Interseção Com Nibiru. Danilo Clementoni

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Interseção Com Nibiru - Danilo Clementoni

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conseguiu desviar da coluna central de madeira podre que segurava o telhado, partindo-a por inteiro. O barraco deu uma chacoalhada, rangeu, e então, como se um enorme peso tivesse caído no telhado, literalmente comprimiu-se em si mesmo. Tudo isso aconteceu ao mesmo tempo em que os três, tendo derrubado a parede de fundo também, fugiram da velha oficina, seguidos de um barulho ensurdecedor e uma grande nuvem escura. O carro, agora descontrolado, bateu numa pilha de lixo deixada à beira da estrada, e finalmente parou.

      — Que inferno — disse o General, que já havia batido a cabeça várias vezes no encosto de braço da porta. — Quem te ensinou a dirigir assim?

      Em resposta, o magrelo pisou no acelerador de novo, e tentou achar um caminho no meio do lixo. Vários trapos coloridos ficaram presos entre as rodas, e uma velha televisão ficou pendurada no para-choque traseiro. Ele teve que percorrer pelos detritos por um bom tempo antes de finalmente alcançar a beira da estrada. Com uma pancada seca, o carro atravessou o asfalto e os três estavam novamente na estrada principal, rumo à leste.

      — Quem diabos eram eles? — perguntou o gordão enquanto se acomodava no banco e tentava fechar a porta.

      — Pergunte ao seu amiguinho dono do restaurante — retrucou o magrelo.

      — Se eu conseguir pegá-lo de novo, vou fazê-lo engolir todos os seus talheres, incluindo as conchas.

      — Mas o que esperava, amigo? Já devia saber que não pode confiar em ninguém aqui — E ao virar numa estrada secundária à direita, acrescentou: — Pelo menos comemos alguma coisa.

      O carro negro saiu crepitando na escuridão da noite, deixando uma trilha irregular de líquido estranho por onde passava.

      Astronave Theos – O Presidente

      — Mas da onde extrai energia para criar um campo de força tão potente? — perguntou o Coronel intrigado, ao observar atentamente o suporte de vela que acabara de ser criado.

      — A energia está em tudo, em todos os lugares do Universo — respondeu Azakis. — Tudo que o forma, é feito de matéria, e a matéria não é nada mais que uma forma de energia e vice-versa. Mesmo os seres vivos não passam de formas simples de energia e matéria.

      — Somos feitos da mesma substância que as estrelas — sussurrou Elisa extasiada, lembrando uma velha frase de alguém cujo nome não lhe via à mente naquele instante.

      — Concordo, mas a partir desse ponto até a possibilidade de aproveitá-la desse modo, é um grande salto — disse o Coronel.

      Ele estava quase pedindo mais esclarecimento, quando um som de blues, do seu celular, o interrompeu.

      — Agora quem diabos será? — disse em voz alta, enquanto lia o nome do autor da chamada: "Camp Adder—Prisão."

      — Coronel Hudson — respondeu secamente no microfone.

      — Coronel, finalmente.

      Imediatamente Jack reconheceu a voz do sargento negro que o acompanhara em muitas missões. — Sargento, o que é?

      — Estive lhe procurando por horas. Onde está?

      — Ah, direi que estou correndo por aí como o vento. Mas, Sargento, qual é o problema?

      — Apenas queria informar-lhe de que seu pedido de transferência do General foi conduzido sem quaisquer transtornos.

      — Pedido de transferência do General? Que diabos está falando?

      — Tenho em minhas mãos uma ordem por escrito, assinada pelo senhor, autorizando o General Richard Wright e o Coronel Oliver Morris a transferir o General Campbell para um lugar ultrassecreto. Verifiquei e é a sua assinatura.

      — Mas eu não autorizei nada desse tipo — O Coronel fez uma breve pausa e então disse: — Onde está o General agora?

      — Não tenho ideia, senhor. Os oficiais que mencionei levaram-no sob custódia.

      — Droga, ele conseguiu fugir — Então teve um palpite e disse: — Sargento, seria capaz de descrever os dois soldados que levaram o General?

      — Certamente. Um era alto e magro e o outro mais baixo e obeso. Eles tinham...

      — Ok, Sargento, é suficiente. Eu compreendo. Obrigado.

      — Espero não ter feito asneira.

      — Não se preocupe, não foi culpa sua — e encerrou a conversa.

      — O que houve? — perguntou Elisa preocupada.

      — Aqueles dois que nos atacaram e que capturamos, fugiram e conseguiram que aquele desgraçado do General Campbell também escapasse.

      — Lamento, querido, de verdade, mas não deixe isso te perturbar. Temos problemas muito mais sérios para nos concentrarmos neste instante, não é?

      — Você tem razão — e assim dizendo, fez o suporte de vela deslizar pelas mãos de Elisa, e mostrando para Azakis, perguntou: — Onde nós paramos?

      — A fonte de energia.

      — Certo. Eu queria dizer, como diabos essa coisa funciona?

      — Bem, não é tão simples de explicar, mas podemos dizer que ela absorve toda a energia em volta e a molda no formato para o qual foi programada.

      — Bom — disse Jack, confuso. — Não posso dizer que entendi muita coisa. Mas o fato é que funciona, e muito bem. Acha que essa tecnologia também poderia ser reproduzida na Terra?

      — Sem dúvida. Não vejo nenhum problema. Quando chegar a hora, direi a Petri para transferir todas as informações necessárias para você.

      — Fantástico. Fico só pensando nas expressões dos nossos cientistas quando estiverem diante de uma revelação como essa. Atualmente, ainda não conseguimos produzir grandes quantidades de energia, a não ser de combustíveis fósseis ou energia nuclear. Acho que sua visita vai revolucionar muitas coisas no nosso planeta.

      — Como sempre fizeram — acrescentou Azakis, com um pequeno sorriso.

      — Se me lembro bem — disse Elisa entrando na conversa, — não foi um cientista chamado Nikola Tesla, que viveu entre 1800 e 1900, que imaginou uma forma de energia que permeava o cosmo inteiro?

      — Uau — respondeu Jack, impressionado. — Não sabia que você era especialista.

      — Há uma porção de coisas que ainda descobrirá a meu respeito, querido — e com um gesto bem ousado, ela passou a mão pelos longos cabelos.

      — Na realidade — continuou Jack, — Tesla fez muito mais. Além da realização de toda uma série de invenções que ainda usamos até os dias atuais, teorizou a possibilidade de usar o que ele chamava de "éter”, como uma fonte inexaurível de energia. Se essa substância, que supostamente permeia o Universo inteiro, for adequadamente estimulada, proveria energia em qualquer lugar, a qualquer hora — Satisfeito em ver a amada o admirar cada vez mais, orgulhosamente continuou a sua explicação: — Entretanto, depois de embates com a hipocrisia e a ganância dos que estavam no poder na época, o

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