Trabalho e prazer. Sandra Marton

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Trabalho e prazer - Sandra Marton Sabrina

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não se queriam casar.

      E tinham razão. Aquele tipo de homem não queria casar, mas ela também não queria. Reconhecia que a sua mãe tinha razão ao dizer que nem Jason, nem Brad, nem Charly tinham o casamento em mente, mas ela também não estava interessada em casar.

      Infelizmente, a sua mãe não acreditava nisso, nem as suas irmãs, agora que se tinham casado. Ela tornara-se na «causa» das suas irmãs, que tinham tomado o partido da sua mãe. Por isso, sabia que entre os convidados deveria haver alguém que a sua família consideraria «apropriado» para ela.

      Sam agarrou no copo de caipirinha da mesa e bebeu um gole.

      O último homem perfeito que Marta, a sua mãe, achara apropriado tinha vinte e dois anos mais do que ela. O anterior àquele era um dono de um rancho, viúvo, que tinha passado uma tarde a falar do sémen dos touros.

      Sam precisava de liberdade, procurava a aventura e uma relação passageira que lhe fizesse ferver o sangue.

      Alguém como o homem de smoking, que aparecera na festa há uns minutos atrás.

      Sam olhou à sua volta. Onde é que estava? Descobriu-o a falar com uma loura. Não, as suas irmãs não a apresentariam a alguém assim. Desde que se tinham casado que pareciam pensar que eram as únicas Brewster com direito a ter homens atraentes.

      – Os homens com quem tu sais não são dos que se casam – dissera Amanda, durante o pequeno-almoço, e ela pensara com tristeza: «Mandy, o que é que te aconteceu?», estaria a sua irmã a tornar-se no retrato vivo de Marta?

      – Por isso é que os acho interessantes – replicara ela.

      Carin suspirara. E, no fim, as três irmãs tinham acabado por rir. Rafe e Nick tinham aparecido e tinham perguntado porque é que estavam a rir, o que as fizera rir ainda com mais vontade.

      Mais tarde, Sam viu os quatro juntos a falarem em voz baixa. Ao vê-la, tinham-se calado. Os seus cunhados, os dois muito atraentes, coraram ao cumprimentá-la. E fora naquela altura que ela percebera que havia uma conspiração instigada pela sua mãe, da qual os seus cunhados e irmãs faziam parte.

      A prova disso teve-a umas horas mais tarde.

      – Estiveste na Grécia, não foi, Sam? – inquirira Nick, durante o almoço.

      – Sim, é um sítio muito bonito – replicou ela.

      – Sim, muito bonito – concordou Nick.

      E todos concordaram.

      Passado um bocado, Rafe aproximara-se dela quando estava deitada na cadeira de estender no terraço.

      – Diz-me, Sam, falas grego?

      – O grego dos turistas, só umas quantas palavras – replicara ela. – Porquê? É importante que fale grego?

      – Não, não – respondeu ele, com rapidez.

      Por isso, ficara assustada quando Carin e depois Amanda tinham passado pelo seu quarto enquanto se vestia para a festa e, com fingido interesse, tinham-lhe dito que era uma pena que não falasse grego porque um dos convidados, um velho amigo de Rafe e Nick, era grego.

      – Apesar de não conhecer o senhor Karas, suponho que gostaria que alguém falasse a sua língua – murmurara Carin, fitando as suas unhas.

      – É estranho que esse senhor seja amigo de Rafe e Nick se só fala grego – comentara ela. – Pergunto-me como é que se entendem.

      As suas irmãs responderam imediatamente que Demetrios Karas também falava inglês.

      – Ah, é assim que se chama, Demetrios Karas?

      Sim, e tinha uma grande empresa de barcos de carga. E, embora ela não falasse grego, deveria mostrar-se amável…

      – Isso seria uma grande ajuda para Rafe e para mim – acrescentara Carin, com um sorriso radiante.

      – Seria boa ideia se tentasses agradar ao senhor Karos esta noite.

      Sam, com o copo de caipirinha na mão, voltou a suspirar.

      O que ia fazer era retirar-se para o seu quarto. No dia seguinte, desculpar-se-ia perante as suas irmãs com a desculpa de estar cansada. Imaginava como seria o senhor Karas, baixo, gordo e apropriado para ela por causa do seu negócio.

      No entanto, não se teria importado de sorrir para o homem do smoking. Mas não o ia fazer porque estava demasiado cansada, e a sua família era capaz de ficar zangada com ela se a vissem com aquele homem… tão perigoso para ela. Ali estava ele, rodeado por mulheres, duas loiras, uma morena e uma com um cabelo de várias cores. E todas elas a olhar embevecidas para ele.

      Oh! Deveria estar muito cansada. Gostava de homens e gostava de sexo, mas não se permitiria ter fantasias com…

      Sam viu Carin a entrar na sala e, de repente, dirigir-se para o homem de smoking… E, por cima da cabeça da sua irmã, o homem olhou directamente para ela!

      Sam ficou com o pulso acelerado. Ele tinha os olhos azuis da cor do céu do Verão da Costa Azul. Carin afastou-se ligeiramente dele e disse qualquer coisa. Ele riu e voltou a sua atenção para Carin… e o momento passou.

      Sam respirou fundo. O momento passara? Nem tinha existido. Ele não a podia ter visto na escuridão do terraço.

      Sam sentiu-se cansada. A mão tremeu-lhe quando levou o copo aos lábios. Era ridículo sentir-se daquela maneira. O bom era que estava sozinha no meio da noite magnífica, carregada da fragrância das flores dos vasos e iluminada pela lua, que banhava a pradaria brasileira.

      – Olá.

      O coração pareceu querer saltar-lhe do peito. Virou-se… mas não era ele. E também não podia ser o grego. Era um homem alto, de aspecto agradável e de cabelo da cor da areia. Muito civilizado, demasiado.

      Sam pestanejou e cumprimentou.

      – Olá, sou Samantha Brewster.

      – Tenho muito prazer em conhecer-te.

      – O prazer é todo meu. Por acaso não te chamas Demetrios, pois não?

      Ele riu.

      – Não, nada disso! Sou Jack Adams. Sou um colega de escola de Nick e de Rashid e tu deves ser a cunhada, não é?

      – Sim, nesse caso deves conhecer a sua esposa, a minha irmã – comentou Sam, educadamente.

      Jack conhecia-a. Falaram sobre Filadélfia, onde ele morava, e Nova Iorque, onde ela tinha um apartamento. Também falaram da Indonésia, onde Sam acabava de estar, e de Nova Jersey onde ele acabara de estar.

      Depois Jack ficou calado, aclarou a garganta e disse que talvez pudessem voltar a encontrar-se, quando ele fosse a Nova Iorque em viagem de negócios.

      – Sim, gostaria muito – replicou Sam. – O caso é que nunca estou em casa. Estou a viajar constantemente.

      Jack sorriu com frieza.

      –

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