter é rebaixada, e, como conseqüência, fica contaminado. Seu conceito acêrca de Deus é degradado à semelhança da humanidade decaída; pois o padre se acha como representante de Deus. Esta degradante confissão de homem para homem é a fonte secreta donde têm fluído muitos dos males que aviltam o mundo e o preparam para a destruição final. Todavia, para o que ama a satisfação-própria, é mais agradável confessar a um semelhante mortal do que abrir a alma a Deus. Fica mais a gôsto da natureza humana fazer penitência do que renunciar ao pecado; é mais fácil mortificar a carne com cilício, urtigas e aflitivas cadeias, do que crucificar os desejos carnais. Pesado é o fardo que o coração carnal deseja levar de preferência a curvar-se ao jugo do Messias.
Existia notável semelhança entre a Igreja de Roma e a igreja judaica, ao tempo do primeiro advento do Messias. Ao passo que os judeus secretamente conculcavam todos os princípios da lei de Deus, eram exteriormente rigorosos na observância de seus preceitos, sobrecarregando-a com exorbitâncias e tradições que tornavam difícil e penosa a obediência. Assim como os judeus professavam reverenciar a lei, pretendem os romanistas reverenciar a cruz. Exaltam o símbolo dos sofrimentos do Messias, enquanto no viver negam Aquêle a quem ela representa.
Os romanistas colocam cruzes sôbre as igrejas, sôbre os altares e sobre as vestes. Por tôda parte se vê a insígnia da cruz. Por tôda parte é ela exteriormente honrada e exaltada. Mas os ensinos do Messias [do Cristo da Igreja, um outro Cristo] estão sepultados sob um montão de tradições destituídas de sentido, falsas interpretações e rigorosas exigências. As palavras do Salvador relativas aos fanáticos judeus, aplicam-se com maior fôrça ainda aos chefes da Igreja Católica, Romana: "Atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; êles, porém, nem com o dedo os querem mover." S. Mateus 23:4. Almas conscienciosas são conservadas em constante terror, temendo a ira de um Deus que foi ofendido, enquanto muitos dos dignitários da igreja estão a viver no luxo e em prazeres sensuais.
O culto das imagens e relíquias, a invocação dos santos e a exaltação do papa, são ardis de Satanás para desviar de Deus e de Seu Filho a mente do povo. Para efetuar sua ruína, esforça-se por arredar sua atenção dAquele por meio de quem ùnicamente podem encontrar salvação [o Messias: ùnico sòzinho]. Dirigirá as almas para qualquer objeto pelo qual possa ser substituído Aquêle que disse: "Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei." S. Mateus 11:28.
É o constante esfôrço de Satanás representar falsamente o caráter de Deus, a natureza do pecado e os resultados finais em jôgo no grande conflito. Seus sofismas diminuem a obrigação da lei divina dando o homem licença para pecar. Ao mesmo tempo fá-lo Satanás acariciar falsas concepeões acerca de Deus, de maneira que O considera com temor e ódio, em vez de amor. A crueldade inerente ao seu próprio caráter é atribuída ao Criador; aparece incorporada aos vários sistemas de religião e expressa nas diversas formas de culto. Sucede assim que a mente dos homens é cegada e Satanás dêles se aproveita como agentes para guerrear contra Deus. Por meio de concepções pervertidas acêrca dos atributos divinos, foram as nações gentílicas levadas a crer serem os sacrifícios humanos necessários para alcançar o favor da Divindade; e horríveis crueldades têm sido perpetradas sob as várias formas de idolatria.
A Igreja Católica, Romana, unindo as formas do paganismo com as do cristianismo, e, à semelhança do primeiro, representando falsamente o caráter de Deus, tem recorrido a práticas não menos cruéis e revoltantes. Nos dias da supremacia de Roma, houve instrumentos de tortura para forçar o assentimento a suas doutrinas. Houve a fogueira para os que não queriam admitir suas exigências. Houve massacres em proporções que jamais serão conhecidos até que se revelem no dia do juízo. Os dignitários da igreja, dirigidos por seu chefe Satanás, dedicavam-se a inventar meios para produzir a maior tortura possível antes de pôr têrmo à vida das vítimas. Em muitos casos o processo infernal era repetido ao limite extremo da resistência humana, até que a natureza capitulava na luta e o sofredor saudava a morte como doce alívio.
