Trabalho e prazer. Sandra Marton

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Trabalho e prazer - Sandra Marton Sabrina

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do terraço, via-a sozinha.

      A única maneira de obter resposta àquela pergunta seria perguntar-lhe directamente.

      Demetrios desculpou-se com quem estava a falar e começou a dirigir-se para ela, mas não conseguiu ir muito longe, conhecia muitos dos convidados…

      A ruiva do terraço não parecia o género de mulher que permanecesse com um homem quando a paixão já tivesse acabado… mas talvez isso fosse uma ilusão. A experiência ensinara-o que as mulheres eram incapazes de desfrutar o momento sem tentar transformá-lo em algo duradouro.

      No entanto, agradava-lhe imaginar aquela possibilidade. A mulher perfeita, tão bela e especial como uma orquídea e tão auto-suficiente como um cacto.

      Infelizmente, aquele género de mulher não existia. As mulheres ou eram belas ou eram fortes. Não parecia haver maneira de combinar aquelas duas qualidades e, dado que ele era um homem que preferia a beleza à durabilidade, as suas relações acabavam sempre mal.

      Embora fosse só por uma vez, Demetrios pensou que gostaria de conhecer uma mulher independente, uma mulher que admitisse os seus desejos com honestidade e sem manipulações.

      De repente, sentiu um formigueiro no estômago. Ao levantar o olhar, viu que ela o fitava com uma intensidade que o fez desejar empurrar a mulher que falava com ele naquele momento para se aproximar da ruiva, tomá-la ao colo e levá-la dali para fora.

      Claro que não fez nada disso. Os homens civilizados não faziam aquelas coisas.

      Portanto, esperou para poder pôr fim à conversa e começou a dirigir-se para ela novamente. Quando Rafe o chamou, não pôde deixar de o cumprimentar. Há anos que eram amigos. No entanto, assim que acabaram de se cumprimentar, ele decidiu ser directo. Poderia sê-lo com ele.

      – Rafe, porque é que não falamos depois? Talvez amanhã, o que é que achas?

      Rafe sorriu com ironia e deu-lhe uma palmada no ombro.

      – Parece que fisgaste uma mulher. Quem é?

      Demetrios também sorriu.

      – Ainda não sei como se chama, só a vi.

      – Mostra-me. Que género de amigo seria se não te ajudasse?

      – Está ali… – mas ela já não estava ali. A mulher misteriosa penetrara nas sombras do terraço. – Não te preocupes que um homem tem que saber desenvencilhar-se sozinho.

      – Não duvido que o vais conseguir – declarou Rafe, a sorrir. – Nick diz que costumavas deixá-lo envergonhado.

      – Fico contente por ele o admitir. Enfim, agora é casado.

      – Muito bem casado – Rafe aclarou a garganta. – Tal como eu. Tenho a certeza de que a ti também te acontecerá o mesmo quando conheceres a mulher dos teus sonhos.

      Demetrios assustou-se. A expressão do seu amigo tornara-se séria. Não, um amigo não poderia tentar…

      – Bom, já conheceste a família da minha esposa? – inquiriu Rafe.

      – O casamento derreteu-te o cérebro – Demetrios sorriu. – Fiz um negócio com Jonas, não te lembras? Em Espada, onde conheci a sua esposa e os seus filhos, e claro que conheço Amanda e a tua bela Carin.

      – Nesse caso, a única pessoa que te falta conhecer é Sam.

      – Sam? – Demetrios franziu o sobrolho. – Não me lembro de que Jonas tivesse um filho chamado Sam.

      – Não, Sam é a abreviatura de Samantha.

      – Ah, sabia que Jonas tinha filhas, mas…

      – Sam não é filha de Jonas – Rafe voltou a aclarar a garganta. – Samantha não é uma Baron, mas uma Brewster. É a irmã mais nova da minha esposa.

      – Ah! – Demetrios olhou na direcção do terraço mais uma vez. – Bom, Rafe, velho amigo…

      – Sam está por aqui. Porque é que não vens comigo para que vos apresente?

      Nem pensar! Agora já sabia o que o seu amigo queria. Era patético o que acontecia a um homem quando uma mulher lhe punha o anel no dedo. Logo Rafael Alvares, que criava cavalos e que geria um império financeiro no Brasil, e agora também fazia de casamenteiro.

      – Agradeço-te, mas deixa para mais tarde – pediu Demetrios, apalpando o bolso do casaco. – Tenho que fazer um telefonema para Nova Iorque e aqui na sala faz muito barulho…

      – Vais gostar dela. Sei disso.

      – Sim, não duvido, mas…

      – É do teu género.

      – Não me digas – Demetrios arqueou as sobrancelhas.

      – A sério, Sam é um desafio!

      O que deveria querer dizer que tinha mau génio.

      – Tem muito carácter.

      O que queria dizer que nenhum homem a conseguiria aguentar. Demetrios percebia muito bem a linguagem daqueles que queriam ver o fim do seu feliz estado de solteiro.

      – Deve ser… fascinante – replicou Demetrios, educadamente. – E não duvido que deve ser tão bonita como a tua esposa.

      Rafe ficou pensativo uns momentos.

      – Não, tenho que admitir que Sam não é nada parecida com Carin, nem com Amanda.

      A situação piorava a olhos vistos. Pelos vistos, o seu amigo queria carregá-lo com uma mulher insuportável que tinha nome de homem e que nem sequer era bonita como as suas irmãs.

      – Bom, não duvido que deve ser encantadora, mas agora tenho que fazer um telefonema. Depois apresentas-me à tua cunhada.

      Rafe suspirou.

      – Não, compreendo que não a queiras conhecer e estás a desculpar-te. Não estás disposto a perder a tua liberdade – o suspiro de Rafe tornou-se num sorriso. – Não te preocupes, Demetrios. Já o disse a Carin, mas ela insiste em que tu e Sam são feitos um para o outro. O que é que queres que te diga? Já sabes como é a minha mulher…

      – Sim, eu sei – replicou Demetrios, com um suspiro de alívio. – Por isso é que fico muito contente em permanecer solteiro.

      Rafe afastou-se dele. Demetrios dirigiu-se para o terraço, mas voltaram a interceptar os seus passos. Desta vez foi uma loira com a qual tivera uma aventura passageira.

      – Querido – cumprimentou ela, e beijou-o no rosto.

      – Desculpa, mas tenho que…

      Naquele momento, uma fragrância inundou os seus sentidos. Jasmim? Lilás?

      – Olá.

      A voz era suave e rouca. Só uma mulher naquela festa tinha o poder de o fazer virar-se com uma palavra. Sabia que era ela. Devagar,

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