Romancistas Essenciais - Joaquim Manuel de Macedo. Joaquim Manuel de Macedo

Чтение книги онлайн.

Читать онлайн книгу Romancistas Essenciais - Joaquim Manuel de Macedo - Joaquim Manuel de Macedo страница 34

Romancistas Essenciais - Joaquim Manuel de Macedo - Joaquim Manuel de Macedo Romancistas Essenciais

Скачать книгу

Principiarei, como pretendia fazer, se falasse do presente de vossa vida, dizendo-vos que vós não sois tão inconstante como afetais.

      — Misericórdia!

      — Mas que estais a ponto de o ser; digo-vos que perdereis uma certa aposta que fizestes com três estudantes.

      — Como é isso? Então a senhora sabe...

      — A fada que me revelou isso leu o termo na carteira de quem o guardou.

      — A fada? Sim, a feiticeira o leu... Compreendo.

      — Vós não sois inconstante, porque tendes até hoje cultivado com religioso empenho o amor de vossa mulher; mas vós o ides ser, porque não longe está o dia em que a esquecereis por outra.

      — A culpa será dos olhos dessa outra; porém quem sabe?... Desejo que não; contudo, eu já vos vejo em princípio e temo que ides ao fim; sereis perjuro, tereis de escrever um romance e perdoai-me se vos desejo este mal: eu quisera que ao pé de meu irmão, que vos apresentará o termo da aposta, aparecesse a vossos olhos a mulher traída. Do vosso futuro eis quanto me disse a fada.

      — E disse bastante para me confundir.

      — Quereis que vos fale agora do vosso presente?

      — Oh, se quero! No presente está a minha glória.

      — Ontem, no baile, dissestes palavras de ternura pelo menos a seis senhoras.

      — Esta agora é melhor! E quem o pôde notar?

      — Provavelmente a fada vos observava.

      — Então a fada, a feiticeira fazia isso?

      — Depois do baile puseram-vos duas cartas no bolso.

      — Que mãos delicadas?... Não mo sabe dizer a fada, porém vós viestes para esta gruta acudindo a um convite, e fingistes adivinhar segredos de corações.

      — Não era verdade: a fada nada vos revelou, e o que dissestes que sabíeis antes e a fada me disse como.

      — Explique-me, pois, minha senhora.

      — Quando involuntariamente fui causa de vos entornarem café nas calças, vós fostes mudar de roupa e entrastes para o gabinete das senhoras; lá ouvistes tudo o que afetastes adivinhar há pouco.

      — E quem me viu entrar?

      — A fada sem dúvida. O cravo de d. Quinquina fostes vós que o recebestes no jardim; na noite dos jogos de prendas, fostes vós ainda quem, com uma luz na mão, procurou e achou a trança de cabelos de d. Clementina, embaixo da quarta roseira da rua que vai para o caramanchão.

      — Mas quem observou o que eu fiz às escondidas e com tanto cuidado?

      — A fada, que, segundo penso, vos tem sempre seguido com os olhos.

      — A fada?!... A feiticeira me segue sempre com os olhos?!... Oh! Como sou feliz!... A feiticeira é a senhora!

      — Senhor! Sois pouco modesto; que me importariam vossos passos e vossas ações?...

      — Perdão! Perdão!... Eu sou um tresloucado... um incivil... um doido... não sei o que faço, nem o que digo, mas continue...

      — Basta! Vós duvidastes da fada e por isso eu termino aqui. Não! Não minha senhora! E preciso dizer-me mais alguma coisa ainda!... Por força a fada lhe deveria ter revelado! Ela, que adivinha tudo o que está dentro do meu coração, diga o que ainda se passa nele.

      Nada mais me disse.

      — Beba outro copo d’água...

      — Não julgo necessário. Pois então...

      — Cumpre retirar-me.

      — Não é por certo! Perdoe-me, minha senhora, mas eu devo descobrir todos os meus segredos a quem conhece tão boa parte deles.

      — Eu me contento com o pouco que sei.

      — Ouça uma só palavra...

      — Não sou curiosa.

      — Pois a senhora...

      — Sei que sou senhora, mas sou exceção de regra; não quero saber.

      — Embora, eu lhe direi ainda contra a vontade...

      — E para isso toma-me a saída?...

      — E só para lhe dizer que eu amo...

      — Já sei, à sua mulher

      — Não é isso: a uma bela moça...

      — Ela o deve ser agora.

      Muito espirituosa...

      — Já ela o era em criança.

      — E que se chama...

      — Ah! espreitam-nos da entrada da gruta!

      Augusto correu a examinar quem era a indiscreta testemunha; não aparecia pessoa alguma; compreendeu então que fora ainda um meio de que se lembrara d. Carolina para não deixá-lo concluir sua declaração e, disposto a lançar-se aos pés da menina, voltou-se já com o nome da bela nos lábios, e...

      D. Carolina tinha desaparecido da gruta.

      Конец ознакомительного фрагмента.

      Текст предоставлен ООО «ЛитРес».

      Прочитайте эту книгу целиком, купив полную легальную версию на ЛитРес.

      Безопасно оплатить книгу можно банковской картой Visa, MasterCard, Maestro, со счета мобильного телефона, с платежного терминала, в салоне МТС или Связной, через PayPal, WebMoney, Яндекс.Деньги, QIWI Кошелек, бонусными картами или другим удобным Вам способом.

/9j/4AAQSkZJRgABAQEAYABgAAD/4gIoSUNDX1BST0ZJTEUAAQEAAAIYAAAAAAIQAABtbnRyUkdC IFhZWiAAAAAAAAAAAAAAAABhY3NwAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAQAA9tYAAQAA AADTLQAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAlk ZXNjAAAA8AAAAHRyWFlaAAABZAAAABRnWFlaAAABeAAAABRiWFlaAAABjAAAABRyVFJDAAABoAAA AChnVFJDAAABoAAAAChiVFJDAAABoAAAACh3dHB0AAAByAAAABRjcHJ0AAAB3AAAADxtbHVjAAAA AAAAAAEAAAAMZW5VUwAAAFgAAAAcAHMAUgBHAEIAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAFhZWiAA AAAAAABvogAAOPUAAAOQWFlaIAAAAAAAAGKZAAC3hQAAGNpYWVogAAAAAAAAJKAAAA+EAAC2z3Bh cmEAAAAAAAQAAAACZmYAAPKnAAANWQAAE9AAAApbAAAAAAAAAABYWVogAAAAAAAA9tYAAQAAAAD

Скачать книгу