Interseção Com Nibiru. Danilo Clementoni
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Читать онлайн книгу Interseção Com Nibiru - Danilo Clementoni страница 16
— Estou impressionada — disse a doutora, o olhando com espanto. — Também não pensava que conhecia tanto sobre esse assunto.
— Há muitas coisas que ainda descobrirá a meu respeito, querida — respondeu Jack com a mesma gracinha e o mesmo gesto, embora seu cabelo fosse muito curto para obter o efeito desejado.
— Talvez estejamos falando sobre a mesma coisa — declarou Azakis, satisfeito.
— Energia ilimitada, disponível para todos, em todo o Universo e sem custo... incrível — Jack estava absorto na avaliação de todas as possíveis implicações dessa nova revelação catastrófica, quando seu celular começou a tocar a mesma musiquinha de novo.
— E agora, quem será? — exclamou um pouco irritado. Então viu quem estava ligando e seu rosto se iluminou. — Almirante, não esperava seu telefonema tão cedo.
— Rapaz, consegui contatar o Presidente e expliquei a situação. Está aqui agora, na minha frente. Se quiser passo para ele.
— Claro, claro — ele respondeu um pouco constrangido, acenando para Petri, apontando seu telefone celular. Alguns segundos se passaram, então uma voz calma e grave apareceu no telefone: — Coronel Jack Hudson?
— Sim, Senhor Presidente. Sou eu, Senhor. Às suas ordens, Senhor — ao responder, não pôde evitar uma posição de sentido, provocando um sorriso discreto de Elisa.
— Coronel, somente o respeito e a confiança que tenho pelo Almirante Wilson possibilitaram esta chamada. O que me contaram é tão absurdo que pode até ser verdade.
— Sr. Presidente, solicito que ajuste o telescópio mais próximo para as coordenadas que vou lhe enviar.
Petri já havia posicionado a Theos num paralelo perto do Polo Norte, para que fosse vista numa área ainda escura da Terra, fazendo uma série de números aparecerem na grande tela. Rapidamente, Jack inseriu e enviou esses números no celular. — Essa é a posição atual da nossa astronave. Acho que seus engenheiros não terão problemas em nos localizar.
O Presidente assentiu brevemente para um assistente alto e robusto com quem estava na Sala Oval da Casa Branca. Mostrou-lhe os números que apareceram no telefone e sussurrou algo em seu ouvido. O homem, que estava de terno preto, camisa branca como neve e uma gravata cinza de listras coloridas, colocou o punho na altura da boca e proferiu uma série de instruções.
— Sr. Presidente — continuou Jack. — A situação é muito grave. Nosso planeta está em risco de uma enorme reviravolta, e com a ajuda dessas pessoas que vieram de muito longe, poderíamos evitar isso. Compreendo perfeitamente todas as suas reservas, mas realmente estou aqui em cima e posso provar ao senhor.
Petri ativou os sensores de curto alcance, apontando para as coordenadas que o Coronel forneceu antes e apareceu na tela da ponte de comando a visão de cima da Sala Oval.
— Senhor, neste momento está inclinado em sua mesa com a mão direita, o Almirante está ao seu lado e há mais duas pessoas na sala.
O Presidente instintivamente olhou em volta para descobrir se alguém estava espionando. Ele hesitou um pouco e então disse, desconcertado: — Mas isso é absurdo. Como sabe disso tudo?
— Simplesmente porque estou vendo vocês.
— Mas isso não é possível. Nada pode penetrar a blindagem desta sala.
— Nada na Terra, Sr. Presidente — Jack corrigiu. Então Petri se aproximou e disse algo em seu ouvido. O Coronel arregalou os olhos, e num tom decisivo, disse no microfone: — Acho que isto também não é possível com a nossa tecnologia.
Mal teve tempo de terminar a frase quando a mesa histórica do século XIX, conhecida mundialmente como a "secretária Resolute", começou a levitar lentamente. O Presidente pulou para trás e olhou perplexo para o Almirante, que retribuiu com um olhar igualmente assombrado.
— A mesa está flutuando no ar — exclamou ele. — É como se a gravidade não tivesse nenhum efeito sobre ela.
Um outro homem na sala, de estatura mais baixa que o anterior, mas igualmente robusto, instintivamente sacou a arma do coldre sob a axila, em um gesto para proteger seu chefe. Olhou rapidamente para a esquerda e a direita, como se estivesse tentando detectar um fantasma, mas não pôde ver nada suspeito.
— Guarde a arma — o Presidente disse em voz baixa. — Não acho que há nenhum perigo. Isso é obra dos nossos amigos lá em cima.
Por instinto, todos olharam para o teto branco da sala, exceto o assistente mais alto, que depois de colocar os dedos no fone da orelha direita, num tom sem emoção, disse: — Temos as imagens, Senhor — e retirou um grande tablet da mala, tocou algumas instruções na tela, olhou por alguns segundos e então polidamente entregou ao Presidente. O homem, considerado por muitos, como o mais poderoso do mundo, tomou o tablet na mão esquerda e começou a olhar atentamente a tela. O Almirante Wilson, decididamente intrigado, colocou os óculos de ler, aproximou-se e também tentou ver o que podia.
O dispositivo mostrou as imagens via satélite de um telescópio, não muito potente, instalado num pequeno observatório secreto, construído no sul da Finlândia. Já havia anoitecido nessa área e a escuridão impossibilitaria ver o ponto indicado com facilidade.
— Me dê uns segundos mais, Coronel. Estou prestes a exibir a área correspondente às coordenadas que mandou agora há pouco.
A visualização ainda não estava focalizada, quando de repente, no meio da negritude do espaço repleto de milhões de estrelas, uma pequena esfera prateada, metade iluminada pela luz do sol, apareceu no monitor.
Alguns segundos se passaram e a visão mudou. O nível de ampliação foi elevado. Agora a esfera ocupava quase o monitor inteiro, e era possível admirar muitos tons de cores, desde roxo até azul escuro, que pareciam se mesclar na superfície prateada.
Enquanto isso, a bordo da Theos, os dois terráqueos e os dois alienígenas estavam apreciando a vista na grande tela, olhando abaixo para a Sala Oval. Tocando os controles no console central, Petri ampliou o tablet do Presidente e exibiu sua tela. — Estão olhando para nós — exclamou. Depois, percebendo que o ângulo estava muito lateral, posicionou a astronave para a direita cerca de vinte graus e acrescentou: — Agora está perfeito. Querem olhar pela janela e acenar para eles?
Elisa e Jack o olharam com espanto, mas quando viram Azakis se dirigindo para a grande janela elíptica que dava para o espaço, seguiram-no sem falar. Os três se inclinaram na borda e não conseguiam evitar de olhar, maravilhados. Diante deles, em todo o seu majestoso esplendor, estava a Terra.
— É maravilhoso — Elisa conseguiu sussurrar, extasiada.
— E agora, acenem — disse Petri animadamente.
A imagem no monitor da Sala Oval mudou de novo. Agora o nível do zoom era máximo.
— Coronel, não posso acreditar... — murmurou o Presidente num fio de voz. — Posso vê-los — Então virou-se para o Almirante, que assombrado, deixou cair a caneta que segurava e acrescentou: — Isso é absolutamente incrível.
— Eu disse,