Esta era a sorte dos que discordavam de Roma. Para os seus adeptos tinha ela a disciplina do açoite, da fome, das austeridades corporais de tôdas as formas imagináveis, cujo aspecto punge o coração. Para conseguir o favor do Céu, os penitentes violavam as leis de Deus transgredindo as leis da natureza. Eram ensinados a romper com os laços que Êle fizera para abençoar e alegrar a permanência do homem na Terra. Os cemitérios das igrejas contêm milhões de vítimas que passaram a vida em vãos esforços para subjugar as afeições naturais, para reprimir, como se fôsse ofensivo a Deus, todo pensamento e sentimento de simpatia para com o semelhante.
Se quisermos compreender a decidida crueldade de Satanás, manifestada no transcurso dos séculos, não entre os que jamais ouviram algo acêrca de Deus, mas no próprio coração da cristandade
e através da mesma em tôda a sua extensão, temos apenas de olhar para a história do romanismo. Por meio dêste gigantesco sistema de engano, o príncipe do mal leva a efeito seu propósito de acarretar a desonra a Deus e a desgraça ao homem. E, vendo nós como consegue disfarçar-se e realizar a sua obra por intermédio dos dirigentes da igreja, melhor podemos compreender o motivo de ter tão grande aversão à Escritura Sagrada. Se êste Livro fôr lido, a misericórdia e amor de Deus serão revelados; ver-se-á que Êle não impõe aos homens nenhum dêsses pesados fardos. Tudo que requer é um coração quebrantado e contrito, um espírito humilde e obediente.
O Messias não dá em Sua vida nenhum exemplo que autorize os homens e mulheres a se encerrarem em mosteiros sob pretexto de se prepararem para o Céu. Jamais ensinou que o amor e a simpatia devem ser reprimidos. O coração de Yahshua transbordava de amor. Quanto mais o homem se aproxima da perfeição moral, mais acentuada é sua sensibilidade, mais aguda a percepção do pecado e mais profunda a simpatia para com os aflitos. O papa pretende ser o vigário de Cristo; mas como se poderá comparar o seu caráter com o de nosso Salvador? Viu-se alguma vez o Messias condenar homens à prisão ou ao instrumento de tortura, porque não Lhe renderam homenagem como Rei do Céu? Acaso foi Sua voz ouvida a sentenciar à morte os que O não aceitaram? Quando foi menosprezado pelo povo da aldeia samaritana, o apóstolo S. João se encheu de ira e perguntou: "Senhor, queres que digamos que desça fogo do céu e os consuma, como Elias também o fêz?" Yahshua olhou, compassivo, para os discípulos e censurou-lhe a severidade, dizendo: "O Filho do homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las." S. Lucas 9:54 e 56. Quão diferente do espírito manifestado por o Messias é o de Seu professo vigário!
A Igreja de Roma apresenta hoje ao mundo uma fronte serena, cobrindo de justificações o registo de suas horríveis crueldades. Vestiu-se com roupagens de aspecto cristão; não mudou, porém / porém realidade não mudou. Todos os princípios formulados pelo papado em épocas passadas, existem ainda hoje. As doutrinas inventadas nas tenebrosas eras ainda são mantidas. Ninguém se deve iludir. O papado que os protestantes hoje se acham tão prontos para honrar é o mesmo que governou o mundo rios dias da Reforma quando homens de Deus se levantaram, com perigo de vida, a fim de denunciar sua iniqüidade. Possui o mesmo orgulho e arrogante presunção que dêle fizeram senhor sôbre reis e príncipes, e reclamaram as prerrogativas de Deus. Seu espírito