Refém dos seus beijos. Эбби Грин
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Luc tinha vontade de se rir. Nenhuma pessoa podia ser tão inocente como Nessa O’Sullivan tencionava fazê-lo acreditar. Talvez as crianças, antes de crescerem e de serem manipuladas pelo ambiente.
Então, recordou que lhe dissera que não era o seu tipo. Era verdade, no entanto, não podia ignorar como o seu sangue ardia à frente dela. Pensou que devia ser por causa da raiva. Mas sabia que era apenas desejo puro.
Sabia que devia ter-se ido embora há um bom bocado e tê-la deixado nas mãos das autoridades. Tinha provas suficientes para a condenar, juntamente com o irmão. Mas também sabia que não tinha de ser a única opção.
A jovem olhava para ele com cautela, como se receasse o seu próximo movimento. Era uma mulher que suscitava o seu interesse, reconheceu ele. Era algo que não acontecia há muito tempo.
O que podia perder se não chamasse a polícia? Afinal de contas, as forças da ordem pública não eram melhores do que a equipa seleta de segurança que contratara para seguir os passos de Paddy O’Sullivan.
Uma coisa estava clara. Não ia deixar que a intrusa se fosse embora. Não confiava nela. Não tencionava deixá-la ir até recuperar cada cêntimo do dinheiro que lhe tinham roubado. Se ela era cúmplice, tê-la por perto seria a melhor forma de chegar até ao ladrão.
Quando cruzou os braços, Luc observou como Nessa ficava tensa, como se estivesse a preparar-se para o pior. Nesse momento, parecia desafiante e vulnerável ao mesmo tempo. Sem dúvida, devia estar a fingir, pensou ele. Não podia deixar-se enganar.
– Dizes que queres convencer-me de que o teu irmão é inocente?
Nessa enjoou-se ao pensar que Barbier interpretara que estava a oferecer-lhe o seu corpo, como uma espécie de… Não queria pensar nisso. E é claro que esse homem nunca repararia em alguém como ela, mas também não era preciso humilhá-la.
– Sim – afirmou Nessa, erguendo o queixo.
Barbier observava-a com intensidade. Era impossível adivinhar o que pensava, pensou Nessa e, instintivamente, passou a língua pelos lábios. Quando ele seguiu o movimento com o olhar, o coração dela acelerou.
Os seus olhos encontraram-se novamente.
– Muito bem. Não vais afastar-te da minha vista até o teu irmão prestar contas das suas ações e eu recuperar o dinheiro.
Ela abriu a boca, mas foi incapaz de falar.
– O que queres dizer com não sair da tua vista?
– Isso, exatamente. Ofereceste-te para ocupar o lugar do teu irmão e, até ele voltar, serás minha, Nessa O’Sullivan, e farás o que te pedir.
– Vais reter-me como uma espécie de… refém? – perguntou ela, sem conseguir acreditar.
Ele sorriu.
– Não. Podes ir-te embora quando quiseres. Mas não conseguirás chegar ao teu carro antes de a polícia te alcançar. Se quiseres que acredite que não tens nada a ver com isto e que o teu irmão é inocente, então, ficarás aqui e farás o que puderes para ser útil.
– Como sabes que vim de carro? – quis saber ela, tentando acalmar o pânico que crescia no seu interior.
– Estiveste sob vigilância assim que estacionaste essa sucata junto dos muros da minha propriedade.
Nessa corou ao pensar que os seus passos tinham sido observados de uma sala de câmaras de segurança.
– Não ouvi nenhum alarme.
– A segurança aqui é silenciosa e de última tecnologia. As luzes e as sirenes assustariam os cavalos.
Claro. Nadim insistira em instalar um sistema semelhante de segurança na sua própria quinta, recordou ela. Tentou pensar em alguma forma de não ter de passar um tempo indefinido sob as ordens daquele homem, embora ela própria se tivesse oferecido.
– Sou jóquei e trabalho na quinta familiar. Não posso deixar as minhas obrigações como se nada fosse.
Barbier percorreu-lhe o corpo com o olhar antes de responder.
– Jóquei? Então, como não ouvi falar de ti?
– Ainda não participei em muitas corridas – respondeu ela, corada. Fora para universidade e licenciara-se, por isso, estivera alguns anos fora do mundo das corridas. Embora não tivesse de explicar isso a Barbier.
– Sim, claro. Ser jóquei é um trabalho árduo. Tens aspeto de ser frágil e mimada. Não te imagino a acordar ao amanhecer e a passar um dia inteiro de treino árduo, como a maioria dos jóqueis faz. As tuas mãos bonitas ficariam sujas demasiado depressa.
Ela escondeu as mãos atrás das costas, consciente de que não tinham nada de bonito. No entanto, não as quis mostrar a Barbier, nem sequer em sua própria defesa. Ainda continuava a pensar na forma como dissera que não era o seu tipo.
A injustiça do seu ataque deixara-a sem palavras. A família sempre trabalhara arduamente na quinta. Acordavam antes do nascer do sol todos os dias da semana, independentemente do tempo que estivesse. Nunca tinham tido uma vida confortável e luxuosa. Nem sequer quando Nadim investira uma grande soma no negócio familiar.
– E para quem montas?
– Para as cavalariças da família O’Sullivan – indicou ela, tentando parecer tranquila. – Estou habituada a trabalhar e, acredites ou não, preparo-me para ser jóquei desde que era adolescente. Só porque sou mulher…
Ele levantou uma mão para a interromper.
– Não tenho problemas com as jóqueis femininas. Mas incomodo-me com as pessoas que se aproveitam das ligações familiares.
Nessa teve de se conter para controlar a indignação. Tivera de trabalhar muito mais arduamente do que os outros para demonstrar a sua capacidade à sua própria família.
– Posso garantir-te que, para mim, ser jóquei não é um capricho. Nada disso – declarou ela, num tom carregado de emoção.
Barbier observou-a sem se deixar impressionar.
– Bom, tenho a certeza de que a quinta da tua família sobreviverá sem ti.
Nessa percebeu que estava perdida. Quer saísse por aquela porta ou ficasse, não podia fazer nada. No entanto, só havia uma forma de conter a situação e fazer com que não atingisse o resto da família. Tinha de fazer o que Barbier queria. Desejou poder voltar atrás e estar tranquila na sua cama, na sua casa. Ainda que, na verdade, algo dentro dela se alegrasse por não ter sido assim. Não se arrependia de ter conseguido ver aquele homem de perto.
Ao perceber os seus próprios pensamentos, Nessa ficou ainda mais nervosa. O sangue amontoava-se nas veias de uma forma que nunca experimentara antes.
Contudo, como podia trair o irmão e a família, sentindo-se atraída por aquele homem, questionou-se, envergonhada. Talvez fosse tudo por causa dos nervos da situação.
– E o que vou fazer aqui? – perguntou ela, tentando