Uma Jóia Para Realezas. Морган Райс
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“Você não é,” disse Vincente. “Nós esperamos que você fique, mas se você decidir partir, nós só pedimos que mantenha nossos segredos. Esses segredos protegem Stonehome, mais do que a névoa, mais do que nossos guerreiros. Agora, vou deixa-las se familiarizarem. Quando estiverem prontas, venham para a casa redonda no centro da vila. Flora cuida da cantina lá, e teremos comida para vocês.”
Ele partiu, e agora Emeline e Cora podiam checar sua casa nova.
“É pequena,” disse Emeline. “Eu sei que você costumava morar em um palácio.”
“Eu costumava morar em qualquer canto de um palácio que eu pudesse encontrar para dormir,” respondeu Cora. “Comparado com uma dispensa ou qualquer canto vazio, isso é enorme. Apesar de que precisa de uns consertos.”
“Nós podemos consertar,” disse Emeline, já olhando a sua volta para as possibilidades. “Nós atravessamos metade do reino. Nós podemos fazer um chalé melhor para morarmos.”
“Você acha que Kate ou Sophia algum dia virão pra cá?” perguntou Cora.
Emeline estava se perguntando a mesma coisa. “Eu acho que Sophia estará ocupada em Ishjemme,” ela disse. “Com sorte, ela realmente encontrou sua família.”
“E você encontrou a sua, mais ou menos,” disse Cora.
Isso era verdade. As pessoas lá fora talvez não fossem seus familiares de verdade, mas pareciam ser. Eles haviam sentido o mesmo ódio do mundo, a mesma necessidade de esconder-se. E agora, eles estavam lá um para o outro. Era o mais próximo de uma família que Emeline havia encontrado.
Isso fazia de Cora família também. Emeline não queria que ela se esquecesse disso.
Emeline a abraçou. “Essa pode ser uma família para nós duas, eu acredito. É um lugar em que nós duas seremos livres. É um lugar em que nós duas estaremos seguras.”
“Eu gosto da ideia de estar segura,” disse Cora.
“Eu gosto da ideia de não ter mais que atravessar o reino inteiro procurando esse lugar,” respondeu Emeline. Ela estava farta de viajar a essa altura. Ela olhou para cima. “Nós temos um teto.”
Depois de tanto tempo viajando, até isso parecia um luxo.
“Nós temos um teto,” concordou Cora. “E uma família.”
Parecia estranho poder dizer isso depois de tanto tempo. Era suficiente. Mais do que suficiente.
CAPÍTULO QUATRO
A Viúva Rainha Maria da Casa de Flamberg estava sentada no seu saguão de entrada, tentando com dificuldade conter a fúria que ameaçava consumi-la. Fúria pela vergonha dos últimos dias, fúria pelo modo que seu corpo a traía, tossindo sangue em um lenço de renda. Acima de tudo, fúria por filhos que não faziam o que ela havia ordenado.
“Príncipe Rupert, sua majestade,” anunciou um criado, enquanto seu filho mais velho adentrava o saguão de entrada, olhando para todos como se esperando elogios por tudo que havia feito.
“Parabenizando-me pela minha vitória, Mãe?” perguntou Rupert.
A Viúva adotou seu tom de voz mais seco. Era a única coisa que a impedia de gritar nesse momento. “É costumeiro curvar-se em reverência.”
Isso foi o suficiente para que Rupert parasse de repente, encarando-a com um misto de surpresa e raiva antes de tentar uma breve reverência. Bom, que ele se lembre quem é que manda aqui. Ele parecia ter se esquecido completamente nos últimos dias.
“Então, você quer que eu o parabenize, é isso?” perguntou a Viúva.
“Eu ganhei!” insistiu Rupert. “Eu fiz o ataque recuar. Eu salvei o reino.”
Ele fez parecer como se fosse um cavaleiro voltando de uma grande missão dos velhos tempos. Bem, aqueles tempos já haviam se passado.
“Seguindo o seu próprio plano irresponsável ao invés do que havíamos combinado,” disse a Viúva.
“Funcionou!”
A Viúva esforçou-se para conter seu humor, pelo menos por enquanto. Embora estivesse cada vez mais difícil.
“E você acha que a estratégia que eu havia escolhido não teria funcionado?” ela reivindicou. “Você acha que eles não teriam se rompido contra nossas defesas? Você acha que eu deveria estar orgulhosa do massacre que você causou?”
“Um massacre dos inimigos, e daqueles que não queria lutar,” argumentou Rupert. “Você acha que eu não ouvi histórias sobre as coisas que você já fez, Mãe? Histórias sobre as matanças dos nobres que apoiavam os Danses? Do seu acordo que permitia que a Igreja da Deusa Mascarada matasse qualquer um que eles julgassem maus?”
Ela não deixaria seu filho comparar essas coisas. Ela não discutiria sobre as duras necessidades do passado com um garoto que não havia sido mais que um bebê de colo durante a mais recente delas.
“Era diferente,” ela disse. “Nós não tínhamos opções melhores.”
“Nós não tínhamos opções melhores aqui,” retrucou Rupert.
“Nós tínhamos uma opção que não envolvia o massacre do nosso povo,” revidou a Viúva, com a mesma exaltação em seu tom. “Que não envolvia a destruição das terras férteis mais valiosas do reino. Você fez o Novo Exército recuar, mas o nosso plano poderia tê-los destruído.”
“O plano de Sebastian era tolo, como você teria visto se não fosse tão cega a seus defeitos.”
O que levou a Viúva à segunda razão para sua raiva. A maior delas, e a que ela estava segurando só porque ela não confiava em si mesma para não explodir de raiva.
“Onde está seu irmão, Rupert?” ela perguntou.
Ele tentou bancar o inocente. Ele deveria saber a esse ponto que isso não funcionaria com ela.
“Como eu poderia saber, Mãe?”
“Rupert, Sebastian foi visto pela última vez nas docas, tentando pegar um barco para Ishjemme. Você chegou pessoalmente para busca-lo. Você acha que eu não tenho espiões?”
Ela o observou tentando decidir o que responder. Ele fazia isso desde que era menino, tentava achar a fórmula de palavras que o permitiria trapacear o mundo do jeito que ele queria.
“Sebastian está em um lugar seguro,” disse Rupert.
“O que significa que você o emprisionou, seu próprio irmão. Você não tem o direito de fazer isso, Rupert.” Um ataque de tosse roubou um pouco do ímpeto de suas palavras. Ela ignorou o sangue fresco.
“Eu imaginaria que você teria ficado feliz, Mãe,” disse ele. “Ele estava, afinal, tentando fugir do reino depois de acabar com o casamento que você arranjou.”
Isso era verdade, mas não mudava nada. “Se eu quisesse impedir Sebastian, eu teria ordenado,”