Acredite No Amor. Amanda Mariel
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Que mal faria se se entregasse um pouco a uma fantasia inofensiva?
Sorriu para ele, a depressão ficou mais leve.
— Então, fugiremos e, juntos, veremos o mundo.
— Pode ter certeza. Começaremos pelo continente e quando ficarmos entediados, reservaremos passagens para outro lugar. — Drake bateu os dedos no chão. — Para onde você gostaria de ir?
Brooke fechou os olhos e os imaginou viajando para lugares próximos e distantes.
— Paris, para começar, e depois para o Egito.
Drake pegou a mão dela e a apertou de leve.
— Então, Paris será o nosso primeiro destino. Vou conduzi-la pela cidade. Conheceremos todos os pontos turísticos e comeremos toda comida francesa que quisermos. Você fará compras nas butiques mais exclusivas e adquirir a última moda antes de partimos para o Egito.
— Está ficando muito divertido. — Brooke retribuiu o aperto, envolvendo sua mão pequena em volta dos longos dedos e da enorme palma da mão dele. — Podemos ir a museus e explorar clubes e antros de jogatina e ir caçar. Fazer todas as coisas que um cavalheiro aventureiro faz.
Drake sorriu para ela, os olhos verdes da cor das folhas estavam cheios de animação enquanto ele se sentava.
— Faremos tudo juntos. Quero você a meu lado em cada uma dessas aventuras, Brooke. Quero que no futuro as coisas sejam do mesmo jeito que são agora.
— Eu também — respondeu ela, com toda a sinceridade do coração. — Mais do que imagina.
Drake levou a mão até a lateral do rosto dela, apoiando-a em sua bochecha.
— Eu vou beijar você.
Uma geleira invadiu o seu estômago enquanto ele se aproximava. Antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, ele pressionou os lábios nos seus. Um toque suave de carne na carne que enviou o seu coração em um torvelinho e fez a sua cabeça viajar.
Foi a primeira provinha que teve do amor.
1
Londres, Inglaterra, 1814
Uma multidão enchia a Bond Street quando Brook saiu da modista. Suas amigas de longa data, Narissa, a duquesa de Blackmore, e Hannah, a marquesa de Ramsbury, seguiam-na pela calçada enquanto os lacaios carregavam as compras.
Narissa estava esperando o primeiro filho e por isso estava determinada a se misturar com a sociedade educada. O objetivo era ficar respeitável quando a gravidez começasse a se mostrar. Para isso, Brooke e Hannah foram junto com a duquesa para que ela comprasse vestidos e quinquilharias para o baile que ela e o marido, Seth, estavam dando.
— Espero que tenhamos bons resultados — disse Narissa.
Brooke olhou para Narissa e sacudiu a cabeça.
— Você se preocupa demais. — Sorriu para a amiga. — Está se esquecendo da sua posição. A ton virá aos montes só para dizer que estiveram no baile do duque e da duquesa de Blackmore.
— Ela está certa, sabe — adicionou Hannah. — Suas festas sempre são bem frequentadas.
Narissa suspirou e deu um tapinha na barriga.
— Fazê-los ir é fácil. É fazê-los nos ver como um casal respeitável é que me preocupa. Quero que este bebê seja aceito entre a sociedade educada.
— Vamos lá. — Brooke acenou, dispensado aquele disparate. — Você nunca deu importância para o que a sociedade pensa. Não comece a se preocupar demais agora.
— É claro que você está certa, mas, pelo meu filho, eu vou me curvar para qualquer matrona da ton. — Narissa afastou um cacho da bochecha. — Seth e eu planejamos conquistá-los, custe o que custar.
— Então vocês vão. — Sorriu Hannah.
Brooke se desviou de um grupo de crianças pulando pedras na calçada. Dois meninos e uma menina que pareciam ter cerca de seis ou sete anos de idade. Todos os três usavam roupas desbotadas e tinham manchas de sujeira no rosto. Ainda assim, estavam jubilosos enquanto brincavam.
Ela parou e levou a mão à bolsinha para pegar algumas moedas. Erguendo a mão para as crianças, ela disse:
— Tomem aqui e vão comprar alguma coisa gostosa.
Os olhos da menininha se arregalaram ao ver as moedas e um dos meninos as pegou da mão de Brooke.
— Obrigada, milady — disse a terceira criança.
Brooke sorriu e então se virou. Deu um passo ainda prestando atenção nas crianças e colidiu com algo duro.
— Oh! — Brooke perdeu o equilíbrio e tropeçou.
Que estabanada ela era, andando por aí sem prestar atenção no entorno. Acabou colidindo com outra pessoa. As bochechas queimaram.
Os braços do estranho a envolveram, estabilizando-a.
— Peguei você — uma voz profunda disse perto do seu ouvido.
— Obrigada. — O ar ficou preso enquanto o olhar se encontrava com olhos verdes e familiares. Olhos que ela não via há anos. — Drake… Sua Graça — corrigiu-se rapidamente, pois eles não eram mais crianças, e chamá-lo pelo nome era mais que um pouco escandaloso.
Ele a soltou e deu um passo para trás, fazendo uma mesura.
— Lady Brooke. Já faz muito tempo.
— Sim, faz — titubeou. — Tempo demais.
Hannah cutucou Brooke com o cotovelo.
Brooke mal podia afastar os olhos de Drake. O coração batia desbocado, pensamentos e emoções de milhões de anos a invadiram. Ele sorriu, então olhou de Brooke para Hannah e para Brooke de novo.
— A senhorita vai…
— Sim, desculpa — disse Brooke, as bochechas queimando. — Permita-me apresentá-lo às minhas queridíssimas amigas, lady Hannah — ela apontou para Hannah com a cabeça — e Sua Graça, a duquesa de Blackmore — apontou para Narissa.
— É um prazer conhecê-las. — Drake fez outra mesura. — Eu sou o duque de Grafton.
— Sua Graça — disseram Hannah e Narissa ao mesmo tempo enquanto faziam reverência.
Narissa olhou ao redor da multidão de pessoas que corriam para cima e para baixo na Bond Street, muitos deles saindo de seu caminho para se desviarem do grupo.
— Parece que estamos bloqueando a passagem. Talvez devamos seguir caminho?