Atração. Amy Blankenship

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Atração - Amy Blankenship

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a mão, Michael deu um passo atrás, cambaleando. Levando a mão aos olhos para aliviar as tonturas, surpreendeu-se ao sentir as lágrimas se formarem sobre as suas pestanas e deslizarem até às suas bochechas. Parou por um momento ao lembrar-se que também tinha chorado quando Dean agarrou na sua mão e a colocou sobre o corpo moribundo de Kane.

      Era àquilo que Syn se referia sobre desejá-lo a todo o custo? O seu coração e a sua mente teriam que estar no mesmo sítio para que aquilo pudesse acontecer?

      Michael baixou o olhar para as suas mãos e suspirou. Como ele desejava que Syn estivesse ali para responder às suas novas perguntas. Syn já tinha despertado, mas tanto quanto se lembrava, nunca ficava no mesmo lugar… estava sempre só de passagem. Uma vez perguntou a Syn o que é que ele procurava, mas Syn apenas sorriu com o seu olhar distante e respondeu: “Há coisas que devem ser mantidas em segredo.”

      Talvez descobrisse em breve… mas por agora, iria para casa descansar. Curar o puma tinha sido suficientemente desgastante para ele e precisava de descansar para recuperar as forças. Olhando para Micah, Michael decidiu que tinha mais uma coisa a fazer para encobrir os seus rastos e reunir os irmãos.

      Colocando uma mão sobre o rosto de Micah, sussurrou o seu nome, obrigando o puma a acordar para escutar as suas palavras. Quando Micah pestanejou, Michael disse-lhe que iria manter o paradeiro de Alicia em segredo até que ele pudesse ir atrás dela.

*****

      Trevor parou o carro em frente ao Moon Dance antes de o fazer embater contra o parque. Ver Envy ferida tinha-lhe tirado dez anos de vida… ou pelo menos foi assim que se sentiu. O facto de ela ter sido alvejada daquela maneira só confirmava que ele tinha feito a coisa certa ao impedi-la de saber a verdade sobre o mundo paranormal e do seu envolvimento com ele por tanto tempo. Ao preservar os seus segredos, tinha-a mantido fora da zona de perigo.

      “Lar doce lar,” resmungou sem olhar para eles. Saindo de trás do volante, Trevor deu a volta ao carro para ir abrir a porta para Envy, mas Devon chegou primeiro.

      Devon lançou um olhar diabólico a Trevor quando este os seguiu até ao interior da casa, mas não disse nada. Devon odiava o facto de estar em dívida para com Trevor por este ter salvado Envy… mas odiava ainda mais por ser Trevor a quem ele devia esse favor.

      “Não é preciso entrares connosco,” propôs Envy, tentando dispersar o ar tenso à volta dos dois homens. Até lhe lançou um pequeno sorriso e um aceno de cabeça para que soubesse que ela não estava só a ser má, mas que agradecia realmente a sua ajuda.

      Os olhos de Trevor se suavizaram quando trocou um olhar com Envy. “Sentir-me-ia melhor se soubesse que estão a cuidar bem de ti.”

      Envy sentiu-se encolher por dentro… sem dúvida de que aquilo não era a coisa mais apropriada para dizer.

      “Estás a dizer que não posso tomar conta da Envy?” Devon parou e exigiu saber assim que chegaram às escadas que davam para os aposentos.

      “Não com essas palavras,” Trevor respondeu enquanto seguia Envy pelas escadas acima.

      Os olhos de Devon alargaram-se e correu escadas acima atrás de Trevor, empurrando-o com força contra a parede. “Então explica-me lá, ursinho carinhoso.”

      Trevor encolheu-se contra a parede. “Com certeza, gato bravo… És uma porcaria!

      “Vai para o inferno!” Devon rosnou alto.

      “Estou a ter um flashback dos desenhos animados da manhã de sábado a vir aí,” murmurou Envy e esfregou a testa. “E que tal vocês os dois pararem de pulverizar testosterona por todo o lado e se portarem bem para variar? Estou com uma enorme dor de cabeça, dói-me imenso o braço e a última coisa que preciso é que comecem a discutir para ver quem é o melhor.” Olhou para Trevor. “Cala-te ou vai para casa, neste momento não me interessa qual.”

