Trabalho e prazer. Sandra Marton

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Trabalho e prazer - Sandra Marton Sabrina

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voltou a beber um gole da sua caipirinha.

      Talvez não devesse ter ido à festa em Rio de Ouro, sobretudo depois de três meses a traduzir do italiano para o inglês e vice-versa no seu trabalho de intérprete entre um grupo de etnologistas de Roma e de São Francisco. Mas não tinha querido perder a festa do quinto aniversário de Carin e Rafe, nem o quinto aniversário da sua sobrinha, dois acontecimentos separados no espaço de dois dias.

      – Eu conheci Rafe numa festa assim – dissera a sua irmã, naquela manhã.

      – E eu a Nick – acrescentara Amanda.

      Sam suspirou e voltou a olhar na direcção da sala. Não viu Carin… mas o homem do smoking continuava ali, a falar com alguém cujo nome ela não se lembrava. O homem sorriu e o outro homem devolveu o sorriso. Os dois cumprimentaram-se e o outro afastou-se…

      Samantha ficou com o coração a bater aceleradamente.

      Agora não tinha dúvidas, aquele homem estava a olhar para ela, directamente, com um sorriso nos lábios… e começou a aproximar-se na direcção dela, abrindo caminho entre a multidão…

      – Demetrios!

      Sam abriu muito os olhos. Quem chamara fora o seu cunhado, mas o homem que respondeu ao nome não era nem gordo nem baixo.

      Era o homem do smoking.

      Sam ficou de boca aberta quando viu o seu cunhado e o homem a cumprimentar-se com um abraço.

      – Quando chegaste, Demetrios?

      Demetrios Karas. Sam não podia acreditar que era verdade, que aquele homem impressionante era o homem que as suas irmãs queriam que conhecesse. Aquele homem alto, bem-parecido e perigosamente atraente era o que elas achavam «apropriado» para ela?

      Mas aquele homem não era dos que se casavam, tinha a certeza disso. Aquele homem era um solteirão empedernido, algo que ela compreendia perfeitamente.

      O casamento deveria ter feito mal às suas irmãs.

      – Samantha!

      Rafe chamara-a com aquela pronúncia brasileira adorável. Sam respirou fundo e virou-se para ele.

      – Rafe, a festa está muito boa – Sam sorriu, colocou-se nas pontas dos pés e beijou o seu cunhado no rosto.

      – Foi Carin quem preparou tudo – replicou ele, orgulhoso.

      – Fez um bom trabalho.

      Rafe concordou. Depois, pôs as mãos nos bolsos das calças e aclarou a garganta.

      – Bom, conheceste alguém interessante?

      «Voltámos ao mesmo», pensou Sam.

      – Não pode ser. Tens milhares de convidados e é impossível conhecer alguém aqui.

      – Não, claro que não. No entanto, se quiseres posso apresentar-te algumas pessoas.

      Sam ficou a olhar para o seu cunhado e, de repente, viu que se ruborizava.

      – Rafe, não quero conhecer Demetrios Karas.

      – Carin acha que…

      – Carin não tem que achar nada – Sam sorriu. – Gosto da vida que levo, estou a falar a sério.

      O seu cunhado pareceu aliviado.

      – Eu sei, tentei explicar-lhe isso, mas…

      – Não lhe disseste nada, pois não? Refiro-me a Karas.

      – Não, claro que não – replicou Rafe.

      – Está bem – Sam pestanejou. – Porque não gostaria nada de me sentir como um artigo de mercadoria… se de repente tiver vontade de o cumprimentar.

      – Mas não acabaste de dizer que… ?

      – Disse que não o quero conhecer, mas referia a conhecê-lo como a um futuro candidato ao casamento – Sam baixou a voz. – A verdade é que seria um bom marido.

      – Demetrios concordaria contigo nisso – replicou Rafe, com um sorriso.

      – Mas não me importava de me divertir um pouco…

      – Samantha!

      Sam riu.

      – Estava a brincar.

      Claro que era a brincar.

      – Se não te importas, vou ver onde está a minha mulher – declarou Rafe.

      Samantha sorriu.

      – Claro que não me importo. Se vires Carin, poderias dar-lhe um recado da minha parte? Dizer-lhe que apesar da festa estar muito boa, estou muito cansada e vou para a cama?

      – Não te preocupes que eu digo-lhe – Rafe deu-lhe um beijo na testa. – Boa noite, Sam – disse em brasileiro.

      – Boa noite, Rafe.

      Ia fazer mesmo isso. Ia entrar em casa e subir para o seu quarto. Até àquela altura comportara-se como uma adolescente tentando evitar Demetrios Karas. Já tinha o suficiente. Precisava de dormir e era isso que ia fazer.

      Sam alisou o cabelo, levantou o queixo e, adoptando um sorriso educado, entrou na sala…

      E foi ao encontro de Demetrios Karas.

      Capítulo 2

      Era uma bela mulher, com o cabelo da cor do Outono e com uns profundos olhos verdes, da cor do mar. Demetrios reparara nela ao entrar.

      Era a imagem da feminilidade envolta em seda verde, num tom mais claro do que o dos seus olhos. Vestia uma blusa curta e justa nos seios e umas calças largas. Normalmente, não gostava de mulheres que usavam calças, mas naquele caso…

      Preguiçosamente, fitou-a de cima abaixo.

      Aquelas calças eram diferentes, chegavam-lhe por debaixo do umbigo. As sandálias, que também eram verdes, eram feitas de tiras finas e tinham saltos de agulha.

      Só um santo é que não a teria imaginado vestida só com as sandálias e talvez com um pouco de renda. E claro que ninguém o consideraria para a canonização.

      Não se surpreendera ao imaginá-la daquela maneira, o que o surpreendera, no entanto, fora a rápida reacção do seu corpo.

      Porque é que estava tão afastada de todos? A música tocava e as pessoas conversavam e riam. A festa de Rafe era um sucesso e, no entanto, ela mantinha-se à margem. Estava no terraço, perto da porta, como se não soubesse se queria ficar ou ir-se embora, com um copo na mão e uma expressão indecifrável. Estaria aborrecida? Indiferente ao que acontecia à sua volta? Fosse o que fosse, todos os homens teriam olhado para ela se não fosse a sua postura.

      «Não

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