      Devon fez um sorriso gozão até que Envy virou o seu olhar furioso para ele. “E tu… tenho o direito de negar-te gatinho. Continua assim e limitar-te-ás a miar do outro lado da vedação.”

      Tabatha estava há algum tempo à espera de ouvir alguma coisa quando ouviu Devon mandar Trevor para o inferno. Abriu a porta mesmo a tempo de ver Envy a repreendê-los e não pôde deixar de rir. Pelo menos já não estava só.

      “Os rapazes estão outra vez a portar-se mal?” Tabatha perguntou.

      “Nem fazes ideia,” resmungou Envy enquanto entrava no escritório de Warren com Trevor e Devon, agora silenciosos, atrás de si.

      Envy tirou o casaco dos ombros e os olhos de Tabatha se arregalaram ao ver a ligadura ensanguentada à volta do seu braço. Começou a ter um flashback dela e Envy a serem feitas de reféns por Raven e o seu gangue de sanguessugas, mas afastou forçosamente aquela visão fechando-a à chave no seu cofre mental.

      “Será que um de vocês os dois pode ir buscar o estojo de primeiros socorros?” Tabatha perguntou enquanto dava uma vista de olhos a Envy para se certificar de que o ombro era a única lesão.

      “Eu vou buscar,” respondeu Devon, entrando na casa de banho de Warren.

      “O que aconteceu?” Tabatha exigiu saber quando desembrulhou a ligadura e viu por onde a bala tinha passado de raspão no braço da amiga.

      “Levei um tiro, fui rosnada, quase arranhada e quase superei uma explosão,” disse Envy arreganhada, mas o seu sorriso logo desapareceu quando notou o olhar de preocupação no rosto da amiga. “Estou bem, juro,” acrescentou rapidamente.

      Ignorando Envy, Tabatha olhou para Devon quando ele regressou ao quarto. “Onde raio é que estavas quando a Envy foi alvejada?” Não se conteve. “Esta é a minha melhor amiga e era suposto tomares conta dela!”

      Trevor riu interiormente, satisfeito por alguém além dele estar finalmente a dar uma verdadeira reprimenda a Devon.

      “A lutar pelas nossas vidas,” disse Devon em sua defesa. “Não conseguia chegar até ela, mas aqui o Winnie the Pooh conseguiu tirá-la de lá.”

      “Isso foi depois da Hello Kitty ter deixado que ela se separasse dele,” terminou Trevor, tentando não dar uma gargalhada ao pensar que Devon ainda achava que ele continuava a ser um homem-urso… se Devon sequer soubesse a verdade sobre o que ele realmente era… A sua vontade de rir dissipou-se quando o seu olhar voltou a Envy. Se Devon soubesse a verdade, então Envy também saberia, e ele estava farto de ser envolvido nas suas mentiras por ela.

      Tabatha e Envy trocaram um olhar resignado e Envy murmurou a palavra ‘socorro’ sabendo que Tabatha iria entender.

      “Ei Trevor, podes dar-me boleia até casa?” Perguntou Tabatha, tentando tirar Trevor da sala antes que Devon lhe arrancasse a cabeça… ou Envy desse cabo dos dois.

      Trevor suspirou e enfiou as mãos nos bolsos. “Claro, vou andando para baixo a ligar o carro.”

      Uma vez que Trevor saiu solenemente, Envy lançou um olhar de alívio a Tabby. “Obrigada!”

      Tabatha sorriu. “Não me agradeças, porque agora vocês os dois estão a dever-me uma.”

      “Vou dar-te tudo o que tenho!” Devon exclamou com um sorriso.

      “Isso inclui a Envy?” Tabatha perguntou, com os olhos a brilhar.

      “Nem pensar,” Devon respondeu, piscando-lhe o olho.

      Tabatha

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